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Dance na rua, no bar e onde der

Redação DM

Publicado em 15 de fevereiro de 2018 às 22:49 | Atualizado há 6 meses

A comunicação é uma das ações humanas que ve­mos nos mais diversos espaços. Seja na fala, no dese­nho ou até num gesto simples, um movimento do corpo, basta ter os olhos disponíveis para ler e entender o que se diz. Comuni­car não só entre si, mas também com o próprio espaço a sua vol­ta e também com o que está por dentro de algum objeto ou pes­soa. Podemos considerar uma cicatriz como comunicação: al­guém dizendo que se machu­cou, mas levantou em seguida. A dança é a máxima da comuni­cação corporal. É a pele em mo­vimento, contando uma histó­ria ou apenas demonstrando a importância do silêncio. É o cor­po existindo e pedindo atenção para essa existência, ocupando um espaço que é seu. A próxima edição da Mostra Paralelo 16º de Dança, realizada entre os dias 16 e 25 de fevereiro, traz essa novi­dade: ocupar espaços não con­vencionais com dança.

O evento ocorre em três ei­xos de apresentações, divididas da seguinte maneira: cena aber­ta, realizado nas ruas de Goiânia; cena livre, realizada nos teatros; e o cena proibida, destinado ao público maior de 18 anos e será realizada no Hermeto Bar e no Teatro Goiânia. O público pode assistir aos espetáculos gratuita­mente, porém o evento promove uma campanha de arrecadação de mantimentos para a Vila São José Bento Cottolengo, na cida­de de Trindade, em Goiás, e pede a doação de um quilo de alimen­to não perecível. A programação também conta com aulas pú­blicas e oficinas, mas o cadastro para participar deveria ser feito antecipadamente.

O Paralelo 16º é uma realiza­ção da Quasar Cia de Dança, da Associação Quasar de Cultura e da Arte Brasil Eventos. O projeto foi contemplado pelo Fundo de Arte e Cultura do Estado de Goi­ás, por meio da Seduce/Governo de Goiás e conta com o patrocí­nio da Caixa Econômica Federal – Governo Federal. A diretora e idealizadora do Paralelo 16º, Vera Bicalho, afirma que nesta edição a proposta é invadir a cidade e se apropriar da arquitetura e dos es­paços urbanos, estando presente em bares e na cena noturna da ca­pital. “São espetáculos nas ruas e praças, e espetáculos que conver­sam com a cidade e espetáculos apresentados em espaços alterna­tivos, que se infiltram nos espaços underground”, conta Vera.

ESPETÁCULOS

Nesta edição da Mostra Para­lelo 16º se apresentam os grupos e coletivos de dança: Cabaré Rosa Grená (GO); Virtual Cia. de Dança (São José do Rio Preto/SP); Nôma­des Grupo de Dança (GO); Grupo PlanoP (GO); Balé do Teatro Cas­tro Alves (BA), Grupo Contempo­râneo de Dança (GO); Giro 8 Cia de Dança (GO); Nalini Cia. de Dan­ça (GO). A última noite conta com uma apresentação especial duran­te o encerramento. O Grupo Pablo Rotemberg, da Argentina, se apre­senta no Teatro Goiânia o espetá­culo “La Wagner”, aclamado pela crítica em diversos locais do mun­do. A faixa etária para o “La Wag­ner” é para maiores de 18 anos.

O espetáculo traz quatro mu­lheres representando quatro Val­quírias, acompanhadas pela música de Richard Wagner, ata­cando, com a difícil tarefa, de de­sarmar estereótipos e denun­ciar preconceitos relacionados a feminilidade, violência, sexua­lidade, erotismo e pornografia. “É um espetáculo extremamen­te forte, impactante, que trata de questões pertinentes ao univer­so feminino, suas lutas, anseios, desejos, sexualidade, violência. Trata de questões humanas pro­fundas e íntimas através de um espetáculo de contrastes. Há um choque entre a banalidade e o su­blime, o irreverente e o consagra­do”, define Vera Bicalho.

13 ANOS

A Mostra de Dança Contem­porânea nasceu no ano de 2005 e desde então é uma referência para artistas e público da dança produzida em Goiás, no Brasil e alguns locais do mundo. “Uma mostra profissional como esta, que já entrou no calendário na­cional dos eventos brasileiros de dança, reverbera conhecimen­to através dos espetáculos e suas produções, fazendo com que to­dos possam ter outras referên­cias de dança. Os artistas tam­bém se beneficiam dessa troca, através do aprimoramento pro­fissional, estético, criativo e téc­nico. Além disso, o Paralelo 16º, desde sua primeira edição, pro­cura formar o público da nos­sa região para o que vem sendo produzido no cenário da dança mundial”, conclui Vera Bicalho. (Confira uma entrevista com a diretora da mostra na página 7).

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