Opinião

Mudança de hábitos

Redação DM

Publicado em 3 de abril de 2016 às 01:47 | Atualizado há 9 anos

Na hora do aperto inevitável, você confirma o seu grau de otimismo ou pessimismo.

Usemos o parâmetro de Sir Winston Churchill, ante a pergunta: pessimista ou otimista?

O grande estadista respondeu com sabedoria: “O pessimista vê dificuldades em toda oportunidade. O otimista vê oportunidades em todas as dificuldades.”

E você, como age? Baseia-se nas  necessidades do coração? Na lógica do discernimento? Ou fica, simplesmente, queixando-se?

Percebe-se acomodado, nervoso, medroso ou omisso ante os reveses? Importante é não perder o equilíbrio.

O cenário atual expõe produtos e serviços com elevação de preços, inflação, crise econômica como um espectro violador no bolso dos brasileiros.

As saídas encontradas são sugestivas. Uma senhora elegante, que frequentava o salão de beleza duas vezes ao mês, para tingir seus cabelos brancos, optou por deixá-los brancos, cortou-os rente, agora ela mesma faz coloração em casa em vários tons de cinza, além de cortar, ela mesma, o cabelo da filha e do marido, para economizar no salão de beleza. Optou, também, por cuidar das unhas de todos da família, em nome da economia. Foi poupado o dinheiro da academia de ginástica, substituído por um souvenir dado à vizinha de apartamento, que tornou-se personal trainer de todos do prédio, que se beneficiam do conforto de não precisar de sair de casa para malhar.

Todos se ajustando, como podem, ao aperto do cinturão financeiro. Tempo de escassez exige criatividade. E a internet, o celular, que se arvoram em unir as pessoas que estão distantes e separar as pessoas que se encontram próximas, também devem ser reduzidos, em seu uso. Até sobra tempo para conversar, como já se fez outrora. Pode-se ainda tentar dedilhar o violão, cantarolar as músicas de antigamente, caminhar, acompanhado, aproveitando o tempo para conversar; hábitos que já estavam entrando em desuso.

Hora de relembrar antiga dificuldade financeira que foi superada; momento que poderá proporcionar oportunidade para estimular a esperança, que é a última que morre. Com o mesmo propósito, retomar o antigo prazer da leitura.

Como o poder de compra desacelerou, é adiada a troca do carro; viagens de férias canceladas sine die, então, aproveitar para apertar os laços do entendimento, organizando momentos prazerosos em família.

Deve haver empenho para que não se realize o fatídico medo de que, quando a escassez entra por uma porta, a união familiar sai pela outra mais próxima. Isto acontecerá se não houver real afinidade, afeto e compromisso  entre os componentes do núcleo familiar.

Quando o governo trabalha [trabalha?] sem superávit; os investimentos caem. A Decana Senhora, Dona Inflação, que se julgava falecida, reapareceu disposta como nunca. Voltou para  visitar-nos de forma passageira ou ensaia um longo e tenebroso estágio entre cortes, carências e escassez?

Os produtos e serviços apresentam preços mais elevados que a inflação oficial (parece que já vimos este filme)… As restrições cada vez maiores, são as estrelas da vez. e, como consequência, tenta-se a mudança de hábitos, com a restrição de gastos e aquisição quase nula de mercadorias.

A expansão da economia, ocorrida em anos anteriores, com geração de emprego e distribuição de renda, incentivou o financiamento do carro próprio, a compra de eletrônicos, as viagens aéreas, a proximidade com  o mar nas férias de verão.

E agora? Nesse caos, como pagar as contas? Como honrar os compromissos?

As taxas estão na estratosfera, tudo mais caro e… inacessível…

O acesso ao lazer endividou as famílias. Agora resta a contenção de despesas.  Pão e circo nunca funcionaram bem. Continuar a vida que segue: enfrentar a necessária mudança de hábitos.

 

(Elzi Nascimento é psicóloga clínica e escritora / Elzita Melo Quinta é  pedagoga, especialista em Educação e escritora. São responsáveis pelo Blog Espírita: luzesdoconsolador.com)

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