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Um olhar sobre as relações familiares

“Precisamos olhar para as re­lações familiares para entender de onde viemos e que cultura nos direciona na vida”, explica Fresia Sa, fisioterapeuta especializada em Microfisioterapia na Bioin­tegral Saúde, de São Paulo. A Mi­crofisioterapia é uma técnica que descobre e trata memórias gra­vadas nos tecidos corporais, que podem ter sido causadas por si­tuações traumáticas ou mesmo por crenças enraizadas em nos­so sistema familiar. Segundo Fre­sia, “essa observação do univer­so familiar é extremamente rica e pode nos dar informações rele­vantes sobre os nossos próprios sistemas de crenças, e pode nos ajudar a redirecionar escolhas e diretrizes de vida”.

Imagine que somos um con­junto de informações e “verda­des” que recebemos desde que nascemos. Fresia explica que aconteceu o mesmo com nos­sos pais e com os pais deles e, assim, sucessivamente: “Essas verdades e valores nos direcio­nam o pensamento e as esco­lhas de forma inconsciente, e reconhecê-los pode nos trazer muito mais autonomia.” Nosso conjunto de crenças pode ser extremamente positivo ou to­talmente limitante. Tudo vai de­pender do meio familiar em que nascemos e fomos educados.

No Brasil, por exemplo, temos realidades muito diversas – so­mos descendentes, por exem­plo, de escravos, de refugiados, de imigrantes também fugidos de uma realidade de escassez. Fresia segue exemplificando: “Muitos de nós, especialmente até a geração X, cresceram ou­vindo que não se desperdiça co­mida e eram obrigados a ‘limpar o prato’.” “Não significa que de­vemos aderir ao desperdício, ja­mais, mas o exemplo é simples e ajuda a entender como o siste­ma de crenças nasce: ‘Limpar o prato’ pode ser uma prática que causa ansiedade, dependência da comida e inclusive obesida­de, e é derivado de uma cren­ça limitante que talvez já não se aplique mais à realidade dos en­volvidos”, lembra ela.

Por isso, para a especialista, entender seu background fami­liar é tão importante. Observar que tipo de educação você rece­beu e de onde se originaram as “verdades” que você ouviu desde criança pode ser muito esclare­cedor. Da mesma forma, enten­der suas relações familiares tam­bém ajuda a perceber o motivo de algumas das suas próprias escolhas: “Se você vem de uma família que não aceita o divór­cio, por exemplo, na qual nunca ninguém se divorciou, deve ser ‘natural’ para você aceitar um relacionamento ruim, para per­petuar essa cultura familiar”.

Nossas crenças inconscien­tes são fortíssimas e nos orien­tam silenciosamente. Só indo a fundo e entendendo quais são e onde atuam é possível que­brar determinados ciclos e co­meçar a viver a sua própria ver­dade: “Não é um processo fácil, porque mexe com informações profundas e que estão enraiza­das exatamente pelo nosso sis­tema familiar. Descobrir quais são essas ‘verdades’ e como as relações familiares nos movem é essencial para uma vida emo­cionalmente mais saudável”, fi­naliza Fresia Sa.

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