Como muitos já sabem, começou ontem na cidade de Goiás, a 20ª edição do Festival de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica). A programação cinematográfica com temática socioambiental é com certeza a estrela do festival. Contudo, também não é segredo pra ninguém que trata-se de um evento multicultural e agregador. Além de apresentações musicais (um dos principais shows é de Ana Carolina, que se apresenta neste sábado, dia 9), tem ainda uma tenda multi étnica montada na Praça do Chafariz e também acolhe exposições artísticas, que complementam a mensagem do festival com olhares artísticos diversos.
Aliás, em suas suas duas décadas de existência, uma característica tem se tornado marcante no Fica: o cenário local das artes plásticas tem sido cada vez mais valorizado. Um exemplo é que nas últimas três edições do evento, o material gráfico do festival foi ilustrado com a obra de artistas goiano, escolhido como homenageado. Se em 2016 e 2017 quem deu mais cores ao Fica foram, respectivamente, Rodrigo Godá e Pitágoras, nesta vigésima edição, o destaque é um nome vilaboense, mas com destaque na arte nacional e até internacional: Marcelo Solá.
Sua obra que ilustra o festival foi intitulada “1999” e remete ao ano de chegada do Fica na terra de Cora Coralina. Nesta época, o artista conta que morava na cidade de Goiás, portanto acompanhou toda efervescência cultural que o evento incensou ao município localizado há 128 km de Goiânia e que desde o ano 2001 é Patrimônio Histórico e Cultural Mundial pela Unesco.
Aproveitando a deixa de sua obra ilustrar do festival, Marcelo Solá desde ontem, abriu também uma exposição no Palácio Conde dos Arcos. Nela, o novo (representado pela arte contemporânea do artista) e o antigo (representado pela arquitetura colonial de Goiás) se unem nas obras e se contrastam. A mostra acontece até o próximo sábado (9) e traz 18 trabalhos que englobam desenhos e serigrafias.
FOTOS E MEIO AMBIENTE
Até o final do Fica estará em cartaz ainda, no Quartel do XX, a exposição fotográfica “Canadá”, da fotógrafa, professora, jornalista, roteirista, produtora e cineasta brasileira, Rosa Berardo. A artista, que é conhecida por seu trabalho sobre cultura, identidade cultural, alteridade, gêneros e etnias, nesta mostra mergulha na fauna e flora de canadense, trazendo paisagens deslumbrantes.
A exposição conta com 30 fotos e, na compilação, Rosa Berardo compartilha também sua visão da paisagem do Canadá com a fotógrafa canadense Gillian Lash. “Eu fiz essas fotografias ano passado, enquanto estava participando de um estágio de capacitação pela UFG na área de cinema na Queens University. Eu morei em frente ao lago Buck Lake, na Província de Ontário, onde as fotos foram feitas, durante quatro meses. Todos os dias ia caminhar e encontrava vários animais, até ursos, mas não os fotografei porque fiquei com medo (risos)”, contou Rosa Berardo ao Diário da Manhã.
Mas, além dos cenários encantadores do Canadá, outra exposição fotográfica que também destaca a natureza, mas desta vez do Brasil. Na mostra “Trocando Olhares–Aves Brasileiras”, o fotógrafo, ambientalista e observador de aves Marcelo Dionízio, mostra o trabalho que produziu em todos os biomas brasileiros–Cerrado, Caatinga, Pampa, Pantanal, Amazônica, Mata Atlântica–para o registro de espécies em liberdade.
Marcelo Dionízio desenvolve o projeto “TrocandoOlhares” há mais de cinco anos, percorrendo os biomas brasileiros para registrar e fotografar aves, desde as mais comuns até as que são ameaçadas de extinção, além de gravar os sons das diversas espécies nos seus ambientes naturais, sempre aventurando-se pelos lugares mais inóspitos do País.
“Desde que me tornei um observador de aves, senti necessidade de levar os registros fotográficos até as pessoas. Percebo que a troca do olhar entre o observador e as aves poderia ser também um olhar da ave com o público. Decidi, então, transformar este projeto em exposições fotográficas”, explica Marcelo, que também utiliza as mídias sociais (Facebook e Instagram Trocando Olhares) para levar essa troca de olhares a diversos públicos.
VALORES LOCAIS
Outras mostras podem ser conferidas na antiga Vila Boa durante o festival. Uma delas “Motirõ – Artes In-Comuns – Exposição, que integra diversas expressões de artistas da região goiana. Esta compilação está acomodada no pátio da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos e promete mostrar a esfuziante arte local para o mundo, já que trata-se de um festival internacional.
DESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO DE HOJE DO FICA
08h às 22h - Exposição Fica 20 Anos “A Força de um Legado” - Cine Teatro São Joaquim
08h às 17h Exposição Artista homenageado Marcelo Solá–Palácio Conde dos Arcos, Espaço de Visitação – Instituto Bertran Fleury–no Instituto Bertran Fleury; Exposição Fotográfica “Trocando Olhares” Marcelo Dionízio–Palácio Conde dos Arcos, Exposição Fotográfica “Canadá – Fauna e Flora” Rosa Berardo Quartel do XX; Exposição Motirõ – Artes In-Comuns–Pátio do Rosário
A partir das 08h Tenda Multiétinica – Praça do Chafariz
10h Msa de Meio Ambiente “A Nova Energia” – Com Ney Maron de Freitas e Rodrigo Sauaia Convento do Rosário
17h30 –Show com Ruth de Castro – o melhor da MPB Palco do Coreto
18h30 –Abertura da Exposição Individual de Esculturas – Por Gabriel Caetano Café Jasmim
19h Mostra Competitiva 20º Fica Cine Teatro São Joaquim e Cine Cora Coralina – UEG
20h30 Mostra ABD Cine Goiás–Cine Teatro São Joaquim
21h Show com Bruno Rejan Trio Palácio Conde dos Arcos
22h Show com Kleuber Garcêz Palácio Conde dos Arcos
22h Mostra Fica 20 Anos “A Força de um Legado” Cine Teatro São Joaquim
23h Show com Lícito Caos Palácio Conde dos Arcos