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Mochila nas costas, pé na estrada

Diário da Manhã

Publicado em 6 de abril de 2018 às 00:37 | Atualizado há 4 meses

As “caravanas” é parte da tradição do povo brasilei­ro. Esse caráter nômade, do nordestino fugindo da seca, do boiadeiro guiando o gado e outros motivos. Circular esse pe­daço de terra que não nos define, mas ao mesmo tempo é parte do nosso significado. Entre os me­ses de abril e maio, três grupos de teatro de Goiânia se espalham pelo Brasil com apresentações. Os coletivos são o Bastet, Farân­dola e Poesia que Gira, sendo Santo Antônio de Goiás a primei­ra cidade visitada, entre os dias 6, 7 e 8 de abril. O projeto conta com recursos do Fundo de Arte e Cultura de Goiás, Seduce, Go­verno de Goiás e com a produção da Plano V Eventos.

Da cidade de Santo Antônio de Goiás, no interior do Estado, as companhias de teatro partem em direção a Cavalcante e Jataí. O projeto também prevê apre­sentação em outros federações brasileiras, com apresentações na cidade de Mauá, no Rio de Ja­neiro; em Brasília, no Distrito Fe­deral; em Porto Nacional, no To­cantins; em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul e, por fim, na cidade de São Paulo.

Os idealizadores do projeto acreditam que a circulação pode colaborar para a visibilidade do teatro goiano em outros Estados. Além disso, permite um contato com grupos regionais e artistas e produtores de outras localidades, permitindo uma interação mais real no futuro. Os coletivos de teatro também se influenciam, sendo que as apresentações de cada compa­nhia tem alguma influência (mes­mo que mínima) dos outros gru­pos. Confira abaixo uma pequena descrição de cada espetáculo:

 

QUANDO SE ABREM OS GUARDA-CHUVAS – FARÂNDOLA TEATRO:

Um poema cômico sobre o envelhecer. O monólogo “Quando se abrem os guarda-chuvas” tem a atuação de Fer­nanda Pimenta, que também é coautora da obra. Um tra­balho que nasceu junto com o Farândola Teatro, no ano de 2011. A direção é da espanhola Elena Diego e a dramatur­gia do carioca João Pedro Fagerlande. Um trabalho de tea­tro físico e poético, que é ao mesmo tempo melancólico e cômico, lírico e áspero, contundente e apaziguador. A orali­dade é o ponto de partida da personagem Conceição, uma viúva de mais de 70 anos, que se relaciona com o público de uma maneira calorosa, falando de seu dia a dia de pes­soa idosa, que viu seu mundo se transformar aos poucos. A espevitada figura fala em futuro, em desejos, em como se relaciona com um mundo cada vez mais veloz e tecnológi­co, e certifica a audiência de sua autonomia e capacidade de se apropriar de tudo isto, inclusive de sua vontade de no­vamente amar. Dona Conceição contracena com suas me­mórias e com personagens que estão do outro lado da liga­ção ou das redes sociais. Ou seja, quando Dona Conceição abre seu guarda-chuva é tão somente para sair mundo afo­ra, caminhando em direção a um futuro que ainda pode lhe reservar muitas surpresas.

 

A HISTÓRIA É UMA ISTÓRIA – GRUPO BASTET:

Uma comédia de Millôr Fernan­des. Um espetáculo questionador e atual, que aborda a evolução do ho­mem de forma crítica e reflexiva, derrubando os mitos, questionando os ídolos e ridicularizando os “gran­des” feitos da humanidade, contan­do-os pela ótica dos excluídos, ex­plorados e derrotados. O poder do espetáculo está no encontro com o espectador. Corrupção, explora­ção do sexo, a miséria humana, a canalhice dos poderosos, a aliena­ção das massas. Tudo isso contado pelo Grupo Bastet, que há 15 anos inquieta-se na criação de obras so­bre o mundo que alcançamos e so­bre o mundo que sonhamos.

 

RATO DE BIBLIOTECA – CIA. DE ARTE POESIA QUE GIRA – 50 MINUTOS – CLASSIFICAÇÃO: LIVRE

Uma Ratinha, ávida lei­tora, e uma Traça, muito sa­bichona e gulosa, são as pro­tagonistas desta trama, que faz uma defesa divertida do hábito da leitura. O enredo mostra que as duas são mo­radoras de uma biblioteca pública que está prestes a fechar por falta de leitores. Preocupadas com seus fu­turos, elas vão armar os mais mirabolantes planos para defender seu lugar de vida e de cultura. O público se torna cúmplice da do estratagema. As atrizes Thaíse Monteiro e Fernanda Pimenta cantam, dançam, tocam instrumentos e se apropriam do circo e do teatro para lembrar o público sobre o poder e a importância dos livros. O espetáculo está em cartaz desde 2012.

 

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