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ENTRETENIMENTO

Divergente e vinho

Esta semana terminei de ler o livro Divergente, da Veronica Roth. No livro, a população de Chicago é divi­dida em cinco facções, de acor­do com as características que acreditam ser as mais essenciais para um ser humano. São elas: abnegação, amizade, audácia, franqueza e erudição.

O que mais achei interessante foi o fato de que, após o término do livro, tinham mais 50 páginas de “bônus”! Uma entrevista com a autora, uma playlist para escutar enquanto lemos o livro, algumas perguntas sobre o livro, o mani­festo de cada uma das facções e um teste para sabermos em que facção cairíamos!

Eu sou uma divergente. Seria igualmente amizade e franque­za (respondi três de cada uma), e um pouquinho de erudição. Dentre elas, acredito que esco­lheria a amizade, com suas vi­das alegres e roupas coloridas!

Sentada em meu sofá liguei a playlist e fui me encantando com cada página, como se a autora es­crevesse para mim. Ia passando cada página sentindo o meu sofá como um divã. Fazia tempo que não lia um livro tão bom.

CASA DE DOM INÁCIO

Escrevendo “Prazeres à Mesa” na Casa de Dom Inácio, em Aba­diânia, no seu belo jardim, me vi de repente com vontade de falar sobre a vida e o amor. Dia 26 de outubro é meu aniversário e mi­nha sensibilidade está à flor da pele. Aqui escrevendo para vocês esperando o pôr do sol, por um se­gundo ele aparece, senti uma ale­gria enorme. Me deu uma vonta­de de viver ainda mais, com muito mais intensidade e comemorar a data do meu nascimento com muita luz. O pôr do sol me inspi­ra o desejo de partir para um oeste tão distante e belo quanto aquele onde o sol sumiu. A sua beleza é a razão pela qual vivemos.

Sou poeta e o que mais gos­to é estar em silêncio – um silên­cio repleto de sabedoria e de es­pírito... este impoluível silêncio em que escrevo e em que vocês, meus leitores, me leem. Me lem­brei de uma frase do Friedrich Nietzsche: “A melhor cura para o amor é ainda aquele remédio eterno: amor retribuído.”

Isso aí! Qualquer forma de amor tem que ser retribuído. Se­gundo a escritora Martha Medei­ros: “Solidão não se cura com o amor dos outros. Se cura com amor próprio.”

Fazer aniversário já madura é olhar para trás com gratidão e para frente com fé! Então, cada vez mais estou soltando as amar­ras. Afastando-me do porto segu­ro. Agarrando o vento em suas velas. Explorando. Sonhando. Descobrindo e sendo divergente!

GRUPO DIVERGENTE

Faço parte de um grupo de 12 mulheres todas divergentes. E por que nos intitulamos assim? Por­que encontramos alegria e reali­zação em fazer com que os outros fiquem felizes, seguros e saudá­veis. Acreditamos que o mundo seria melhor em um lugar em que o egoísmo não fosse tão difundido.

Nos sentimos em paz quando as pessoas em volta se dão bem. Gostamos de música e artes, e sor­rimos com facilidade. Nosso ob­jetivo é encontrar o tanto de fe­licidade quanto possível. Somos honestas e francas com todos, in­dependentemente de quão difí­cil isso possa ser e não importan­do em quais problemas isso pode nos levar. Preferimos ouvir a ver­dade, mesmo que ela machuque.

Acreditamos que se todos fos­sem honestos e francos, o mun­do seria muito melhor. Amamos uma dose de adrenalina e não deixamos que os outros ditem nosso comportamento. Fazemos o que acreditamos ser o certo, in­dependente da dificuldade ou de quão assustador seja. Acredita­mos que o mundo seria melhor se as pessoas não estivessem com medo de fazer o que é necessário para que as coisas deem certo.

Adoramos aprender coisas novas e tentamos entender como tudo funciona. Tendemos a to­mar decisões baseadas na lógica, e também no instinto ou nas emo­ções. Acreditamos que o mundo seria melhor se todos fossem bem educados e devotados a aprender a arte de amar.

VINHO E ESSÊNCIA

Meus leitores, ultimamente, minha visão é poética diante da vida. Assim vejo o vinho em cada taça. Às vezes nervoso e pungente, às vezes o sinto refrescante. Conse­quentemente, não é possível sim­plesmente dizer que tenho mais ou menos sensibilidade sensorial. Não há discussões sobre o valor de um vinho ou de uma vida, são simplesmente diferenças senso­riais emotivas.

Posso tentar e até mesmo conse­guir mudar sensibilidades aprecia­tivas e seu julgamento subsequente sobre o que é esteticamente impor­tante num determinado vinho ou no estilo da vida. Acredito que você tenha que prestar mais atenção à sedosidade da textura de um vinho, porque, segundo meus padrões, às vezes ele pode ter uma boa pontua­ção sem uma qualidade texturial. Mas, por outro lado, simplesmente não há espaço para argumentação quando se trata de um vinho duro e uma pessoa dura – são sensibili­dades parecidas.

Os padrões clássicos de vinhos sofisticados têm uma elegância tradicional e o que os contestam como sendo limitados são ultra­passados. A razão fundamental deste conflito tem sido a emer­gência de se adaptar à sociedade. Interessante isso, é que caminha­mos numa busca de nos mostrar e ser aceitos no social mesmo sen­do infeliz. Se quiser escolher uma boa garrafa precisa adquirir um pouco de conhecimento necessá­rio para navegar pelas complexi­dades do mercado e da vida.

Outros sentidos, como o tato e a visão, também são combinados nesse ponto para criar uma sen­sação unificada de união que é então concentrada na boca atra­vés do paladar. Sentimos a mes­ma coisa através do olhar, do to­que, do beijo. Vinho também pode ser divergente!

FIM

Como divergente sou corajosa, destemida e livre. Algumas pes­soas chamam de audácia de lou­cos. Bem, eu sou. Há poder no sa­crifício de si mesmo. Este jardim da Casa de Dom Inácio me ensi­nou tudo sobre o sacrifício real. Que deve ser feito de amor... que deve ser feito a partir da necessi­dade, não sem antes esgotar todas as outras opções. Que deve ser fei­to pelas pessoas que precisam de sua força, porque muitos não têm força suficiente. Assim, o conheci­mento em si não é mau. Feliz ani­versário para mim sendo divergen­te e com vinho complexo.

 CAÇAROLAS E VINHOS DA SEMANA

Quase ninguém discorda que uma das melhores coisas da vida é viajar. Se a viagem incluir um roteiro gastronô­mico, melhor ainda. Quem nunca fez uma lista de bares, restaurantes e feiras para conhecer em um destino de férias, não sabe o que está perdendo.

Uma das capitais do vinho na Amé­rica do Sul, Mendoza, na Argentina, une o útil ao agradável: vinhos, azei­tes e restaurantes com bom custo be­nefício. Ali é possível conhecer um dos restaurantes de Francis Mallmann (se você ainda não viu o episódio dele na série Chef’s Table, corra!) e visitar al­gumas das melhores vinícolas do país, como Rutini e Salentein.

É claro que ninguém precisa ir longe para comer e beber bem. No Rio de Ja­neiro existem bons restaurantes e estão cheios de novidades para a tempora­da. Petrópolis, Itaipava, Araras e o Vale do Cuiabá têm cerveja, truta, comida alemã e um número cada vez maior de chefs cozinhando por lá.

BIENNA

Em Goiânia a cidade está surpreen­dendo na arte da gastronomia. Ex­celentes restaurantes estão abrindo constantemente. Estive recentemente no restaurante Bienna, de carnes exó­ticas. O cardápio da casa conta com 48 tipos de carnes e cortes, incluindo as exóticas – como jacaré, rã, pato, coe­lho e javali –, além de verdadeiros ob­jetos de desejo, como a picanha, fraldi­nha, maminha, costela, tudo da linha Super Premium Nelore. Raridades no menu goianiense, como Wagyui (car­ne da raça japonesa também conhe­cida como Kobe Beef e considerada a melhor carne do mundo). Peixes, fru­tos do mar e cortes suínos também ga­nharam espaço num cardápio e fazem do Bienna o restaurante com maior va­riedade de carnes do Brasil. As carnes são servidas no sistema à la carte. Esti­ve lá alguns dias atrás, e fui muito infe­liz. A maioria dos meus pedidos foi re­cusada por falta de produto. Tive que escolher o que tinha na casa. Bife an­cho com acompanhamento de riso­to e batatas. A carne estava boa, mas os acompanhamentos muito ruins. O atendimento sofrível, falta treinamen­to na equipe, a carta de vinhos incom­pleta, pois estavam faltando muitos produtos na adega. Mas é compreen­sível, pois a casa tem poucos dias que está em funcionamento.

VINHO LIDIO CARRARO

Totalmente repa­ginada, a linha Faces, que brindou eventos mundiais – como a Copa do Mundo 2014 e as Olimpía­das 2016 –, conquis­ta o mundo. A via­gem começa pelo Chile e prevê ações em outros países da América Latina, mas a proposta a médio e longo prazos é con­quistar outros con­tinentes. Com foco na exportação, a Li­dio Carraro Vinícola Boutique aposta no projeto como forma de inaugurar sua filo­sofia purista em ou­tros terroirs do planeta.

O projeto de internacionalização co­meça com o Faces de Chile. São dois ró­tulos: Faces Cabernet Sauvignon e Faces Sauvignon Blanc, com uvas cultivadas às margens do rio Maule, província de Talca, no coração do Vale do Maule, se­guindo o método Purista da Lidio Carra­ro, ou seja, com a aplicação da ideologia de empregar a mínima intervenção para maximizar a expressão natural do vinho, neste caso em terroir chileno.

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