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Por que a geração Z adota uma postura antipornográfica?

"A inexperiência leva ao medo e à procura de formas virtuais de se relacionar", explica a sexóloga Joice Lima

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A geração Z está imersa na tecnologia, passam mais tempo em aplicativos e menos tempo se relacionando fisicamente com outros indivíduos. É comum responderem mensagens de seus pares via WhatsApp mesmo quando estão no mesmo ambiente. E, apesar de toda a liberdade sexual, estudos têm mostrado que essa geração faz menos sexo que seus pais e avós (geração X e Y, respectivamente).

Nascidos entre a segunda metade da década de 1990 e o ano de 2010, apresentam dificuldade de produzir interações sociais mais íntimas, que levam a relações sexuais de fato. Acredita-se que os jovens da geração Z demoram mais para atingirem a maturidade emocional.

A piscológa e professora universitária Eloise Barbosa esclarece que a atividade sexual "exige partilha, confiança e disponibilidade ao outro".

'Apagão sexual'

Estudos apontam que a nova geração não apenas faz menos sexo, como também demonstra certa aversão a conteúdos com viés sexual em séries e filmes. Um publicado pelo Center for Scholars and Storytellers da Universidade da Califórnia, nos EUA, apontou que 47,5% dos 1.500 entrevistados disseram que o sexo “não é necessário” na maioria dos filmes e programas de TV.

"Sexo implica nessa interação com o outro. Para a geração z é mais fácil o sexo virtual, onde você tem um maior controle da situação e não precisa se expor e correr o risco de não saber o que fazer na hora H, ou como fazer. E ainda tem também o medo de contrair infecções sexualmente transmissíveis, algo bem presente nessa geração", esclarece a sexóloga Joice Lima.

Os impactos da pandemia de Covid-19 também contribuiram com a inatividade sexual. O medo de contrair e morrer durante a pandemia fez com que os encontros se tornassem mais raros, enquanto a interação por meio de sites e redes sociais cresceu.

"A duração longa da pandemia fez com que esse comportamento se consolidasse e continuasse mesmo após ter cessado o isolamento no pós pandemia", explica Joice.

Outro fator que implica a inatividade sexual é a falta de informação e conhecimento. O tópico da educação sexual nas escolas ainda é um tabu no Brasil, o que faz com que a grande maioria dos jovens do sexo masculino aprendam sobre sexo no modelo do pornô, enquanto as meninas ainda são reprimidas e não aprendem quase nada sobre sexo.

"A inexperiência leva ao medo e à procura de formas virtuais de se relacionar, que parecem muito mais seguras e com maior controle por parte dessa geração chamada de z", pontua a sexóloga.

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