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O que é a Selic e como ela influencia as taxas de juros do Brasil

Confederação Nacional da Indústria critica alta dos juros e aponta riscos para investimentos, empregos e crescimento econômico.

O que é a Selic e como ela influencia as taxas de juros do Brasil

A taxa Selic, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central a cada 45 dias, é a taxa básica de juros da economia brasileira. Ela serve como referência para as demais taxas de juros praticadas no país, influenciando diretamente operações de crédito, financiamentos e investimentos.

Impacto da Selic nas taxas de juros

Quando o Copom eleva a Selic, as instituições financeiras tendem a aumentar as taxas de juros cobradas em empréstimos e financiamentos, tornando o crédito mais caro. Isso desestimula o consumo e o investimento, contribuindo para o controle da inflação. Por outro lado, uma redução na Selic geralmente resulta em juros mais baixos, incentivando o consumo e estimulando a economia.

Influência nos investimentos

A Selic também afeta os rendimentos de investimentos de renda fixa, como títulos públicos e CDBs. Com a taxa em patamares mais altos, esses investimentos tendem a oferecer retornos maiores, atraindo investidores. Em contrapartida, uma Selic mais baixa pode direcionar investidores a buscarem alternativas em renda variável, como ações, em busca de melhores retornos.

Decisões do Copom e o cenário econômico

As decisões do Copom sobre a Selic são baseadas em análises do cenário macroeconômico, incluindo fatores como inflação, atividade econômica e condições do mercado internacional. Alterações na Selic são utilizadas como instrumento de política monetária para alcançar as metas de inflação estabelecidas pelo governo e assegurar a estabilidade econômica do país.

Atualmente, a Selic está em 12,25% ao ano, conforme definido na última reunião do Copom em 11 de dezembro de 2024. A próxima reunião está agendada para os dias 28 e 29 de janeiro de 2025, quando novas decisões poderão ser tomadas com base nas condições econômicas vigentes.

Em resumo, a taxa Selic desempenha um papel central na economia brasileira, influenciando diretamente as taxas de juros aplicadas por bancos e instituições financeiras, além de afetar decisões de consumo, investimento e o comportamento dos mercados financeiros.

Especialistas comentam sobre a elevação da Selic

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) emitiu uma nota alertando que um possível aumento da taxa Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, previsto para ser decidido nesta quarta-feira (29), seria "a crônica de uma morte anunciada" devido à persistente cultura de juros altos no país. A entidade destaca que a continuidade desse ciclo de elevações trará efeitos negativos sobre a criação de emprego e renda.

A CNI enfatiza que insistir no aumento da Selic, que já incorpora juros reais em torno de 7%, leva o setor industrial a adiar investimentos essenciais para a modernização ou expansão de sua capacidade produtiva. Isso resulta em menor produtividade e na perda de oportunidades para contribuir com o crescimento econômico do país.

Além disso, a entidade alerta que um aumento de 1 ponto percentual na Selic elevaria o custo da dívida bruta federal em aproximadamente R$ 50 bilhões, conforme estimativas do próprio Banco Central. Atualmente, a taxa de juros real no Brasil está em 6,8% ao ano, posicionando o país entre as nações com os maiores juros reais do mundo, atrás apenas de Turquia e Rússia.

A CNI também observa que os juros elevados comprometem a atividade econômica. Dados recentes indicam uma desaceleração no PIB do terceiro trimestre de 2024, com continuidade dessa tendência nos meses seguintes. Em novembro de 2024, a produção industrial caiu 0,6% em relação a outubro, o volume de vendas no varejo diminuiu 1,8% e o setor de serviços registrou recuo de 0,9%, praticamente anulando a alta obtida no mês anterior.

A CNI conclui que a manutenção de uma política monetária contracionista, caracterizada por juros elevados, pode agravar a desaceleração econômica, afetando negativamente a geração de emprego e renda no país.

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