Cancioneiro do século XXI
Diário da Manhã
Publicado em 12 de janeiro de 2018 às 21:34 | Atualizado há 4 meses
A sociedade goiana das últimas décadas pode ser reconhecida nas letras de canções sertanejas. As narrativas desses cancioneiros miram na relação amorosa, porém os fatos que influenciam essas histórias a acontecer estão conectados sempre com o passado histórico do cidadão goiano. Uma sociedade precisa de um narrador, alguém que consiga fazer do fato histórico uma representação dos sentimentos, criando um laço de identificação entre passado e presente. Em Goiás, atualmente, alguns artistas cumprem essa função mesmo sem uma ideia anterior ou um plano. Viver em Goiás, transitar pelas estradas, conversar com as pessoas que moram na região há muitos anos, todos esses detalhes acabam servindo de motor para o processo criativo. Consequentemente, o artista captura um pouco da realidade, quando analisa sua rotina e dos que o cercam.
O cantor e compositor Diego de Moraes realiza shows e apresentações há mais de 10 anos, aliando música e poesia, sendo talvez um dos cantores que conseguem demonstrar o que é ser brasileiro, goiano, morador de Senador Canedo nos anos 2000. Cuiabano de Goiás, cantautor e várias outras alcunhas servem para definir (ou indefinir) quem é Diego. Sem muito esforço, na verdade, com muita sutileza, ele consegue provocar a curiosidade histórica no público, talvez pela experiência como professor e historiador.
Neste sábado (13/01) o cantor e compositor se apresenta no Mercado Popular da 74, na região central de Goiânia, dentro do projeto “Sons do Mercado”. O repertório dessa apresentação passeia por algumas canções autorais de Diego e interpretações musicais próprias de artistas da música brasileira, como Raul Seixas, Belchior, Odair José, Os Mutantes, Titãs, Cazuza e outros. Ao lado de Diego de Moraes, também se apresentam na banda formada por Fernando Cipó (guitarra), Brunno Prudente (baixo) e George Augusto (bateria). Os músicos se apresentam com Diego na maioria dos seus shows, alguns fazem parte da banda Pó de Ser, onde Diego é um dos vocalistas.
O MASCATE
Diego de Moraes é um dos músicos goianos que traçaram os primeiros passos nos Teatros Pyguá e Yguá, no Centro Cultural Martim Cererê, próximo à virada do século XXI. De lá até aqui, lançou os discos “Parte de Nós”, junto com a banda Sindicato; o disco “A.C.”, assinado como Diego Mascate; “A Dança da Canção Incerta”, com a banda Pó de Ser. Além do projeto solo e da banda, Diego também faz parte da dupla sertaneja Waldi & Redson, ao lado do músico Chelo, do coletivo mineiro Porcas Borboletas.
A carreira de Diego tem diversos pontos altos, situações que colocariam vários artistas da atualidade com certo recalque. Já dividiu o palco com Jards Macalé, no Festival Bananada, abriu a apresentação de Rita Lee, no Festival Internacional de Cinema Ambiental (Fica) em 2011, participou do Grito Rock, Vaca Amarela, Goiânia Noise e outros festivais. Foi considerado pelo jornal inglês Guardian UK como um notável representante da “nova MPB”. Diego também realiza trabalho no teatro ao lado do Grupo Bastet. A peça Vamos a La Praia tem trilha sonora de Sérgio Pato e Fernando Cipó, e Diego interpreta um clown e mistura representação e show musical ao vivo.
10 ANOS
No ano passado completaram-se 10 anos desde o lançamento do seu EP de estreia, “Reticências”. O disco conta com cinco músicas compostas por Diego e representa o marco inicial da sua carreira musical. Toda a diversidade estética do trabalho de Diego está contida nesse primeiro disco e cada vez mais explícita quando se passa de um trabalho para outro, como o próprio autor diz na letra da canção Amigo: “Eu sempre tento ser um pouco diferente.”
DIEGO MASCATE NO “PROJETO SONS DE MERCADO”
Dia 13 de janeiro de 2018
Horário: das 20h às 22h
Local: Mercado da 74 – Centro
Entrada franca