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Rock Brasileiro: força imparável que desafia os estereótipos musicais

A influência duradoura e a resistência do rock nacional no cenário musical brasileiro

Thiago Barletta/Unsplash Thiago Barletta/Unsplash

O rock brasileiro tem sido uma força imparável ao longo dos anos, capturando a imaginação do público com suas melodias cativantes, letras engajadas e performances eletrizantes. Com uma história rica e uma cena musical vibrante, o rock nacional conquistou um lugar de destaque tanto no cenário musical brasileiro quanto internacional.

O rock evoluiu com subgêneros como grunge, britpop e indie rock, trazendo novas perspectivas e fãs. Enfrentou desafios com o desenvolvimento de estilos musicais como hip-hop, pop e música eletrônica, mas ainda tem um grande impacto e inspira artistas. Ícones do rock, como Rolling Stones e Bruce Springsteen, seguem em turnês e lançando músicas, demonstrando a longevidade e influência do gênero.

O legado do rock na história da música é inegável. Ele influenciou gerações posteriores de artistas e deixou sua marca em diversos gêneros. Seu impacto pode ser sentido no grunge, no indie rock, no rock alternativo e até mesmo no pop rock.

Essa influência se encontra aqui, em meio ao cerrado, onde, teoricamente, a música sertaneja seria a mais predominante, porém na prática, a realidade não é bem esta.

A vocalista e integrante da Banda Anacrônicos, Vera Valle, afirma que "por ser uma forma de arte, a música, especificamente o rock, surge não apenas como estilo de vida, mas como agente de mudança."

"[O rock] influencia a moda, a linguagem, contextualiza o jovem em sua realidade e, acima de tudo, faz questioná-la", diz.

Segundo ela, mesmo com a presença do sertanejo, o rock se mantém forte, principalmente em território goiano. Além disso, ela alega que o estilo musical ajuda no processo de identidade individual, além da criticidade.

Sobre o Dia do Rock, comemorado nesta quinta-feira, 13, ela comenta que a data "surgiu com um grande propósito social. Isso é um fato. E manter essa comemoração é uma forma de dar visibilidade a artistas que, a cada década, retratam suas vivências, inovam e engrandecem esse estilo. É um importante legado social e cultural."

A data é importante para quem pertence a este estilo musical, tanto visualmente, quanto culturalmente. A artista afirma que, em relação a como o Dia do Rock contribui para a promoção e incentivo de novas bandas e artistas emergentes no cenário do rock atual, novos públicos são gerados e artistas locais ganham visibilidade por meio de casas de shows que promovem festas comemorativas e focam o rock em suas programações, sejam autorais ou tributos, fortalecendo o cenário e incentivando novas bandas.


		Rock Brasileiro: força imparável que desafia os estereótipos musicais

"O rock é um grande legado cultural", afirma Vera Valle. (Foto: Reprodução)

Vera cresceu cercada de música e afirma que semore teve apoio familiar. "Meus pais sempre foram incríveis: muitos instrumentos em casa e vão aos nossos shows desde que começamos. Mas o rock se fortaleceu na minha trajetória pela leva sensacional de artistas dos anos 90 que foram marco na minha formação musical e intelectual", destaca.

Ela cita o irreverente Cazuza até os clássicos do rock internacional: Guns, Nirvana, Metallica, U2, como suas referências intelectual e artística.

"E obviamente o interesse pela figura feminina no rock surgiu: Hole, Garbage, The Cranberries, Alanis", completa.

A importância do destaque feminino no rock é destacado pela artista, que vê a cantora Pitty como uma referência no rock nacional. Além disso, ela disserta sobre a desvalorização da mulher no rock.

"Por mais que a quantidade de mulheres na cena tenha aumentado, o talento da mulher na música e nas artes, no geral, é pouco valorizado. O preconceito, aliado à falta de prestígio, contribuem com uma imagem que a mulher é meramente figura ilustrativa, coadjuvante, o famoso enfeite. Nosso propósito é mostrar muito além da simpatia, presença de palco e beleza: o talento, a garra e o compromisso são parte do universo musical feminino", afirma.

Resistência do rock na região do sertanejo

Embora a banda de Vera tenha uma boa receptividade quanto ao público, a rentabilidade do mercado sertanejo desencoraja as casas a investirem em somente um estilo.

"São poucos os espaços que têm a identidade de uma casa de rock, o que dificulta a divulgação do nosso trabalho e resulta em grande rotatividade das bandas. Somos muitos músicos para poucas casas. O intervalo de agendamento dos shows às vezes é gigante. Fora a dificuldade em investir em palcos, som, iluminação para bandas completas. Meus projetos acústicos têm, hoje, pós-pandemia, mais agenda que os elétricos. É mais viável financeiramente para as casas", diz.

As duas grandes metrópoles do Centro-Oeste, Goiânia e Brasília, são as únicas cidades que promovem eventos maiores voltado a este estilo musical.

"Goiânia e Brasília fomentam o rock. São capitais que investem em grandes festivais (Goiânia Noise, Bananada, Vaca Amarela, Porão do rock, RPB) e casas do shows exclusivas de rock. Sempre tem público e frequência de atividades musicais e culturais", destaca a artista.

O rock vem lutando contra preconceitos até hoje, mesmo após décadas a fio de resistência e luta por reconhecimento, e, assim como Vera afirma que a "vivenciamos tempos em que a arte em geral é negligenciada", percebe-se a necessidade de se falar cada vez mais sobre determinado assunto, para que este entre em pauta e não seja visto como balela.

"O músico existe, atua, produz. Mas nem sempre é visto e valorizado. Precisamos de visibilidade e prestígio. Isso vai além de divulgar o trabalho de uma banda na rede social ou nas plataformas digitais. É necessário iniciativas maiores: revitalização dos locais culturais públicos, estimular festivais de música, amenizar preconceitos e discriminação contra gênero rock e suas vertentes. O rock é um grande legado cultural", finaliza.

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