Entretenimento

O som do mangue do Mundo Livre S/A

Diário da Manhã

Publicado em 15 de junho de 2018 às 22:14 | Atualizado há 5 meses

Os grandes nomes da músi­ca brasileira também mo­vimentaram a cena regio­nal em busca do novo. Um sacudir de poeira, que serve para dar mo­vimento aos ossos, e também au­mentar o fluxo sanguíneo do cé­rebro. A escalada para o “sucesso”, como muitos falam, é difícil e pre­cisa de um esforço cada vez mais novo. Para conquistar um lugar entre os mais ouvidos da música brasileira é preciso antes demons­trar uma mudança interessante. Foi assim no ano de 1984 no nor­deste brasileiro. Na beira-mar de Candeias, local místico desse País, Fred Zero Quatro, Renato L. e Chi­co Science se sentaram com o in­tuito de criar um manifesto a favor da música e da cultura da região. Assim nascia o Manguebeat e o Movimento Mangue, com bandas­-chave do nosso tempo, como, por exemplo, o Nação Zumbi com Chi­co Science e o Mundo Livre S/A.

O Movimento Mangue, ba­sicamente, prega a universali­zação e atualização da música pernambucana. De fato, os me­tais, os tambores e a essência do mangue correram pelo Brasil na voz de Chico Science. Existe até quem diga que a morte do voca­lista, em 2 de fevereiro de 1997, foi como um chute no saco do movimento, que deixou esse es­tilo novo um pouco capenga. Um erro grotesco, tendo em vista que boa parte dessas bandas conti­nua em atividade e, o mais im­portante, lançando discos.

A banda Mundo Livre S/A, do Recife, Pernambuco, lança nes­te ano o disco A Dança dos não Famosos. Uma canção que faz parte do CD foi divulgada recen­temente. Composta em 2017, A Maldição (das páginas que não vira) relembra, de forma alegó­rica, os 10 anos do trágico episó­dio ocorrido em uma das prin­cipais faculdades de tecnologia dos Estados Unidos da Améri­ca, quando o estudante coreano Cho Seung fuzilou dezenas de colegas antes de tirar a própria vida. O atentado teve uma co­bertura massiva da mídia, sen­do que a TV NBC fez uma trans­missão ao vivo do fato.

A MALDIÇÃO

A música foi lançada junto com um vídeo editado por Leo D. O cli­pe é composto por caligrafias ile­gíveis, como a dos fanzines xe­rocados na décado de 80 e 90, produzidos a próprio punho pelo vocalista e violonista da banda, Fred Zeroquatro. A música teve gravação de Djalma Rodrigues e Rodrigo Catita no estúdio Caso­na, mixagem e masterização por Leo D e Adriano Duprat, no estú­dio Mister Mouse, e produção de Leo D, P3dro Diniz e Zeroquatro. O Mundo Livre hoje é Zeroquatro (voz, violão e guitarra), Xef Tony (bateria) P3dro Diniz (baixo), Leo D (teclados e programações), Pe­dro Santana (percussão).

MONSTRO DISCOS

O novo disco da Mundo Li­vre S/A será lançado pela Mons­tro Discos, de Goiânia. O grupo já teve produções pelo selo, em 2005, quando lançou o disco Be­badogroove Vol. 1. A canção e o vídeo, divulgados recentemente, fazem parte do disco A Dança dos não Famosos, que será lançado no segundo semestre deste ano. O ál­bum promete um som mais agres­sivo e experimental, mas não abre mão da veia dançante. A temáti­ca explora desde existencialismo, mitos religiosos e degradação éti­ca, até tirania corporativa e geo­grafia humana, tudo com abor­dagem pós-punk.

Criada em 1998, a Monstro Discos é um acontecimento mu­sical no Estado de Goiás. Com 20 anos de atividade, o selo já lan­çou mais de 180 títulos, incluin­do CDs, compactos em vinil, fitas K7, VHS, DVDs e álbuns 100% di­gitais. O catálogo da Monstro en­globa bandas e músicos goianos, do Norte, Sul, Sudeste e outras re­giões do País, bem como produ­ções da gringa.

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