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ENTRETENIMENTO

Vinhos elegantes e pessoas elegantes

Existem pessoas elegantes na essência. Geralmente são discretas, clássicas, ponde­radas e extremamente enigmáti­cas. Para mim, a princesa Diana até hoje é o ícone da elegância, não somente pelas roupas que vestia, mas pelo conjunto da obra. Gloria Kalil também se enqua­dra no time das elegantes: dona de uma postura impecável, fala baixo, ri com moderação, posi­ciona-se com leveza e força ao mesmo tempo, entre outras ca­racterísticas intrínsecas a sua per­sonalidade. Segundo ela, “menos é mais”, optando sempre por pou­cas e eternas peças, mas de uma postura impecável.

O Aurélio ensina que elegância é um substantivo feminino e signi­fica “graça”, distinção nas formas, nas maneiras, nos trajes: elegân­cia de porte, de vestes; apresen­tar-se com elegância; arte de es­colher as palavras: falar, escrever com elegância; elegância de es­tilo. A estilista Karin Matheus, re­centemente, lançou sua coleção sobre sustentabilidade e adicio­na outro substantivo à definição da palavra. “Para mim, a elegân­cia é uma questão de simplicida­de. Tem a ver com discrição e até com educação. A pessoa não re­solve ficar elegante. Ela é ou não”, ensina Karin.

No mundo do vinho, a pala­vra elegância está mais do que na moda. Tente conversar com um enólogo ou sommelier sobre vi­nhos que o sujeito produz e a res­posta será repetida, quase como um mantra: “Meu sonho é fazer vinhos elegantes.” No mundo do vinho, a busca pela elegância é o cálice sagrado por 10 entre 10 enó­logos do mundo afora.

O QUE É ELEGÂNCIA?

Como definir a elegância nos vinhos? Se há uma região onde a maior parte dos vinhos carrega no DNA a tão decantada elegân­cia é a Borgonha, na França. Eles fazem vinhos finos e discretos do que, por exemplo, em Bordeaux, onde você pode encontrar mais fruta e até vinhos mais expressi­vos, mas que, no fundo, talvez se­jam vinhos que queiram apenas “se exibir”. Talvez dos vinhos finos e discrição nasça a elegância dos produtos da Borgonha.

Existe hoje duas vertentes na produção do vinho. O consumi­dor que bebe qualquer vinho e não sabe nem sentir o que uma taça pode proporcionar em seu paladar e nem perceber o néctar da poesia da vida sua riqueza aro­mática. Sentir os taninos maduros sem precisar de exibicionismo e que refletem melhor o terroir. Co­nheci algumas pessoas que pre­ferem vinhos mais diretos, sem estilo, sem elegância e sem com­prometimento com a delicade­za do sentir. Algo profundo e su­til com a sua essência. Enquanto outros têm uma elegância nata, têm paladar mais fino, que bebem cada gole abraçando a vida com paixão, que provam o vinho em seu silêncio da alma, esses sim, buscam vinhos mais discretos, su­tis, enfim, elegantes.

Sou como vinho, discreta, fina, verdadeira. Direciono minha vida com ética, elegância e, sem falsa mo­déstia, com encanto. Sempre vesti e provei um vinho respeitando a per­sonalidade do compartilhar. Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante e não verdadeira. Procuro agir fran­camente. Gosto de falar gentilmen­te, esperar pelo momento certo, a não me apres­sar e, em uma palavra, dei­xar o meu es­piritual, não solicitado e inconsciente, crescer além do comum – esta é a minha elegância.

Não adianta estar magnífica se a sua es­sência não estiver or­nando com o lado de fora. Com certeza a sua naturalidade se perderá completa­mente. No vinho, os enólogos buscam a elegância em seus vinhos em tempo integral. Vinhos com mais ex­tração, muito perfume falsifi­cado, estão totalmente fora de moda. Um vinho elegan­te vem vestido com a tipici­dade do terroir em que produ­zem o vinho.

Por isso é tão importante nos reconhecermos, identificarmos nossa postura, jeito de falar, como lidamos com situações complica­das, e estilo mesmo, traduzindo em forma de roupa quem somos, sem precisar dizer nada, ser sim­ples e se vestir com sorriso since­ro. Nos vinhos, a elegância está nos naturais. Eles, com certeza, es­tão ditando tendências. E os con­sumidores elegantes querem o menos possível a manipulação nos vinhos que degustam, o que, naturalmente, acaba levando a vinhos elegantes.

UMA ELEGÂNCIA SOFISTICADA

A verdade é que ninguém é elegante por decreto. E algumas boas coisas da vida, infelizmen­te, não estão à venda. Elegância é uma delas. Assim, para ser chi­que é preciso muito mais que um guarda-roupa ou closet rechea­do de grifes famosas e impor­tadas. Muito mais que um belo carro importado que vale alguns apartamentos.

Acredito que o que faz uma pessoa chique não é o que ela tem, mas a forma como se com­porta perante a vida. Acho chi­quérrimo quem fala baixo. Quem não procura chamar atenção com suas risadas muito altas (preciso me policiar), nem por seus imen­sos decotes mostrando os seios turbinados. Às vezes o volume é tão grande, que parece balão in­flado e nada fica muito elegante. Tenho pavor de quem conta van­tagens, mesmo quando estas são verdadeiras.

Sempre achei que ser elegan­te é atrair, mesmo sem querer, todos os olhares, porque se tem brilho próprio. Não fazer insinua­ções inoportunas, nem procurar saber o que não é da sua conta. Se esti­ver dirigindo, sempre parar na faixa e dar passagem ao pedestre e evi­tar se deixar le­var pela mania nacional de jo­gar lixo na rua.

Quando estiver em sua casa ou restaurante ao lado de alguém ele­gante, não abra vinhos diluídos, le­ves demais. Abra um vinho comple­xo, que mostra equilíbrio especial, com frescor, boa acidez, mine­ralidade, corpo e vo­lume e madeira sem exagero para não esconder outras características. O mercado vive de tendências e modas. Pes­soas que mentem, que não cum­prem sua palavra e têm postura fora de moda, corre. A tendência agora é encontrar pessoas mais elegantes, que falam baixo, sinceras, equi­libradas. Assim como o vinho, elegante, com equilíbrio. Fuja de vinhos e pessoas bou­chonée.

Chique mesmo é honrar a sua palavra, ser grato a quem o aju­da, correto com quem você se re­laciona e honesto nos seus negó­cios. É não fazer a menor questão de aparecer, ainda que você seja o homenageado da noite! Mas o que torna uma pessoa altamente ele­gante, antes de tudo, é se lembrar sempre de o quão breve é a vida e de que, ao final e ao cabo, vamos todos retornar ao mesmo lugar, na mesma forma de energia.

Portanto, não gaste sua ener­gia com o que não tem valor, não desperdice as pessoas interessan­tes com quem se encontrar e não aceite, em hipótese alguma, fa­zer qualquer coisa que não te faça bem. Gente bem educada é gen­te bem educada. Para mim, a ele­gância está ligada ao comporta­mento e não à roupa que se veste. O traje é muito importante, mas é a maneira de se apresentar que diz quem a pessoa é. Tem muita gen­te rica, mal vestida e deselegante.

A verdade é que ninguém é chique por decreto. E algumas boas coisas da vida, infelizmen­te, não estão à venda. Elegância é uma delas. Com certeza, a rou­pa é como uma segunda pele. Por isso, a pessoa precisa se encontrar e descobrir de fato quem ela é. A roupa é a extensão do pensamen­to. Nunca copie, seja você sempre.

A elegância pouco tem relação com aparência, porque o termo sig­nifica “apuro do porte e das manei­ras”. Por isso, tem muito mais a ver com aprimoramento pessoal do que com aparência, em fazer evoluir sua cota pessoal de engenho e inventivi­dade para estar no mundo.

Procuram-se vinhos com ca­ráter, nos quais se desejam cor­po e volume, mas conjugados com elegância e fineza, de for­ma que o consumidor possa optar por bebê-los ralos sem expressão, sem caráter, sem verdade, ou mais comple­xos com evolução de ca­ráter e amor pela vida e a terra onde a uva é planta­da. Lembre-se: a elegân­cia já vem do berço. No caso dos vinhos, é no vinhedo que você a define. No caso das pessoas é na educa­ção que ela define.

AS MAIORES TENDÊNCIAS DO VERÃO 2018

Misturei tendências da tempo­rada de verão internacional que ainda estão acontecendo. Das co­leções Resort e do street style para reunir algumas ideias que andam fazendo meu coração bater mais forte. Separei algumas apostas que conversam entre si e que podem – e devem – ser adaptadas ao esti­lo de cada um. Acredito em peças que vão durar muito mais do que uma estação e que, provavelmen­te, você já tem no seu armário.

Como não amar uma peça que consegue resolver o look por si só? Acessórios são sem­pre bem-vindos, mas o vestido que tem carinha de trench coat é muito elegante sozinho.

O amarelo também promete aparecer bastante, mas o poder do vermelho nos conquistou por aqui. E ainda dá para combiná-lo ao rosa e atualizar todas aquelas peças pink millennial que você andou comprando.

As listras surgem como look total, em vestido sou conjuntinhos, e em sua versão mais extravagante. São estam­pas grossas e de cores bem fortes.

VINHOS

Kosher

Kosher significa “adequado”, ou “apto”, em hebraico. Uma preocupação central é que o vinho consumido por judeus não pode ser produzido com o intuito de idolatria. Os vi­nhos Kosher são elaborados de acordo com alguns critérios, respeitando as regras determinadas pelo Kashrut, o conjun­to das leis judaicas relativas à alimentação. Somente videi­ras com mais de quatro anos de idade podem ser usadas na produção de vinhos Kosher. As vinhas devem descan­sar a cada sete anos, exceto se o vinhedo tiver mudado de proprietário, o que faria “zerar a contagem”. As cepas devem crescer sem intervenções. Admitem-se somen­te adubos orgânicos, desde que utilizados até um limi­te de dois meses antes da colheita. Os vinhos só podem ser engarrafados em garrafas novas, produzidas sob su­pervisão. De acordo com os preceitos judaicos, é neces­sário conhecer profundamente os fornecedores de cada insumo da indústria alimentícia, sabendo quem os pro­duz, de que maneira, e com quais matérias-primas. Por fim, a renda obtida pela comercialização de vinhos Ko­sher deve ter 1% de seu resultado financeiro revertido em prol da caridade. Ah, importante ressaltar: não há restrição para que qualquer pessoa possa tomar esse vinho, mesmo que não seja judia!

A minha dica para quem quer provar um vinho Kosher é a Hermon Height, que tem 30 anos de idade e fica localizada na fronteira com a Jordânia. Na taça o aroma é de fruta silvestre, notas de ervas como sálvia e tomilho. Na boca é macio, tem taninos maduros, corpo bem integrado mais leve. Um bom vi­nho para quem gosta dos Côtes du Rhône levinhos e frutados.

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