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Domingo: Bodas de Sangue

Espetáculo Bodas de Sangue ama­nhã, dia 16, em Goiânia. A estreia no Teatro SESC com lotação máxima no último dia 6 rendeu ótimas críti­cas. Quem não teve a oportunidade de assistir, no domingo o Palco do Tea­tro Goiânia abraça a última obra da Trilogia de Federico Garcia Lorca pe­las mãos da direção atenta de Altair de Souza.

A Cia de Teatro Sala Três é Goia­na e entra pra história das Artes Cêni­cas como a única Cia no Brasil a mon­tar os três principais espetáculos de Lorca. Pedimos encarecidamente o apoio na divulgação deste espetácu­lo para que possamos difundir a arte em nosso Estado.

O espetáculo Bodas de Sangue compõe o terceiro e último movimen­to da Cia. de teatro Sala 3 de levar ao palco atrilogiaruraldoautor espanhol Federico Garcia Lorca, composta pelas obras: “Cenários e figurinos.” Seu tea­tro proporcionava uma visão cênica, plástica, musical e rítmica, bem dife­rente da rígida desnudez do teatro es­panhol dos anos 20.

Bodas de Sangue da Cia de Teatro Sala 3 é um verdadeiro tributo a músi­ca espanhola, uma das maiores pai­xões do escritor Federico Garcia Lorca. O espetáculo surge com uma encena­ção construída ao redor de uma lin­guagem sonora e visual, para desig­nar uma tênue relação de sofrimento e desilusão, onde se apresenta a extre­ma secura. Esta está relacionada à ari­dez do meio social em que vivem as personagens da obra, extremamente encarceradas pelo ambiente opressor, que tenta conter seus instintos e dese­jos latentes de liberdade e amor. Tudo isso ambientado pelos tons terrosos da cenografia de Adriana Rufino e dos fi­gurinos de Dieferson Gomes.

Com uma encenação ousada, so­fisticada e visualmente marcante, a montagem de Bodas de Sangue é um espetáculo poético, extremamente simbólico, que lança um breve olhar sobre a gama de signos, os quais são desvelados e se desdobram ao longo da trama. Trata-se de uma encena­ção que brinca com a tragédia, com o moderno e o clássico, com o amor e a morte, num jogo completamen­te subjetivo, onde aparecem referên­cias míticas que imprimem incógni­tas na forma de um mundo ilusório e sugestivo. Dessa forma o grupo pres­ta uma homenagem ao escritor espa­nhol Federico Garcia Lorca pela ori­ginalidade de sua obra, que expõe a violência nas suas mais diversas for­mas, das mais variadas naturezas, em constantes situações.

Mergulhar na obra de Federico Garcia Lorca requer um minucioso trabalho de desvendamento, a fim de revelar as finas camadas que bro­tam de seus textos dramáticos e poéti­cos. À medida que mergulhamos em suaobra, novas perspectivas se abrem numa teia de palavras que enlaçam o mistério da vida.Yerma”,“Bodas de San­gue” e “A casa de Bernarda Alba”.

O primeiro espetáculo esco­lhido pela Cia. foi o drama trági­co Yerma, que estreou nos pal­cos de Goiânia no ano de 2015. Com uma montagem tradicional galgada nos parâmetros do teatro clássico, o diretor Altair de Sousa trouxe para a estrutura da peça um coro de inspiração grega, além de todas as visualidades cênicas ins­piradas nos conceitos do simbolis­mo e do teatro naturalista.

O segundo espetáculo, A Casa de Bernarda Alba, estreou em ou­tubro de 2017, com uma proposta de denunciar, através dos corpos e das vozes das mulheres, uma so­ciedade degradada pelo peso das ideias e tradições antigas, fruto de uma moral primitiva. Estrutura­do de forma plástica e musical, a peça se revolta abertamente contra a obediência aos cânones impos­tos à mulher, onde o sentimento de claustrofobia aparece como con­dição cotidiana das personagens.

Fechando a trilogia, Bodas de Sangue, considerada a obra mais poética de Lorca, é composta por três atos e sete quadros. A peça traz a saga de dois homens que ama­vam a mesma mulher, fato que re­mete a um acontecimento real, quando o poeta leu, em um jor­nal de província, uma notícia sobre uma festa de casamento banhada por sangue. O fato ficou na memó­ria de Lorca, que, em 1932, transfor­mou esta história em poesia dramá­tica, de forma a dilatar o universo dos personagens e recriar suas re­lações conflituosas. A concepção do espetáculo parte da ideia de te­cer a força do desejo com uma linha que perpassa o real e o imaginário.

No teatro lorquiano, música, ce­nografia, coreografia, se entrelaçam em síntese perfeita. Lorca era dota­do de muitos atributos artísticos e, por esse motivo, desenhava e cria­va seus próprios.

SERVIÇO:

Datas: 16 de setembro, às 20h

Local: Teatro Goiânia

Endereço: Rua 15, esquina com a Rua 19, – Setor Central – Goiânia - Goiás

Duração do espetáculo: 75 minutos

Gênero: Drama

Classificação: 12 anos

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