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Cyberbullying, um risco para os jovens

Redação DM

Publicado em 14 de fevereiro de 2018 às 21:11 | Atualizado há 7 anos

O que antes era tido como uma brincadeira entre amigos e aceito por pais e professores transformou-se em um proble­ma de proporções gigantesca. Crianças e adolescentes estão sendo humilhados continua­mente nas escolas, nas ruas e, principalmente, no meio virtual, as chamadas redes sociais.

São vítimas do bullying (pala­vra em inglês que significa intimi­dar, amedrontar), quando acon­tece no colégio, por exemplo, e cyberbullying, quando as agres­sões são feitas na internet, em e-mails e posts. Segundo pesqui­sa da ONG Plan, 69% das vítimas do bullying tem entre 12 e 14 anos.

“O bullying é uma forma de agressão física ou psicológi­ca sempre intencional, às ve­zes, repetidamente. Pode ser de uma pessoa ou de várias tendo como vítimas uma pessoa ou diversas; acontece nos mais di­versos lugares da comunidade. Nos últimos anos vimos o nas­cer do cyberbullying que pas­sa a existir como ferramenta de agressão nos meios eletrônicos. Na verdade, o bullying, embora esse nome tenha surgido na dé­cada de 1980, é uma prática, in­felizmente, secular”, constata o pediatra Claudio Barsanti, pre­sidente da SPSP (Sociedade de Pediatria de São Paulo).

Segundo Barsanti, estudos apontam que essa prática já se transformou na mais comum forma de violência entre crian­ças e adolescentes. “O bullying e o cyberbullying tornaram-se um problema de saúde pública, pois temos visto até suicídio de ado­lescentes que foram vítimas des­se tipo de agressão”, destaca.

Em geral, as vítimas são aque­las que apresentam alguma dife­rença com os demais do grupo. Essas diferenças podem ser psico­lógicas, físicas ou biológicas. São tímidas ou pouco sociáveis, tem baixa autoestima, o que agrava a situação. São incapazes de reagir e não reclamam por medo de fi­carem sem acesso à rede. Os agre­didos podem desenvolver doen­ças como angústia, ataques de ansiedade, transtorno do pânico, depressão, anorexia e bulimia.

Com a internet, o bullying passou de restrito a poucos para atingir um público incontável, pois as redes sociais dissemi­nam as agressões de maneira in­controlável e com muita rapidez, além de permanecer nos meios virtuais para sempre.

“A principal diferença entre o bullying e o cyberbullying é que no segundo existe a falta ideia do anonimato, mas o cyberbullying pode ser caracterizado como cri­me e os pais podem ser responsa­bilizados”, explica Barsanti.

Já o agressor, ressalta, o presidente da SPSP, se sen­te mais importante e podero­so quando pratica esse tipo de ação. “O agressor tem dificul­dade em assumir os proble­mas e os esconde agindo des­sa maneira. Ele é incapaz de dialogar e pode ter sido vítima antes de se tornar um agres­sor”, informa.

Além da vítima e do agressor, o bullying precisa de um tercei­ro personagem para sobreviver, o espectador, aquelas pessoas que assistem aos vídeos, leem os posts, riem das vítimas e di­vulgam as agressões. Mas Bar­santi adverte que “as mensa­gens podem ser utilizadas em juízo como prova de crime con­forme previsto na lei 13.185, de 2015”.

 


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