Gretchen vence processo contra Google e Youtube por vídeos que a associavam a demônios
Redação Online
Publicado em 28 de junho de 2025 às 13:40 | Atualizado há 6 horas
A cantora Gretchen obteve vitória judicial contra o Google Brasil, responsável pelo YouTube, após ser alvo de vídeos ofensivos que utilizaram inteligência artificial para associá-la a figuras demoníacas e expressões pejorativas. A sentença foi proferida no dia 23 de junho de 2025, acolhendo pedido formulado em 2024 por seus advogados.
Nos vídeos, a imagem e a voz de Gretchen foram manipuladas para apresentá-la com títulos como “imperatriz de Gomorra”, “prefeita de Sodoma” e “profeta da lascívia”. As montagens ainda sugeriam que ela lideraria uma suposta “cidade dos pecadores sexuais”, numa narrativa construída com o objetivo de ridicularizar e desqualificar sua figura pública.
A juíza responsável pelo caso entendeu que houve violação aos direitos da personalidade e determinou a remoção definitiva dos vídeos, bem como o fornecimento dos dados de identificação dos responsáveis pelas publicações, incluindo endereços IP e demais registros disponíveis nas plataformas.
A decisão estabelece que o uso de inteligência artificial para criar conteúdos falsos ou degradantes envolvendo pessoas reais é passível de responsabilização judicial, inclusive para os provedores que hospedam esse tipo de material. No caso concreto, o tribunal reconheceu que o Google Brasil falhou em adotar medidas eficazes para conter a disseminação das imagens, mesmo diante da gravidade das acusações e do pedido formal da artista.
A sentença é mais um marco no debate sobre os limites éticos e jurídicos da tecnologia no ambiente digital. A defesa de Gretchen sustentou que a exposição da artista nesse tipo de conteúdo violava não apenas sua honra, mas também sua integridade moral e identidade digital.