Setor produtivo de Goiás reage com reserva a pacote federal contra tarifaço
DM Redação
Publicado em 14 de agosto de 2025 às 16:41 | Atualizado há 6 minutos
O pacote emergencial anunciado pelo governo federal na quarta-feira (13/08) para amenizar o impacto do tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos provocou reação cautelosa entre representantes do setor produtivo de Goiás. Para líderes da indústria e do comércio, o crédito subsidiado não resolve entraves estruturais que comprometem a competitividade das empresas brasileiras.
O presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços do Estado de Goiás (Acieg), Rubens Filetti, afirma que as linhas de crédito são necessárias, mas insuficientes. Segundo ele, endividar ainda mais empresas não substitui a criação de um ambiente de negócios previsível, com segurança jurídica e redução da carga tributária. A Acieg cobra ações permanentes, como desoneração da folha, simplificação tributária e redução do custo da energia por incentivo à produção limpa e competitiva.
O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Goiás (Fecomércio-GO), Marcelo Baiocchi, avalia que os recursos anunciados podem não chegar aos pequenos empreendedores. Ele lembra que exigências bancárias costumam dificultar o acesso ao crédito e que muitos empresários não possuem vínculo ativo com instituições financeiras. Baiocchi, porém, mantém expectativa de ver soluções práticas nos próximos dias.
O Plano Brasil Soberano prevê crédito para exportadores, reformulação do Fundo de Garantia à Exportação, ampliação do Reintegra, prorrogação de tributos e estímulo à abertura de mercados. Pequenas e médias empresas poderão contar com fundos garantidores e facilidades temporárias para vender produtos não exportados ao setor público.
Empresários e entidades goianas ressaltam que a eficácia dependerá da execução. Para eles, socorro pontual não substitui previsibilidade, estabilidade e eficiência na gestão pública. O Congresso analisará a medida provisória que institui o pacote nos próximos dias.
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