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Banda Eddie apresenta “Mundo Engano”

Redação DM

Publicado em 27 de fevereiro de 2018 às 01:09 | Atualizado há 8 anos

Como em uma edição cine­matográfica dos momen­tos queridos, a Banda Eddie acaba de lançar “Mundo Engano”. Produzido por Pupillo Menezes, do Nação Zumbi, sétimo álbum do grupo recorda, em 10 faixas, época em que os integrantes olhavam para as festas com o sotaque cosmopo­lita dos anos 2000, característico da cultura urbana popular olindense. Nesse clima, de sonhar o passado para alcançar o futuro, encontram outros sons e possibilidades. “Esse trabalho está muito próximo da nos­sa identidade, mas, de alguma ma­neira, tentamos não repetir nossos êxitos anteriores. A gente quer sem­pre evoluir e renovar a nossa própria música”, ressalta o vocalista Fábio Trummer.

Entre as participações especiais, nomes que acrescentaram novas técnicas ao projeto. Entre eles, Or­questra de Frevo Henrique Dias, o Jorge Du Peixe, Tiné (backing vo­cal), Ganga Barreto (backing vocal), Martin Mendonça (violões de aço), Guri Assis Brasil (violão de 12 cor­das), Everson Pessoa (violão de 7 cordas), Frederica Bourgeois (flau­ta), Nilson Amarante (trombone), Maurício Fleury (teclados) e pró­prio produtor, Pupillo, na bateria.

“A Correnteza”, faixa que inicia o disco, inspira-se na obra de Cartola e, também, em “Trabalhadores do Mar”, de Victor Hugo. Na sequência, “O Mar Apaga” abre roda para um samba surf, beira de praia.

Partindo para uma canção po­pular e de groove sofisticado, “Do­bra Esquina” é um pouco do Cari­be, Nordeste e rock and roll. “Essa letra fala sobre a vontade de encon­trar um grande amor e dividir tudo que acontece em nossas vidas com a pessoa desejada”.

“Girando o Mundo” homenageia o carnaval de rua e faz um retrato de tudo aquilo que move a festa. Traz o retrato de um casal vivendo a di­versidade da folia e, principalmen­te, a embriaguez da felicidade que ela proporciona.

“O Mar Lá Fora” tem lembranças dos veraneios e pequenos momen­tos que duram para sempre. É um mergulho, de mãos dadas, na água transparente, nos amores amadu­recidos ao sol, nas férias, frente ao mar, que aquecem o coração por toda a vida.

Inspirada no livro “Encostado em Meu Rancor”, do João Antônio, “Brooklin” tem um beat mais mar­cado, quase Hip Hop, que é uma for­te inspiração para a track. A narrati­va é de uma cidade dos imigrantes e populares durante suas jornadas individuais por trabalho, moradia, oportunidades e, principalmente, igualdade. Tudo isso, em São Paulo.

“Medo da Rua”, uma regravação do Trummer Super Sub América, evidencia o terror da violência, a aversão de classes e a política do medo exibida, em rede nacional, todas as tardes nas emissoras de TV e Rádio.

A próxima composição, “Vivo Tendo Fogo”, é estimulada no for­ró nordestino e nas letras de ragga­mufin. Não há intenção de formar opiniões ou passar alguma mensa­gem. Single é uma espécie de trava­-línguas, onde as palavras repetidas transformam o sentido em melo­dia, melodia em interpretação de sentido. Uma homenagem que vai de Pato Banton ao Genival Lacerda.

O poema “Para Iemanjá”, de Mar­celino Freire, foi convertido em mú­sica para denunciar os maus tratos que os oceanos sofrem pela ação, desequilibrada e inconsciente, dos seres humanos. O resultado é um samba torto à la Eddie, com violão de 7 cordas, transformando o traba­lho em um manifesto das lutas que travamos por um meio ambiente mais saudável para nosso futuro.

Fechando, “De Pouco em Pou­co” expressa, em poesia, o senti­mento de perder uma pessoa im­portante. Aquela que, jamais, poderá ser substituída.

Com quase 30 anos de estrada, a Banda Eddie, formada por Fábio Trummer (Guitarras & Voz), Ale­xandre Urêa (Percussão & Voz), An­dret Oliveira (Trompetes, Teclados & Samplers), Rob Meira (Baixo) e Kiko Meira ( Bateria), segue costu­rando velhos e novos acordes, “pas­sos combatentes vencendo as esca­darias”. Em “Mundo Engano”, “os pés derivam em novos rumos.”

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