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Dragão da Cracóvia

Diário da Manhã

Publicado em 12 de maio de 2018 às 00:55 | Atualizado há 4 meses

Parte importante da mitologia polonesa, o Dragão Wawel, segundo a lenda, aterroriza­va os moradores de Cracóvia, se­gunda maior cidade da Polônia, destruindo casas e comendo as crianças. Desesperado para resol­ver o problema, o Rei Krakus ofe­receu a mão de sua filha Wanda ao homem que fosse capaz de derro­tar a criatura. Uma das representa­ções mais conhecidas desse mito é a estátua do dragão, que fica em frente ao complexo arquitetônico de Wawel. Uma das qualidades mais chamativas dessa atração é que o design da estátua é adapta­do para que ela solte chamas pela boca. O combustível utilizado é o gás natural. Recentemente, essa função foi modernizada, e os vi­sitantes podem ativar as chamas do dragão via SMS.

Em artigo para o site The Vin­tage News, o autor Sam Dickson traz mais informações sobre esse importante monumento da cida­de de Cracóvia. “Dragões têm um papel proeminente nas narrativas folclóricas da Idade Média. Em muitas instâncias, eles eram de­senhados nos mapas para apon­tar áreas inexploradas, e possivel­mente perigosas”, explica. “Muito tempo depois, os dragões conti­nuam presentes no mundo, apare­cendo em inúmeros filmes e des­critos através de esculturas em vários países. Muitas grandes ci­dades têm orgulho de possuir al­guma estátua de dragão”. Segundo o autor, em Cracóvia, especifica­mente, existem muitos deles, o que torna a cidade um local de interesse para os fanáticos des­sa temática.

A escultura foi criada em 1969, e de lá para cá passou por algu­mas modificações. “Nos primei­ros formatos do Dragão Wawel, havia uma fonte, que foi modifi­cada para uma nova, mais autênti­ca e que expele fogo”. A última mu­dança significativa veio em 2013, e tornou a estátua mais interati­va. “A última atualização permite que as pessoas ativem as chamas enviando uma mensagem SMS”. Essa função aumentou conside­ravelmente o número de turistas que visitam o monumento, que, segundo Sam Dickson, trouxe um sabor de folclore em meio à paisa­gem moderna da cidade. O autor desta obra, Bronislaw Chromy – um renomado escultor polonês – faleceu em 2017, aos 92 anos. Ele também foi professor na Escola de Belas Artes de Cracóvia.

Após ser concluído, o Dragão teve que esperar três anos para co­nhecer o público. “A data comu­mente mencionada sobre a inau­guração é 1972”. A obra mede seis metros, foi feita de bronze e colo­cada na sombra do Castelo Wawel. De acordo com as lendas locais, ele vivia em uma caverna próxima às margens do Rio Vistula. O desafio do Rei Krakus foi aceito e cumpri­do por um sapateiro astuto cha­mado Skuba. “O homem despistou o dragão colocando um cordeiro que tinha enxofre na barriga per­to da caverna onde vivia o dragão. A criatura foi rápida em devorar a isca e, logo depois, sua sede ficou insuportável. Desesperado, ele be­beu tanta água do rio que explodiu. Depois disso, o rei cumpriu a pro­messa, e casou Skuba com sua fi­lha”, conta Dickson.

LENDAS E SUPERSTIÇÕES

Para deixar a lenda ainda mais intrigante, os supostos restos mor­tais do dragão entraram na histó­ria. “Existe uma estranha união de ossos gigantes expostos na en­trada da Catedral Wawel. A lenda diz que esses ossos pertencem ao dragão morto por Skuba”, conta o autor. Existem várias superstições em torno da ossada. “Como eles nunca foram submetidos a ne­nhuma análise, não existe uma certeza sobre a origem da relíquia. Mesmo assim, muitas pessoas acreditam que eles têm poder de proteção”. Segundo o texto, é co­mum que muitas pessoas acredi­tem que os ossos do dragão pro­tegeram a cidade de Cracóvia de ser destruída durante a Segun­da Guerra Mundial – período em que várias outras cidades da Po­lônia ficaram em ruínas.


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