Economia

Para Thiago Peixoto, trabalho do Movimento Brasil Central está apenas começando

Redação DM

Publicado em 9 de agosto de 2015 às 22:08 | Atualizado há 10 anos

Apesar de ter voltado de Cuiabá (MT) com uma avaliação positiva do 2º Fórum dos Governadores do Brasil Central, realizado na última sexta-feira (7/8), o titular da Secretaria de Gestão e Planejamento de Goiás (Segplan), Thiago Peixoto, avalia que o trabalho está apenas começando. “Já temos um bloco de cooperação criado formalmente após a assinatura dos governadores e uma clara definição de identidade regional, mas agora precisamos avançar na estruturação das ferramentas que vão garantir a estruturação do desenvolvimento regional”, disse.

Na capital matogrossense ficou definido que o modelo de integração das unidades de federação será o Consórcio Interestadual de Desenvolvimento do Brasil Central, que reunirá representantes de
Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Rondônia e Distrito Federal. A ideia básica é a atuação em bloco, tanto no sentido de cobrar ações do governo federal quanto na busca de investimentos externos.

Thiago Peixoto, que é deputado federal licenciado, entende que os estados e o DF não podem ficar dependentes apenas do governo central para garantir o andamento de seus projetos. “Temos um grande potencial e também temos grandes dificuldades, como de infraestrutura e nas bases educacionais. Mas não adianta apenas ficarmos reclamando, precisamos ter atitude e buscar nossos próprios mecanismos. Não é momento de ficar falando apenas de crise, ainda que ela esteja presente”, avalia.

Além da formatação da estrutura do consórcio, que terá sede física em Brasília, Thiago Peixoto entende que é urgente a definição de um mecanismo de captação de recursos para o bloco. “A nossa ideia não é apenas criar apenas mais um bloco político que tenha mais força para cobrar recursos do governo federal. Nossa proposta é criar um instrumento de captação de investimentos por conta própria. Temos potencial e necessidades regionais e precisamos buscar alternativas nesse momento de crise”, destacou.

Thiago Peixoto defende, no âmbito do consórcio, a criação da Agência de Desenvolvimento Regional do Brasil Central. “Ela funcionaria como uma ferramenta para a captação de recursos, especialmente externos, para financiamento de projetos de integração regional entre Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Rondônia. Temos muitos pontos em comum, muitos atrativos e potencialidades e precisamos atuar em conjunto para financiar nossos projetos”, destacou.

Para ele, os próximos passos agora são a operação em si do Movimento Brasil Central. Isso quer dizer: o funcionamento do consórcio e a criação da agência (ou agências). O secretário tem participado de maneira central das discussões e ações do Movimento Brasil Central (MBrC) e foi para Cuiabá um dia antes dos governadores para participar de reuniões técnicas que duraram todo o dia. Ele estava acompanhado de técnicos da Segplan e do procurador do Estado Rafael Arruda, atualmente à disposição da Casa Civil de Goiás. “A gente trabalha no escopo dos documentos que são validados pelos governadores. Nosso papel é dar toda a segurança jurídica para os instrumentos que serão criados, como o consórcio e a agência ou agências”, explica o jurista.

O governador Marconi Perillo (PSDB), que tem liderado a criação do bloco, também saiu animado de Cuiabá. “Estou convicto de que vamos construir um instrumento efetivo e fundamental para esse bloco de estados que reúne grande potencial no Brasil Central. Precisamos caminhar unidos até o fim deste ano e nos próximos quatro anos”, argumentou. O ministro Roberto Mangabeira Unger, da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, também se disse motivado. “Vocês, aqui do Brasil Central, por todo o seu vanguardismo, devem servir de inspiração para outros governadores”, disse.

Regionalismo
A primeira conversa que levou à criação de uma agenda de desenvolvimento regional no interior do Brasil envolveu Thiago Peixoto e Mangabeira Unger. No final de 2014, Thiago foi aos Estados Unidos falar sobre a experiência positiva capitaneada por ele na educação pública de Goiás, onde, secretário de Educação entre 2011 e 2013, conseguiu levar o estado à liderança nos primeiros lugares do ranking do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Mangabeira é professor de Harvard, onde Thiago foi falar, e os dois se encontraram.

“Foi uma conversa bastante interessante e produtiva. Descobrimos pontos em comum em nossos pensamentos, como a possibilidade concreta de criação de um eixo de desenvolvimento regional a partir de Goiás e do Centro-Oeste. A possibilidade de implementação disso, aliás, até me motivou a assumir a Segplan no início deste ano. Agora, com o apoio do ministro Mangabeira, estamos caminhando na consolidação da ideia que é a formação do bloco do Brasil Central”, relembra Thiago.

Em junho deste ano, durante um evento em Goiânia, Mangabeira fez uma provocação: o governador Marconi Perillo deveria ser o responsável por liderar um movimento regional a favor do desenvolvimento. “O governador aceitou o desafio e está liderando esse movimento que integra o Brasil Central”, explicou Thiago. Isso levou à realização do 1º Fórum dos Governadores, no início de julho, em Goiânia. A agenda do Movimento Brasil Central, que já teve os Fóruns dos Governadores em Goiás (Goiânia), em julho, e Mato Grosso (Cuiabá), em agosto, estabelece realização de um encontro a cada mês até o fim do ano. Já estão programadas novas edições em Tocantins (setembro), Mato Grosso do Sul (outubro), Distrito Federal (novembro) e possivelmente em Rondônia (dezembro).

Quem esteve em Cuiabá:

Governadores:
Marconi Perillo (PSDB), Goiás
Rodrigo Rollemberg (PSB), Distrito Federal
Pedro Taques (PDT), Mato Grosso
Reinaldo Azambuja (PSDB), Mato Grosso do Sul
Marcelo Miranda (PMDB), Tocantins
Confúcio Moura (PMDB), Rondônia

E mais:
Ministro Roberto Mangabeira Unger e equipe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República
Presidentes das Assembleias Legislativas de todos os Estados e da Câmara Legislativa do DF
Secretários de planejamento ou assuntos estratégicos de todos os estados e do DF, além de representantes das procuradorias dos Estados e do DF

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