Banda Chá de Gim lança novo single
Redação
Publicado em 28 de abril de 2018 às 00:34 | Atualizado há 7 anos
A Chá de Gim lança seu novo single Preto Velho hoje (28), que irá compor junto com a Canção do Futuro o segundo álbum da banda. Depois da psicodelia urbana do primeiro single, a nova música retorna ao calor do sertão. A nova canção será lançada oficialmente em um show gratuito, no Espaço Sonhus.
Diego Wander, vocalista da banda, descreve o sentimento criativo de sua composição: “Escrevi essa música quando tive meu primeiro contato com o terreiro. Uma das primeiras entidades que falou comigo foi Preto Velho. Quando ele veio trocar ideia, toda aquela angústia embolada na minha garganta foi dissipando e eu me senti muito acolhido com o que ele me falou, muito mais tranquilo do que quando eu entrei lá. Aí cheguei em casa e escrevi a música com aquele sentimento de paz, tranquilidade”. O diálogo do Preto Velho com o jovem lembra os gritos, sábios da tradição africana, aconselhando e confortando os meninos moços sobre a vida: penosa, mas fecunda.
A Chá de Gim hoje é reconhecida como uma banda de MPB e psicodelia que adentra as raízes da cultura brasileira. Aliando o tradicional e o novo, percorre os ritmos de todas as regiões do País, por isso, não forma sua plateia na superficialidade temporal, mas encontra por onde passa uma parcela de fãs cativos. Está na estrada com fé e muita garra, ajudando a manter viva e lúcida a cena alternativa da música brasileira. É formada atualmente por Alexandre Akires (bateria), Bernardo Rodrigues (voz e contrabaixo), Caramuru (guitarra, voz e violão) e Diego Wander (voz e percussões).
Entre os elementos da cultura afro-brasileira presentes no single Preto Velho, como o som do berimbau, executado por Pompilio Machado, do grupo Samba Matuto, estão a releitura de uma cantiga de capoeira, que forma uma ladainha, puxada por Carlos Brandão, com coral de vozes femininas, formado por Abigail Rodrigues, Ísis Ribeiro, Larissa Andrade e pelas integrantes do grupo Cocada Coral Flávia Carolina, Nathalia Kaule e Sarah Menezes, que trouxeram a experiência de pesquisa em ritmos dançantes tradicionais brasileiros e encabeçaram coro.
Nas atividades do terreiro são oferecidos vários tipos de prenda aos orixás, entre as quais a música, o que torna os filhos de Ogum tão especiais. Os tambores em ritmo ijexá embalam danças, rodopiando saias brancas nas festas a axé. Sob essa influência de ritmos do terreiro, Caramuru faz um som de violão que leva a um sentimento de bem-estar, bonito de ouvir. E Alexandre na bateria usa um tambor principal, criando a impressão de leveza, mas com balanço, sem exageros, suave, mas com precisão. Alguns toques de agogô dão colorido a esse embalo ijexá de origem africana tão aclamado pelos grandes nomes da MPB, como Gilberto Gil, Djavan e Clara Nunes.
O trabalho técnico vem com a produção musical, mixagem e masterização de Vinícius Fraga, no Awen Studio. Os bons resultados de gravação custaram dois meses de atividades intensas no Estúdio Sonoro, com Lucas de Castro, acompanhando e auxiliando em todo o processo. A gravação da Ladainha, parte final da música, foi produzida e dirigida por Caramuru, guitarrista da banda, e gravado pelo estúdio particular de Bruno Brogio, ex-integrante da banda. “Assim, ao ar livre, sob o canto de passarinhos, em frente ao lago, e com esse coro feminino, foi muito diferente da primeira vez que gravamos, além das vozes femininas trazerem um brilho especial à música”, comenta Bernardo, contrabaixista. Isso ocorreu nos fundos do Cabaret Voltaire, com apoio logístico de Babidu, artista plástico e produtor cultural.
SOBRE A BANDA
A banda Chá de Gim surgiu há três anos no cenário da música goiana. Não é à toa que os jornais ressaltaram o meteórico crescimento dela em matérias sobre o álbum Comunhão. A música Benzim alcançou a quinta posição da playlist Viral 50 do Spotify logo que foi lançada, ficando à sua frente apenas quatro sucessos populares e, até o momento, já foi tocada mais de 490 mil vezes por assinantes desse serviço digital de música. O Globo, do Rio de Janeiro, apontou a Chá de Gim como uma das melhores bandas alternativas do País. Teve participação significante em importantes festivais da cidade de Goiânia: ganhou o primeiro lugar no IV Festival Juriti de Música e Poesia Encenada (2014) e alcançou o segundo lugar no Festival Canta Cerrado (2015) do Sesi e TV Anhanguera. Apresentou-se em 2017 no projeto Grande Hotel Vive o Choro, no Canto da Primavera, no projeto Goiânia em Cena e no 7° Goiânia Canto de Ouro.
O primeiro álbum Comunhão apresenta diferentes referências, como a presença marcante da sonoridade nordestina, a exemplo de Dominguinhos, Gonzagão, Alceu Valença e Jackson do Pandeiro, assim como também é notável a influência de ícones do rock, como Led Zeppelin, Pink Floyd e Beatles. Há outras referências de artistas da música brasileira reconhecidos por sua independência em termos de gênero musical, como Tom Zé, Ave Sangria, Caetano e Júpiter Maçã.
A independência de gênero é motivo de grande satisfação para os integrantes da banda. O primeiro single Canção do Futuro, que irá compor novo CD, lançado em 2017, é um exemplo marcante do característico e desejável gênero desconcertante da banda concretizado em seus arranjos. Canção do Futuro e agora Preto Velho são extremos que singularizam a diversidade da vida musical da Chá de Gim.
SHOW CHÁ DE GIM – LANÇAMENTO DO SINGLE “PRETO VELHO”
Direção Musical: Luiz Fernando Chaffin
Data: sábado – dia 28/04
Horário: 20h
Local: Espaço Sonhus (Rua 18, esq. c/21, nº 10, Setor Central)
Apoio: Lei de Incentivo à Cultura e Prefeitura de Goiânia
Entrada franca