Goiânia veste O Terno
Diário da Manhã
Publicado em 11 de julho de 2018 às 21:18 | Atualizado há 4 meses
A s próximas duas noites oferecem vários motivos de comemoração para os fãs goianos da banda O Terno. O trio paulista formado em 2009 apresenta seu trabalho mais recente (Melhor do que parece, 2016) pela primeira vez em Goiânia na sexta-feira, a partir das 20h, no Teatro Goiânia. Na noite de hoje, o vocalista e guitarrista do grupo, Tim Bernardes, que lançou seu primeiro disco solo no ano passado, apresenta o show Recomeçar, no mesmo horário e no mesmo local. A banda vem de uma recente apresentação no festival Lollapalooza Brasil 2018, um dos mais importantes eventos musicais do planeta. Paralelamente, o projeto solo de Tim, Recomeçar, cruzou recentemente o Oceano Atlântico para apresentações lotadas em Portugal.
De acordo com o texto de divulgação do evento, o primeiro trabalho solo de Tim, voltado principalmente ao folk e ao pop, ganhou amplitude e divulgação internacional através da internet. “Recomeçar teve lançamento em streaming e CD em setembro de 2017. Desde então, esteve nas principais listas de melhores do ano, consolidando Tim como um dos grandes compositores de sua geração. Fora do Brasil o trabalho também recebeu reconhecimento, com críticas elogiosas nos veículos franceses Liberation e Le Monde.” Os usuários da comunidade musical Rate Your Music definem a música de Recomeçar como introspectiva, melancólica, suave e romântica. De fato, o trabalho tem uma postura bem diferente da eletricidade presente na obra da banda O Terno.
A inspiração, de acordo com a divulgação, vem do pop orquestral e psicodélico dos anos 1960, sintetizado por artistas como Brian Wilson, uma das cabeças por trás do clássico Pet Sounds, da banda Beach Boys. Recomeçar também é um atestado de maturidade musical, onde Tim Bernardes se apropria de várias etapas criativas. “Nas 13 faixas de Recomeçar Tim gravou violões, vozes, guitarras, baixo, bateria, piano e outras bugigangas; pensou os arranjos orquestrais de cordas, sopros e harpa e, ainda, assinou a produção e a mixagem – à la Brian Wilson brasileiro”, explicam. O texto também fala de uma narrativa em comum entre as músicas, onde cada faixa se comporta como uma peça da história geral.
O TERNO
Com uma sonoridade das famosas bandas de garagem dos anos 1960 e 70, a banda O Terno fez sua estreia no mercado fonográfico através do álbum 66, lançado em 2012. A própria capa e o título já denunciavam as influências: a sonoridade primitiva do rock psicodélico. A fundação do grupo arquitetou-se em 2009. Tim Bernardes, Guilherme D’Almeida e Victor Chaves apresentavam covers dos Mutantes, Beatles, Kinks e afins. Com o lançamento independente de 66, chamaram a atenção da mídia nacional. O Jornal O Globo, por exemplo, classificou o trabalho como “um dos mais impressionantes discos de estreia de uma banda brasileira”. O CD também foi incluído na lista de fim de ano da revista Rolling Stone entre os 25 melhores.
Ainda em 2012 participaram do Prêmio Multishow, vencendo na categoria Clipe do Ano com o vídeo feito para a música 66. Em 2013 participaram do primeiro elenco de bandas do selo Risco, gravadora independente fundada por Gui Jesus Toledo e Guilherme Giraldi. Colaboraram com Tom Zé no EP Tribunal do Feicebuqui, lançado no mesmo ano, e concorreram novamente no prêmio Multishow, desta vez na categoria Melhor Música, com Harmonium. O segundo álbum, autointitulado, foi lançado em agosto de 2014. O projeto foi financiado de forma coletiva, e a arrecadação foi feita através da plataforma Catarse, primeiro espaço para crowdfunding virtual do Brasil. O álbum possui 12 músicas e é totalmente autoral.
Em 2016 deram um passo ainda mais largo, com o disco Melhor do que parece, que teve ainda mais visibilidade internacional. Cleber Facchi, em publicação para o site Miojo Indie, declarou que “a melancolia lentamente toma conta da nova música produzida pelos integrantes d’O Terno”. No site MonkeyBuzz, o autor André Felipe de Medeiros falou do processo de renovação contido na obra. “Há muita personalidade ao longo de todo o disco, e esse acaba sendo um dos principais pilares de seu sucesso. Ainda que tracemos diversos paralelos entre sua música e aquelas feitas nos últimos 50 anos, ainda existe um quê de frescor em cada uma das faixas aqui apresentadas, mesmo nas que parecem frutos diretos de canções anteriores.”
Data: 12 de julho, quinta-feira
Horário: 20h
Local: Teatro Goiânia – Avenida Tocantins, 503, Setor Central
Ingressos: de R$ 40,00 (meia-entrada) a R$ 80,00 (inteira)
Classificação etária: Livre
AMANHÃ
O Terno com metais no Teatro Goiânia
Data: 13 de julho, sexta-feira
Horário: 20h
Local: Teatro Goiânia – Avenida Tocantins, 503, Setor Central
Ingressos: de R$ 55,00 (meia-entrada) a R$ 110,00 (inteira)
Classificação etária: Livre