Aula invertida: conheça a modalidade que vem conquistando os pedagogos
Diário da Manhã
Publicado em 5 de maio de 2022 às 10:16 | Atualizado há 3 anos
Um professor em pé, de frente para uma lousa, e diante de dezenas de alunos em silêncio deixou de ser o modelo ideal de ensino-aprendizagem. A prática tradicional se confronta cotidianamente com a urgência por adaptações e transformações de processos. As aulas a distância, potencializadas durante a pandemia da Covid-19, expõem apenas uma das fragilidades do sistema atual, frente às inovações e tecnologias que já fazem parte do modo de vida moderno.
Ao longo do distanciamento, viralizaram na internet vídeos de alunos que burlavam softwares, ocultavam a câmera e o microfone, e realizavam outras atividades durante as aulas online. Prender a atenção dos estudantes sempre foi um desafio ligado à licenciatura, e se tornou ainda maior nesse período. Em busca de oferecer ferramentas capazes de mudar a cultura do ensino tradicional, surgiu o conceito de aula invertida.
O que significa uma aula invertida?
Para se entender o inverso, é preciso partir do que se tem como usual. Na lógica aplicada na maior parte dos casos, os professores passam os conteúdos de modo expositivo e encaminham atividades para serem feitas em casa. Com a aula invertida, o processo começa ainda dentro do lar. Ou seja, é preciso que cada aluno estude o assunto com antecedência e vá para a classe para participar de debates, experimentos e dinâmicas, mediados pelo educador.
Você deve estar se perguntando agora: mas como isso funciona na prática? De modo geral, o primeiro contato com a matéria costuma ser feito por meio de podcasts, pesquisas, artigos, videoaulas e demais materiais indicados como importantes. Munidos de informação, os estudantes vão para a aula para que o professor atue como especialista e medie as reflexões, de maneira a desenvolver o conteúdo e auxiliar em dúvidas e questionamentos.
Principais benefícios
Como esse modelo se fundamenta em uma metodologia ativa, que incentiva a autonomia dos indivíduos, se torna possível aumentar a participação dos alunos durante os encontros. Além disso, romper com a estrutura meramente expositiva – e por vezes, monótona – contribui para que os jovens se sintam valorizados enquanto agentes verdadeiramente ativos no seu aprendizado.
Esse modelo se aproxima do ensino de grandes teóricos da Educação, como Paulo Freire e Lev Vygotsky, que entendiam a importância da interação no processo de aprendizagem. Sendo os alunos incentivados a compartilhar suas interpretações, ocorre a troca de visões e leituras sobre o conteúdo e, ainda, sobre o mundo.
É nesse sentido que os eletrônicos como notebook, iPad e celular, nas aulas invertidas, deixam de ser “vilões do aprendizado”, e assumem uma nova e melhorada versão, onde contribuem, efetivamente, para o crescimento dos estudantes. A tecnologia passa, portanto, a ocupar o seu lugar de objetivo, que é contribuir com o desenvolvimento e a evolução da sociedade de maneira geral.
Leia também:
- Justiça suspende obra de churrascaria no parque da Água Branca, em SP
- Telecoms pedem que governo prorrogue isenção para internet via satélite de antena pequena
- Polícia Civil busca vítimas de roubo de alianças em São Paulo
- Moradores da favela do Moinho voltam a bloquear linha da CPTM, e PM usa bombas de efeito moral
- Após CPI, Virginia explica ‘sumiço’ das redes e lança promoção de cosméticos