Entretenimento

Aves da resistência

Diário da Manhã

Publicado em 15 de abril de 2018 às 01:23 | Atualizado há 5 meses

Hoje, às 15 horas, em mais uma edição da sé­rie Domingo no Circo, que acontece no Circo Lahe­tô, o primeiro grupo de coco goiano vai compartilhar com o público um momento im­portante da carreira. Os Pas­sarinhos do Cerrado está co­memorando 12 de existência e 10 anos do primeiro show de coco. Durante este tempo de estrada, o grupo formado por Rodrigo Kaverna, Bruna Jun­queira, Cléber Reizim, Milca Francielle e Nádia Junqueira, já aprontou muito coisa. Com a meta de difundir as raízes da cultura popular unindo o coco nordestino à folia, o quinte­to traz no som, na postura e parcerias lições de resistência.

Até agora a estrada é frutífe­ra. Foram dois álbuns em que tiveram como parceiros nomes como Juliano Holanda, Siba, Bongar e Lucas dos Prazeres. Viajaram muito e chegaram até à África do Sul, nos principais festivais de cultura popular do País e em mais de 15 cidades Brasil afora. E vem mais por aí. Este ano, o grupo se prepa­ra para lançar o primeiro DVD chamado “Origens”, que foi gra­vado ano passado durante o En­contro de Culturas da Chapada dos Veadeiros e será lançado no semestre que vem.

Este trabalho, que mês passa­do chegou às plataformas digitais Deezer, Spotify e Itunes, inclui to­das as músicas do mais recente e homônimo álbum do grupo “Ori­gens”. Tem também duas faixas do primeiro CD do quinteto “Coco de Folia” e traz ainda como sur­presa a faixa inédita “Opinião”.

ENCONTRO

Para a data festiva, fazem um show convidando os índios Ful­ni-ô de Águas Belas (PE). Eles são guardiões do toré, ritmo indíge­na que dá base ao coco, e tam­bém participaram da gravação do DVD “Origens”. E com a par­ticipação dos Funil-ô no show de logo mais, fica ainda mais clara a aproximação do grupo com os povos originários do Brasil.

Tal influência indígena, bem verdade que nasceu com o gru­po, no entanto, no álbum “Ori­gens” a pesquisa entre a músi­ca dos índios se intensificou e o resultado foram quatro faixas inspirada em algumas etnias, como os Fulni-ô e os Krahô, por exemplo.

De acordo com Nádia Jun­queira, dividir experiência com os povos indígenas, especial­mente com os Fulni-ô, é moti­vo de grande honra e alegria, já que o encontro representa para o grupo não só um momento cultural e artístico, mas também como um ato político.

“Além de serem grandes can­tores e guardiões do toré, que é a base do coco, eles são a resistên­cia neste País que a gente vive onde as minorias são diariamen­te destituídas de seus direitos e também de suas vidas. O geno­cídio que começou em 1500 ain­da não acabou. O povo Fulni-ô re­siste com sua cultura, seu canto, sua luta e tê-los no palco é mos­trar que eles não são apenas nos­so passado, mas nosso presente e futuro. A briga deles também deve ser de todos nós, e levá-los ao palco e mostrar isso ao povo goianiense é uma possibilidade de termos mais gente nessa bri­ga”, argumenta a cantora.

PASSARINHOS DO CERRADO CELEBRA 12 ANOS – SHOW NO “DOMINGO NO CIRCO” COM INDÍGENAS FULNI-Ô

Quando: Hoje, a partir das 15 horas

Onde: Circo Lahetô

Ingresso: R$10 reais

 

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