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Novo filme de Angelina Jolie trás ela de volta às telas em 'Aqueles Que Me Desejam a Morte'

Por Jake Coyle, AP

Taylor Sheridan, inicialmente contratado para reescrever o thriller Aqueles Que Me Desejam a Morte, aos poucos passou a investir mais no filme. Quando outro cineasta desistiu, ele ligou para o estúdio com uma oferta.

"Falei: se eu conseguir trazer Angie comigo, vou fazer a direção para vocês", diz Sheridan. "E eles disseram: ‘Ótimo. Só que você nunca vai conseguir trazer a Angie’".

O ceticismo por parte dos executivos da Warner Bros. era justificado. Angelina Jolie, cujas prioridades se centram na produção cinematográfica, no trabalho internacional e na família, não protagoniza um filme de live-action há seis anos. Na última década, seus únicos papéis principais foram em dois filmes, Malévola e À Beira Mar, que ela dirigiu e estrelou ao lado do então marido Brad Pitt.

Mas Sheridan chegou no momento certo. Passando por um divórcio doloroso e demorado, Jolie estava mais interessada num papel mais rápido e simples no set. E o papel de uma socorrista de Montana assombrada pelo trauma e pela culpa seria potencialmente catártico.

"Nas nossas vidas, todos temos momentos em que estamos arrasados E sofremos e não temos certeza se sobrou alguma coisa dentro de nós", disse Jolie, numa entrevista por Zoom, direto de Los Angeles. "Eu me identifiquei mais com uma parte dela, que sentia que ela não conseguia fazer muita coisa e não havia muito tempo. Estar nesta situação e ter um diretor sensível e, ao mesmo tempo, atento à experiência humana, ir lá e sentir tudo isso, mas também fazer de tudo para encontrar a sua força e seguir em frente - era realmente o que eu precisava naquela época", diz Jolie.

Aqueles Que Me Desejam a Morte, que estreia no dia 27 de maio nos cinemas nacionais, é uma anomalia por outros motivos também. É um filme de gênero, protagonizado por estrelas e feito por um grande estúdio que não se baseia em propriedade intelectual conhecida - o filme é baseado no livro de Michael Koryta, de 2014. Assim, como os filmes anteriores de Sheridan - A Qualquer Custo (Hell or High Water), Sicário (ambos os quais ele escreveu) e Terra Selvagem (que Sheridan escreveu e dirigiu) -, trata-se de uma história de sangue e justiça numa vasta e violenta paisagem americana.

"Soar millennial é muito a minha marca", diz Sheridan, rindo. "Mas o que é único é que fizemos isso dentro de um estúdio. É um filme de estúdio e eles confiaram na gente. Fizemos tudo como se fosse um filme dos anos 1970. E eles o promoveram como um filme dos anos 70. O maior elemento do século 21 é o fato de que você poderá ver no streaming ou ir ao cinema."

Em Aqueles Que Me Desejam a Morte, a Hannah Faber de Jolie encontra um menino de 12 anos (Finn Little) no deserto, fugindo de dois assassinos. A cena foi filmada no Novo México em maio e junho de 2019 - um mês depois que um tribunal declarou Jolie e Pitt legalmente separados. (A batalha pela custódia de seus seis filhos ainda está em andamento).

A neve ainda estava caindo nas montanhas. Além dos ambientes naturais, Sheridan ergueu uma floresta falsa e a incendiou. Jolie, estrela de Sr. & Sra. Smith, Salt e Lara Croft: Tomb Raider, fez muitas de suas cenas de ação. Sheridan, acostumado a fazer filmes em locações distantes, tinha poucos luxos a oferecer além de aquecedores em tendas e serviços de bufê majestosos. Ele alegremente relembra que a experiência foi terrível.

"Você sabe, a personagem meio que arrasta a Angie para um inferno emocional, e então eu a arrastei para um inferno físico", diz Sheridan, fazendo quarentena remota à beira de um lago em Ontário. "Foi assim que fizemos o filme."

"E eu me diverti muito o tempo todo", diz Jolie, sorrindo. Ela será vista em Os Eternos, da Marvel, da diretora de Nomadland, Chloé Zhao - outra cineasta atraída pelas novas histórias das velhas fronteiras americanas. Foi uma pausa na direção para Jolie que, na última vez, dirigiu First They Killed My Father, de 2017, um drama sobre o genocídio cambojano, que está na Netflix.

"Eu prefiro dirigir, mas atuar me dá mais tempo em casa", diz Jolie. "É um compromisso menor." Ainda assim, as chances de tais atuações estão diminuindo. A pandemia, diz Jolie, de 45 anos, tem sido um momento de reavaliação - e os filmes são uma prioridade cada vez menor.

"Eu meio que estava passando mais tempo em casa, apesar de tudo, por diferentes motivos familiares. Mas, se antes eu gastava metade do meu tempo no meu trabalho internacional, acho que agora vou gastar 80% do meu tempo. Vou trabalhar menos com filmes. Não abrir mão de nada, mas fazer muito menos", diz Jolie "Estou mudando mentalmente para uma fase diferente da minha vida."

Jolie é enviada especial do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados desde 2012. Ela aplaude o presidente Joe Biden e sua recente expansão nas admissões de refugiados nos Estados Unidos, mas vê a crise global piorando, especialmente à medida que os países que estão enfrentando a pandemia recuam na ajuda externa.

"Na última década, vimos os números dobrarem. Estamos olhando para 80 milhões de pessoas emigrando. Muitas dessas pessoas estão deslocadas por causa do clima e da maneira como ele está mudando, e isso vai continuar acontecendo", diz Jolie. "Se não levarmos a sério, veremos um colapso completo de muitas coisas para muitas pessoas. Ou, então, este pode ser o ponto de virada em que todos nos unimos." (Tradução de Renato Prelorentzou)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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