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Abra o vinho, o importante é festejar a vida!

Redação DM

Publicado em 11 de janeiro de 2018 às 00:34 | Atualizado há 5 meses

No outro dia, estava com meu amigo Fer­nando, um importante empresário, num restauran­te no Rio de Janeiro, e vimos um vinho daqueles incríveis e caros. O garçom logo pergun­tou se queríamos aquele rótu­lo para acompanhar o pedido. E o meu amigo, de imediato, disse: “Abra o vinho, o impor­ta é festejar a vida!”

Ele me contou que conhe­ceu um grande empresário que mantinha uma adega mi­lionária de vinhos. Um dia, ele o convidou para um jantar e para seu espanto foi servido um vinho sem presença, me­diano. Ele ficou espantado e comentou com um amigo que tinha achado estranho já que ele era um grande detentor de vários rótulos caríssimos.

A esposa envergonhada lhe pediu desculpas e disse que nem a família usufruía da ade­ga. Para sua surpresa, dois me­ses se passaram e quando en­controu o empresário, estava doente, a evolução da doença foi rápida e o empresário veio a falecer. Sua esposa depois de um certo tempo desceu até a adega e abriu um Château La­tour. Se deliciou com o vinho e percebeu que o tempo que es­tava com ele, nunca tinha de­gustado prazeres de vinhos únicos. Quando se deu con­ta, olhou em volta, percebeu que pela segunda vez ela tinha descido ao local. Não tinha di­mensão do labirinto cheio de gôndolas de vinhos que conti­nha na adega. Ela caiu no cho­ro quando percebeu o tempo que perdeu com ele e que po­deriam terem curtido a com­panhia um do outro e terem vivido coisas incríveis.

Fernando contando a histó­ria, fiquei imaginando os cor­pos entorpecidos pelo vinho e taças derramadas entre se­xos na adega. Deliciando-se do amor. Degustação em for­ma de beijos. Satisfazendo de­sejos pela realização do amor à luz de velas naquela adega. O que adiantou ele guardar os vinhos? O que ele perdeu de abrir uma garrafa Château La­tour com sua esposa e dividir a felicidade com ela? Ele foi para o caixão, e não levou sua ade­ga. Então, leitor, vamos abrir o vinho. Não importa a safra, o que importa é festejar a vida em cada gole. Porque daqui al­gum tempo bens materiais não vão trazer mais satisfação.

O que importa a esta altura são os chamados “fatores não materiais”, tais como compa­nheirismo, famílias harmonio­sas, relacionamentos amoro­sos, e uma sensação de se viver uma vida significativa. Saber dar valor para as coisas mais simples. Tudo o que você pre­cisa é de vinhos e ótima com­panhia. Um vinho dá força ao coração. No final, Fernando me disse: “Vamos curtir este bom vinho, essa maravilhosa trilha sonora, este excelente lu­gar e vamos pensar no novo e arrebatador amor para a nossa vida.” Caímos na risada.

Depois de algumas taças de vinho e muitas risadas, Fernando me pergunta o que desejo para este ano, e eu de pronta, respondi: quero na primavera andar com o amor lado a lado! Cantarmos juntos entre as colinas! Seguirmos as pegadas da vida, que são as violetas e as margaridas! E be­bermos vinho, acumulado nos barris, em taças feitas de cris­tal de amor. É isso que uma poeta sonha. E ainda acredi­to que eu vá realizá-lo. Porque não perco meu sorriso, quero que o amor venha como chu­va no coração dos amantes de vinho, livros, música, sentir o vento entrar no carro e gritar para Deus o quanto sou privi­legiada e que me traga o amor e saiba inundar-me e que sai­ba ser meu abraço.

Leitor, escrevendo para você sobre este almoço, coloco mi­nha essência despojada e es­cancaro a leveza que aprendi a viver. Como boa escorpiana, era muito intensa, hoje entrego o meu coração para o univer­so, se sou merecedora de um amor, ok, se não, me isento de viver conflitos no meu coração. Muitos devem estar se per­guntando, o que tem isso a ver com vinho? Tudo! Com vinho: a vida avança prazerosamente mais devagar.

Pessoas mais felizes são aquelas que devotam um tem­po à família e aos amigos, cul­tivando e desfrutando des­ses relacionamentos; sentem regularmente gratidão pelas coisas boas da vida; frequen­temente são as primeiras a ajudar os outros; praticam o otimismo quando vivem o pre­sente e evitam ficar se compa­rando aos outros; não contam vantagens ou bens materiais para aumentar sua satisfação com a vida; e expressam suas competências-chave e seus valores pessoais, se amando, caminhando com mais leveza na vida e dedicando-se a uma meta maior. Dê valor às pesso­as enquanto elas estão por per­to, pois saudade não será mo­tivo suficiente para que elas voltem. Você se considera uma pessoa feliz? Se não, procu­re sentir a arte do viver e ame. Amar com amor. Sem medida. Sem pudor, com uma taça de vinho sem gelo, por favor.

Como diz Thais Machado Gomes de Souza: Adi Vinhar: “Ato de adicionar ao vinho a nostalgia de um amor. Refe­re-se ainda a habilidade de sentir e criar a cena: fechar os olhos, inspirar, imaginar e reiniciar.” Não perca tempo! Não adie seus sonhos. Abra a garrafa, não importa se é caro ou não, tome as atitudes certas, se arrisque, a vida não é eterna, nós ainda vamos cair, errar, amar, sofrer, mas seguir em frente. Não deixe o vinho ser uma peça rara de museu na sua adega. Viva o hoje e acredite que hoje você pode fazer diferente. O que a gente tem é o agora.

O QUE VESTIR PARA UM JANTAR ROMÂNTICO

O que vestir para um jantar romântico em casa ou no res­taurante da sua escolha. É ób­vio que o tipo de lugar e a vibe do jantar é que vão determinar o dress code (‘código de traje’, isto é, a produção visual que ex­pressa se a roupa é de recepção ou apenas um chique urbano). Se você vai fazer o tal jantar na sua casa, saiba que é você quem determina o dress code. E se você, sei lá por que quiser que ele seja black tie, sem proble­ma, que seja. Mas não esqueça de avisar à pessoa que você está convidando que é o caso. Por­que você, ao abrir a porta vesti­do de James Bond e ela de jeans, camiseta e salto vai ser um bal­de de água fria logo de entrada.

Mas via de regra, um jan­tar romântico pode variar en­tre algo tipo esporte fino/pas­seio e social/passeio completo. Não acho que para um jantar em casa você precise usar ter­no com gravata. A não ser que você queira dar este tom. Mas acho que é bom usar um outfit (traje) que ecoe que não é um jantar qualquer na sua casa, do tipo estou com uma roupa que em casa fico. Ou seja, dê uma arrumada caprichada no look. Como se fosse jantar fora, num lugar legal e tal.

Acho chic calça (jeans, chino, de alfaiataria, de veludo cotelê) com camisa com ou sem gra­vata e mais um suéter, sweater vest, colete ou cardigan com um tênis, docksider, mocassim, de­sert boots, bota, abotinado, sa­pato de couro ou de camurça de amarrar. Com ou sem meias.

JANTAR

Nunca, nunca convide al­guém para um jantar românti­co se depois for falar com ela só por mensagens de texto. Nun­ca. Ainda que goste de cozinhar, o momento tem que ser lúdico, portanto, fuja de frituras ou re­ceitas que requeiram “esperar” o ponto “ou possam desandar” como maioneses, chantillys, cremes muito delicados. Prefi­ra pratos de massa com molho de tomates frescos. Pode prepa­rar o molho com antecedência e harmonize com um bom vi­nho tinto. Se for servir uma en­trada, nada melhor do que cas­tanha de baru com sal grosso moído e geleia de pimenta com espuma Pinto Bandeira da Au­rora. Nunca corte a massa. Ela deve ser servida inteira e al den­te, não precisa de faca. Alguns apoiam a massa com colher, não gosto. O importante é usar o garfo e iniciar pegando a mas­sa pelas bordas, assim as quan­tidades serão menores e você não ficará com a boca cheia de massa ou ela pendurada. Nun­ca converse com boca cheia. A pick-up tem de ser de extremo bom gosto. Uma dica, se estiver conectado na internet, ligue na rádio Smoopt FM. Um luxo aos nossos ouvidos.

 

 

Caçarolas e Vinhos

Uma das formas mais fá­ceis para ter um contato com outras culturas é pela gastronomia. São Paulo está bem servida nesse aspecto: centenas de restaurantes de imigrantes deram um char­me à cidade. Selecionei dois locais para se encantar na mistura incrível de cachaça com araque, tomar um ma­ravilhoso suco de gengibre, provar nhoque de banana da terra, homus com castanhas.

AL JANIAH

O casarão é um char­me, de esquina no Bixiga. Dá para tomar drinques como o Palestina Libre (invenção da casa que leva o destilado árabe araque, cachaça, zátar e pimenta biquinho), ver como é feito o pão sírio, comer um fala­fel macio ou experimentar o Da Janiah – prato com homus, shawarma (carne em fatias assada no espe­to) e castanha de caju.

BIYOU’Z

Fica na Alameda Barão de Limeira, na região central da cidade. A cozinha é comanda­da pela chef Melanito Biyou­ha, de Camarões. O restauran­te é decorado com máscaras nas paredes amarelas e me­sinhas de madeira, servindo pratos do seu país e também de Angola, Gana, Nigéria e Se­negal. No cardápio, um item chama a atenção: trata-se do fufu, massa substancial de milho ou arroz. Tipo uma po­lenta, ela é servida com guisa­dos de carne, peixe ou frango, cozidos num delicioso molho de amendoim, acompanhados de banana da terra.

 


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