Valorização de 12% coloca Goiânia entre os maiores mercados imobiliários do país
Léo Carvalho
Publicado em 27 de agosto de 2025 às 13:48 | Atualizado há 3 horas
Goiânia consolidou mais uma vez sua posição de destaque no mercado imobiliário brasileiro. Dados da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO) mostram que, no primeiro semestre de 2025, as vendas de imóveis cresceram 21% em relação ao mesmo período do ano passado, movimentando R$ 4,1 bilhões. O resultado mantém a capital como a terceira cidade que mais vendeu apartamentos no país, atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro.
Segundo a entidade, o desempenho é reflexo do aquecimento do setor e da manutenção do estoque em patamares estáveis, em torno de 10,4 mil unidades disponíveis, mesmo com o aumento de lançamentos. “Com mais pessoas e o mesmo estoque em oferta, a disponibilidade de imóveis por habitante vem caindo, o que ajuda a explicar a valorização registrada”, afirmou Credson Batista, diretor de pesquisas da Ademi-GO.
A valorização média dos imóveis chegou a 12% apenas nos seis primeiros meses do ano. O metro quadrado em Goiânia alcançou R$ 10.395, mas em bairros como Marista, Oeste, Bueno e Jardim Goiás o preço médio já ultrapassa R$ 12 mil/m², com destaque para o Marista, próximo a R$ 13 mil/m².
Salas comerciais
Outro segmento que se destacou foi o de salas comerciais, com velocidade de vendas de 40,2% em junho, impulsionado por novos empreendimentos que comercializaram mais de 70% das unidades logo no lançamento. Há casos de imóveis corporativos já negociados por R$ 20 mil/m².
O mercado de crédito também acompanha a expansão. Dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) mostram crescimento de 8% no número de unidades financiadas no semestre, somando 179.454 operações. As taxas de juros ao comprador variam de 8% a 12% ao ano, bem abaixo da Selic, atualmente em 15%.
Burocracias
Apesar do cenário positivo, o setor aponta desafios. Entre eles estão o aumento dos custos de produção, a alteração do Plano Diretor, que limitou o adensamento dos terrenos, e a reforma tributária prevista para 2026. “Todos esses fatores pressionam os preços e tendem a manter o ritmo de valorização nos próximos anos”, destacou Fernando Razuk, presidente do conselho da Ademi-GO.
No segmento popular, porém, Goiânia e Aparecida de Goiânia ficaram na contramão do país. Enquanto o programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) cresceu 25,8% em vendas no Brasil, na região metropolitana houve queda de 8%. A Ademi defende que a aprovação de leis de Habitação de Interesse Social (HIS) deve ampliar a oferta e reaquecer o setor nesse nicho.
Emprego
Além da relevância econômica, a construção civil também se destacou na geração de empregos. De acordo com o Caged, 24% das vagas criadas em Goiânia e Aparecida no semestre vieram do setor, contra 13% no Brasil. “Mais do que movimentar a economia, ajudamos a realizar o sonho da casa própria e a gerar renda para milhares de famílias”, afirmou o presidente da Ademi-GO, Felipe Melazzo.