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21ª Mostra Tiradentes anuncia a seleção de 30

Redação DM

Publicado em 5 de janeiro de 2018 às 22:38 | Atualizado há 5 meses

Na sua 21ª edição, a Mostra de Cinema de Tiradentes, a ser rea­lizada entre os dias 19 e 27 de ja­neiro, exibirá 30 longas-metragens em pré-estreia na programação, divididos em seis seções temáti­cas: Aurora, Olhos Livres, Home­nagem, Chamado Realista, Praça e Mostrinha. Os filmes seleciona­dos pela dupla de curadores Cleber Eduardo e Lila Foster têm repre­sentantes de nove estados brasilei­ros: São Paulo (12), Rio de Janeiro (6), Minas Gerais (5), Paraíba (2), Goiás (1), Bahia (1), Pernambuco (1), Paraná (1) e Distrito Federal (1). Em nove dias de intensa progra­mação gratuita no Cine-Tenda, Ci­ne-Teatro e Cine–Praça, a 21ª Mos­tra Tiradentes se confirma como a maior plataforma de lançamento do cinema brasileiro contemporâ­neo, exibe filmes em pré-estreias mundiais e nacionais, títulos pre­miados e de destaque em festivais no Brasil e no exterior. A abertura, dia 19, sexta, às 21horas, no Cine­-Tenda, terá exibição da produção baiana Café com Canela, com di­reção Ary Rosa e Glenda Nicácio e atuação do homenageado desta edição, o ator Babu Santana.

“O público terá a oportunida­de de conhecer os caminhos ori­ginais e ousados da produção brasileira contemporânea sob as mais variadas vertentes, ampliar as perspectivas de compreensão da vida cotidiana assistindo aos fil­mes, participar de debates sobre os filmes com seus realizadores e pensadores ”, ressalta a coordena­dora geral da Mostra Tiradentes, Raquel Hallak.

A Mostra Olhos Livres chega ao seu segundo ano de realização com filmes que olham para seus temas no intuito de relacionar for­ma e conteúdo de maneira a pro­vocar fissuras na relação com o espectador e enriquecer a experi­ência de assistir a eles. São seis fil­mes que integram esta seleção e há desde a presença de veteranos em Tiradentes, como Cristiano Burlan (“Antes do Fim”), até nomes que já estiveram com curtas e agora vêm com seus longas, como em “O Nó do Diabo”, de Ramon Porto Mota, Gabriel Martins, Ian Abé e Jhésus Tribuzi. Há desde filmes de ob­servação, no limite entre a verda­de e a encenação, como “Fernan­do”, de Igor Angelkorte, Julia Ariani e Paula Vilela, até a abordagem de imigrantes colombianos em São Paulo, vistos em “Platamama”, de Alice Riff. Completam a Olhos Li­vres “Navios de Terra”, em que Si­mone Cortezão realiza uma es­pécie de aventura íntima em alto mar, e “Inaudito”, de Gregorio Ga­nianan, sobre o guitarrista Lan­ny Gordim, referência artística na transformação da música brasi­leira dos anos 1960. Os filmes da Mostra Olhos Livres são avaliados pelo Júri Jovem, composto por cin­co estudantes universitários sele­cionados durante a oficina de crí­tica de cinema realizada na 11ª Mostra CineBH (2017).

A curadora Lila Foster chama atenção para a dedicação extre­ma de alguns filmes nas imagens de beleza forte, expressivas e poéti­cas, em contraste com as imagens mais diretas e menos performa­das. “Talvez o tom geral seja bran­do em dramaticidade, com maior investimento nas sutilezas. Do do­cumentário observacional aos hi­bridismos vida/ficção, das esteti­zações subjetivadas ao cinema de terror social, a Olhos Livres 2018 não aponta caminhos, sequer saí­das, sequer sentidos únicos ou ab­solutos”, destaca a curadora.

Seguindo a temática da 21ª Mostra Tiradentes, a seção Cha­mado Realista reúne títulos em que acontecimentos de amplo apelo público, arrancados direta­mente dos noticiários e das discus­sões em voga na sociedade brasi­leira dos últimos anos, tornam-se referência paras as escolhas for­mais dos filmes. Temas como fe­minismo, violência, política, pro­testos, segregação e manipulação midiática aparecem em “A Moça do Calendário”, de Helena Ignez; “Operações de Garantia da Lei e da Ordem”, de Julia Murat e Miguel Antunes Ramos; “Apto402”, de Dellani Lima; “Era uma Vez Bra­sília”, de Adirley Queirós; “Arábia”, de João Dumans e Affonso Uchôa; e “Nóis por Nóis”, de Aly Muritiba.

Na Mostra Homenagem, a ce­lebração ao ator carioca Babu Santana reúne quatro filmes: as pré-estreias nacionais “Café com Canela”, de Glenda Nicácio e Ary Rosa (que será o longa de abertu­ra, na noite do dia 19 de janeiro, no Cine-Tenda), e “Bandeira de Reta­lhos”, de Sérgio Ricardo; e dois su­cessos marcantes na carreira de Babu, a cinebiografia “Tim Maia” (2012), de Mauro Lima, e o drama social “Uma Onda no Ar” (2002), de Helvécio Ratton.

Repetindo a bem-sucedida experiência do ano passado, a Mostra Praça irá promover ses­sões comentadas pelos realiza­dores após as exibições dos fil­mes. “Foi pensando nas diversas formas deste diálogo em praça pública que selecionamos os do­cumentários de 2018, todos eles regidos pela intensidade de seus personagens. Cada filme nos en­sina algo sobre as lutas políticas do presente e do passado ou so­bre o trabalho de artistas que viveram intensamente os dile­mas de seu tempo, sendo a arte a mediação fundamental do seu engajamento no tempo vivido”, destaca a curadora Lila Foster.

Para tanto, foram seleciona­dos para a Mostra Praça “Escolas em Luta”, de Eduardo Consonni, Rodrigo T. Marques e Tiago Tam­belli, sobre o movimento de ocu­pação das escolas públicas em São Paulo; “Camocim”, de Quentin Delaroche, que acompanha uma campanha política no interior de Pernambuco sob o ponto de vista de uma militante; “Todos os Pau­los do Mundo”, de Gustavo Ribei­ro e Rodrigo de Oliveira, que ra­diografa afetivamente a trajetória do monumental Paulo José; “Por Parte de Pai”, em que Guiomar Ra­mos retoma uma história íntima e familiar; e “Torquato Neto – Todas as Horas do Fim”, de Eduardo Ades e Marcus Fernando, que radiogra­fa o impacto do grande nome da contracultura brasileira.

A Mostra Aurora, dedicada a filmes de cineastas com até três longas-metragens no currículo e que apostem na experimentação e no risco, tem este ano sete pré­-estreias, que serão avaliadas pelo Júri da Crítica: “Madrigal para um Poeta Vivo” (SP), de Adriana Bar­bosa e Bruno Mello Castanho; “Imo” (MG), de Bruna Schelb Cor­rea; “Ara Pyau – A Primavera Gua­rani” (SP), de Carlos Eduardo Ma­galhães; “Dias Vazios” (GO), de Robney Bruno Almeida; “Baixo Centro” (MG), de Ewerton Belico e Samuel Marotta; “Lembro mais dos Corvos” (SP), de Gustavo Vi­nagre; e “Rebento” (PB), de André Morais. “Alguns filmes se pautam pela relação no espaço e pela me­lancolia com esse espaço”, afirma o curador Cléber Eduardo. “A Au­rora continua a demonstrar a di­versidade autoral de uma nova ge­ração de realizadores, algo que já aparecia entre os inscritos de um modo geral e se fez presente na re­lação dos selecionados”.

A programação reserva espa­ço especial também para toda a família. A criançada vai ter diver­são garantida na Mostrinha, com a exibição de dois filmes que têm sido grande sucesso por onde pas­sam: a animação “Historietas As­sombradas”, de Victor Hugo Bor­ges, e a aventura infantojuvenil “D.P.A – Detetives do Prédio Azul”, de André Pellenz e derivada da sé­rie de TV homônima.

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