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Redação DM

Publicado em 3 de janeiro de 2018 às 23:59 | Atualizado há 6 meses

Depois de fechar o ano com uma programação espe­cial com quatro dias de exibições com arranjos de filmes com atmosferas complementa­res (foram exibidas obras de Dario Argento, Martin Scorsese, Brian de Palma, Sam Peckinpah, entre outros), o Cine Cultura prepara uma seleção de quatro filmes que ficam em cartaz do dia 2 ao dia 10 de janeiro. Além de dois clássi­cos dos anos 1960 – Blow-Up: De­pois daquele beijo, de Michelan­gelo Antonioni e A Bela da Tarde, de Luiz Buñuel –, a programação conta com duas produções con­temporâneas, lançadas em 2017. Colo, da diretora portuguesa Te­resa Villaverde, e O Outro Lado da Esperança, do finlandês Aki Kau­rismaki, que tiveram destaque no último Festival de Berlim, estão à disposição do público goianiense no Cine Cultura.

Os dois últimos filmes já es­tiveram em cartaz entre os dias 14 e 23 de dezembro, O Cine Cul­tura, que fica na Praça Cívica, foi inaugurado em 1989, é reconhe­cido como um dos principais es­paços para exibição de filmes que não fazem parte do circuito co­mercial. As exibições serão rea­lizadas na Sala Eduardo Benfica, que conta com 97 lugares (sendo 1 espaço para cadeirante). O pre­ço do ingresso continua sendo R$ 8 a inteira e R$ 4 a meia. A clas­sificação indicativa dos filmes é de 14 anos, exceto para O Outro Lado da Esperança, que é de 12 anos. “Estar em contato direto com as pessoas, ser um catalisa­dor de experiências audiovisuais, de aproximação com a cultura e com a arte através do cinema, é o que motiva o Cine Cultura”, con­ta o site do projeto.

CLÁSSICOS

O filme Blow-up: Depois da­quele beijo é uma produção íta­lo-britânica de 1966 que conta a história do fotógrafo de moda Thomas, interpretado por Da­vid Hemmings, que acredita ter registrado sem querer um as­sassinato em filme. Intrigado, ele passa a realizar uma minu­ciosa investigação pessoal. Ten­do como base o conto Las babas del diablo, publicado em 1959, sob autoria do escritor argenti­no Júlio Cortázar, Blow-Up é o primeiro filme do diretor italia­no Michelangelo Antonioni a ser completamente rodado em in­glês. O diretor, que ficou conhe­cido pela chamada Trilogia da In­comunicabilidade (A Aventura, A Noite e O Eclipse), foi contratado pelo produtor Carlo Ponti para realizar esse e mais dois outros filmes em inglês (Zabriskie Point e Profissão Repórter).

O filme francês A Bela da Tar­de é considerado um dos maiores sucessos do diretor espanhol Luis Buñuel, tido como um expoente do surrealismo no cinema. Con­ta a história da jovem Séverine Se­rizy, interpretada por Catherine Deneuve. Ela passa as tardes se­manais trabalhando como pros­tituta de luxo em um bordel de classe alta gerenciado por Mada­me Anaïs (Geneviève Page). Co­nhecida como ‘A bela da tarde’, por seu horário de trabalho, Séverine realiza seus encontros enquan­to o marido, que não desconfia de nada, está no trabalho. O filme foi baseado no livro Belle de Jour, de Joseph Kessel, publicado pela pri­meira vez em 1928. Foi premia­do em 1967 com o Leão de Ouro – prêmio máximo do Festival de Cinema de Veneza, na Itália.

CONTEMPORÂNEOS

O longa Colo, dirigido pela por­tuguesa Teresa Villaverde, foi um dos concorrentes do Urso de Ouro no último Festival de Cinema de Berlim. Trata da história de uma família que tem sua rotina ditada pela crise econômica. Visto como um filme monótono, recebeu crí­ticas relativas à escassez de diálo­gos e aos planos longos. Por outro lado, é visto como um registro im­portante para o momento histó­rico de Portugal. Jessica Kiang, da revista norte-americana Variety, elogiou o compromisso antropo­lógico do filme: “Exame enigmá­tico, inteligente, mas lentamente atempado da cineasta portugue­sa Teresa Villaverde sobre a disso­lução familiar no Portugal moder­no.” Teresa Villaverde surgiu como cineasta nos anos 1990. Seu filme Os Mutantes foi exibido na mostra de Cannes de 1998.

Aki Kaurismaki, diretor de O Outro Lado da Esperança, é um dos cineastas finlandeses de maior visibilidade do momento. Venceu o último Festival de Ber­lim e também teve destaque no Festival Internacional de Dublin, onde o ator Sherwan Haji levou a estatueta de Melhor Ator. Con­ta a história de um homem de meia idade que decide abando­nar a esposa alcoólatra em busca de uma nova vida. No caminho, ele encontra um imigrante sírio que tenta localizar a irmã. O esti­lo de Kaurismaki é conhecido pe­las influências de diretores fran­ceses como Jean-Pierre Melville e Robert Bresson, e também pelo japonês Yasujiro Ozu. Suas obras também contêm uma pegada de humor, a exemplo de Leningrad Cowboys Go America, um de seus filmes mais famosos.

 

 

SELEÇÃO DE ANO NOVO CINE CULTURA

Local: Cine Cultura (Praça Cívi­ca, Setor Central)

Ingresso: R$ 8,00 (inteira) e R$ 4,00 meia

Data: 2 a 9 de janeiro

Horários: Blow-Up: 14h30 / A Bela da Tarde: 16h30 / Colo: 18h30 / O Outro Lado da Espe­rança: 21h

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