Últimos dias para assistir à peça teatral Depois do Corpo
Redação
Publicado em 10 de agosto de 2018 às 22:40 | Atualizado há 4 meses
A turnê da peça teatral Depois do Corpo será encerrada agora em agosto. Depois de enorme sucesso da sua encenação inicial em junho último em diversos espaços teatrais, percorrendo vários setores da capital, a promoção da Casa do Teatro de Goiânia encerra-se às 20h de domingo (12), no Teatro Goiânia. A apresentação tem entrada franca.
Escrita pelo dramaturgo Almir Amorim na década de 1960, a peça faz críticas ao capitalismo exacerbado, ao homem burocrata e ao sistema que engole a fragilidade. Fala de três movimentos de encontros e desencontros humanamente impossíveis, onde estão situados três corpos ocupando um mesmo espaço, apenas para aproximar os mundos e buscar uma alternativa de coexistência entre os diferentes caracteres dos semelhantes. Em um realismo transparente, Depois do Corpo é depois ou para além do corpo. Entre o trivial e o ritual.
Este exemplo do chamado teatro do absurdo fala também de intolerância, violência e requinte de crueldade humana. A barbárie é abordada na convivência diária da urbanidade. O hediondo se reverte no objeto domesticado de um pensamento quase selvagem, elaborado a partir da aculturação do ser humano. Traz algo de ironia e sarcasmo em relação ao modelo atual de família e à sociedade líquida e consumista.
A ação se dá na paisagem urbana de uma praça mais ou menos central, quase baldia, onde há ligeiras mudanças exigidas pelos personagens no seu embate dramático. Um casal de namorados se defronta com um marginal desconhecido que se diz vítima da sociedade e quer se parecer um orago do convívio social. É como um desses acontecimentos cotidianos de tensão e absurdo da vida atual. As personagens Telles e Betinha procuram de toda maneira manter a compostura, evitando uma atitude desmedida, contrária a seus princípios humanos. Mas é preciso dominar o indivíduo D (o outro personagem da peça) que, quando não os obriga a tomar uma decisão de violência, quer mantê-los como reféns. O resgate é o assassinato do marginal pelo casal. Numa mística caseira é celebrado o ato de consumo e neutralização do marginal alucinado.
Em três movimentos dramatizados, a peça sem estruturação convencional de atos e cenas se apresenta como um drama moderno no qual são destacados momentos e situações das personagens de acordo com a visão do diretor e seus atores.
APRESENTAÇÃO:
– 12 de agosto, 20h, no Teatro Goiânia
Entrada franca
FICHA TÉCNICA:
Peça: Depois do Corpo
Texto: Almir Amorim
Direção: Luzia Mello
Elenco: Tiago Rener, Bruno Peixoto e Jhey Matos
Promoção: Casa do Teatro
Produção e fotografia: Yanke Amorim
Cenografia: Adryele Muriel e Yanke Amorim
Figurino: Adryele Muriel
Iluminação: Allan Lourenço
Programação visual: Paula Thaís
Gestão de mídias: Carolina Verri
Informações: Luzia Mello (diretora): (98258-2723)