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Desenhos no palácio

Diário da Manhã

Publicado em 7 de junho de 2018 às 23:53 | Atualizado há 5 meses

Desde 2016, o Festival Inter­nacional de Cinema e Ví­deo Ambiental (Fica) ele­ge um artista plástico de goiano para representar a identidade vi­sual do evento, realizado na cidade de Goiás. Neste ano, os traços ex­pressivos de Marcelo Solá trazem um aspecto intrigante ao festival. A tela 1999 (título que homenageia o ano de criação do Fica – que com­pleta 20 anos em 2018) foi escolhi­da para ilustrar o festival. O anún­cio foi feito em 18 de março pela secretaria da Educação, Cultura e Esporte Raquel Teixeira. Solá tem uma forte relação com a antiga ca­pital do estado, e vivia na cidade no ano em que o festival foi implanta­do. Além de receber a homenagem da Seduce, Solá ganhou uma expo­sição com vários de seus trabalhos no Palácio Conde dos Arcos.

A obra principal, um desenho fei­to em papel, tem 150 por 180 centí­metros e faz referência a vários mo­numentos importantes da cidade, como a Igreja da Boa Morte, a Cruz do Anhanguera e ao chafariz de cau­da. Marcelo nasceu em Goiânia, no ano de 1971, e é um dos maiores nomes a representar a arte contem­porânea do Estado. Suas obras são inspiradas principalmente nos acon­tecimentos corriqueiros do cotidia­no, e expressa uma forte tendência à arquitetura e a expressão de sentidos que as construções que marcam a paisagem visual das pessoas é capaz de transmitir. O artista já afirmou em entrevistas que tem como referência o conterrâneo Siron Franco, e que se não fosse artista seria arquiteto.

No ano de 2016, o homenageado do Fica foi Rodrigo Godá, que nas­ceu em Goiânia nos anos 1980, e se expressa através de imagens colori­das e cheias de detalhes, símbolos e artifícios lúdicos. Suas obras convi­dam o público a escanear com os olhos cada centímetro quadrado da tela, em busca de novidades inespe­radas, e mostram uma percepção minuciosa do espaço e do tempo em geral. No ano passado, o pintor e desenhista (também goianiense) Pitágoras Lopes foi escolhido para a homenagem. Outro nome de peso da arte contemporânea de Goiás, apresenta visões sátiras da estética humana. O artista, que tem reco­nhecimento internacional, passa­ram a ficar mais expressivos a partir dos anos 1990, quando abandonou o teatro para se dedicar integral­mente às artes visuais.

FOTOGRAFIA

Além de abrigar a exposição de­dicada à obra de Marcelo Solá o Pa­lácio também abre espaço para a obra de três fotógrafos. Marcelo Dio­nizio é o responsável pela mostra Trocando Olhares – aves dos bio­mas brasileiros, que traz um olhar sobre várias espécies curiosas que habitam o cerrado, como o Urutau, famoso por se camuflar em meio aos troncos das árvores. Muitos di­zem que o Urutau é um pássaro tris­te, por conta de seu canto, que se assemelha com “foi, foi foi…” e des­perta o surgimento de várias lendas. Enquanto isso, na sala de entrada, os fotógrafos Gillian Lash e Rosa Be­rardo expõem seus registros de na­tureza do Canadá. Rosa também é cineasta e professora da Universi­dade Federal de Goiás e professo­ra convidada da Universidade do Quebec, no Canadá.

PALÁCIO

A primeira sede oficial do go­verno de Goiás foi construída em meados da década de 1750 por Dom Marcos de Noronha, conhe­cido como Conde dos Arcos. A ca­pitania de Goyaz foi criada em 1748 pelo Rei Dom João de Portugal, e o prédio foi edificado para receber o Conde, que foi o primeiro gover­nador do Estado, ocupando o car­go de 1749 até 1755. O palácio só ficou pronto no governo do suces­sor de Noronha, Álvaro Xavier Bo­telho de Távora. O edifício tem qua­renta cômodos, e até a construção de Goiânia recebeu 98 governan­tes. Em 1987, no governo de Hen­rique Santillo, o espaço adquiriu um novo status, e passou a ser um centro cultural, com o objetivo de incentivar criações artísticas e a vi­sitação dos turistas.

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