Setor de aço brasileiro se mobiliza contra tarifas de Trump
Redação DM
Publicado em 6 de junho de 2025 às 10:02 | Atualizado há 12 horas
As siderúrgicas brasileiras estão em alerta após o aumento das tarifas de importação de aço pelos Estados Unidos, que agora chega a impressionantes 50%. Essa medida, que entrou em vigor recentemente, foi recebida com preocupação pelo Instituto Aço Brasil, que representa grandes empresas do setor. O aumento dramático nas tarifas ameaça as exportações do Brasil, país que tradicionalmente se posiciona como um dos principais fornecedores de aço semiacabado para os EUA.
O Instituto Aço Brasil já observa efeitos tangíveis da nova tarifa, com uma queda estimada de 10% a 15% nas exportações para o mercado americano. Em 2024, os EUA importaram 5,6 milhões de toneladas de placas de aço, das quais 3,5 milhões eram de origem brasileira. Agora, a perspectiva é de que esse número diminua ainda mais, prejudicando tanto as empresas brasileiras quanto a balança comercial do país.
O governo brasileiro, por meio do Ministério da Indústria e Comércio, expressou a intenção de abrir canais de negociação com os EUA, na esperança de reestabelecer acordos que permitam exportações sem tarifas adicionais. O vice-presidente Geraldo Alckmin enfatizou a importância do diálogo e da colaboração entre os dois países, já que o Brasil e os EUA têm relações comerciais interligadas que beneficiam ambas as partes.
Além disso, há um alerta sobre o risco de desvio comercial, onde produtos de outros países podem inundar o mercado brasileiro devido às novas tarifas. O Instituto Aço Brasil clama por medidas de defesa comercial para proteger a indústria local de importações predatórias que podem surgir como consequência dessas novas políticas.
A situação atual remete a 2018, quando o governo Trump implementou tarifas semelhantes, levando a negociações entre os dois países que resultaram em um acordo de cotas. O setor espera que a história se repita, garantindo condições mais favoráveis para suas exportações no futuro.