Mais sobre o Bazar Oió e o histórico lançamento do livro Alameda dos Buritis
Redação
Publicado em 26 de novembro de 2017 às 00:16 | Atualizado há 4 meses
A vida literária do meu confrade na Academia Goiana de Letras, Alaor Barbosa dos Santos, seu início passa e muito pelas paredes do memorável Bazar Oió, de Olavo Tormin, cuja trajetória foi lembrada pela Coluna na edição de domingo passado. Alaor postou-me um e-mail, cujo conteúdo reforça a importância do comércio varejista cultural do Bazar Oió para a história cultural de Goiás, a seguir reproduzido:
Estimado Ubirajara: bom dia!
Parabéns pela sua matéria de hoje. O Bazar Oió merecia. Olavo Tormin foi, nos anos de 1950 e 1960, um grande benfeitor da cultura goiana, em especial da literatura, com a livraria (Bazar Oió), com o Jornal Oió, e com a editora Oió, que lançou alguns livros importantes, inclusive, se não me engano, a segunda edição de Ermos e Gerais, primeiro lançamento da Editora Oió. Fui amigo dele e de toda a família da esposa dele, a família Hermano: Rosinha (minha colega no Liceu), Manduca (um dos melhores zagueiros do futebol brasileiro), Alcyone Abrahão (que depois se revelaria valorosa escritora), Manoel (talentoso ilustrador, meu amigo no Rio, na Revista Goiana, da Associação Goiana, Edson (meu colega de prisão, no 10º BC), Amália (a quem ajudei, em 1957, em pesquisas históricas na Biblioteca Nacional e na Associação Goiana (e o marido, Maximiliano da Mata Teixeira, também atingido pela Ditadura Civil-Militar no cargo de desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás).
Comecei a frequentar o Bazar Oió em 1955, aos 14 anos de idade, quando vim estudar em Goiânia. Lá comprei muitos livros e conversava com escritores que admirava. O Oió era uma das três livrarias de Goiânia: as outras duas eram a Livraria O Popular, na Avenida Goiás, e a Livraria Vanguarda, na Anhanguera. O Bazar da família Scartezini surgiria na Rua 4 nos anos de 1960.
Em 1957, me tornei assíduo colaborador do Jornal Oió (textos meus apareceram em todos os números), que ajudei a divulgar no Rio de Janeiro, onde eu estudava e onde colaborava também no Suplemento Literário do Jornal do Brasil e na Revista Goiana, da Associação Goiana, editada e dirigida por João Carneiro de Castro Vaz.
Em 1964, no dia 20 de julho, lancei no Oió meu primeiro livro de contos, Cidade do Tempo, com a presença dos principais autores goianos residentes em Goiânia: Bernardo Élis, Eli Brasiliense, Domingos Félix de Souza, Regina Lacerda, Oscar Sabino Júnior, Miguel Jorge (que estava também aparecendo), Gilberto Mendonça Teles, Haroldo de Brito, etc. Ático Villas Boas Motta fez um discurso. Em 1968 (o Bazar Oió transferido para a Avenida Goiás), lancei meu livro Confissões de Goiás.
Quando Olavo Tormin foi vítima das perseguições políticas que tanto o amarguraram, me mantive leal à minha amizade a ele: sempre que pude, eu a expressei, publicamente. Abraços do Alaor.
O histórico lançamento de livro Alameda dos Buritis – Moradores Pioneiros – Goiânia (GO) – décadas de 1940 e 1950
Obra escrita a quatro mãos pela arquitetaeescritoraNarcisaAbreuCordeiro e pelo desembargador aposentado e escritor Rogério Arédio Ferreira, com a colaboração de Ana Carolina D’Abreu Carvalho Pires, filha de Narcisa, e com a minha curadoria literária será lançada na sede da Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás, no próximo dia 5.
Por conhecer intimamente o conteúdo do livro, com segurança posso afirmar, sem qualquer distante possibilidade de exagero, que a obra enriquece sobremaneira a historiografia goianiense. Mais sobre a Alameda, a Coluna contará na sua edição de 3 de dezembro.