Vídeo: conheça a dança sarro, que virou febre entre os jovens de Curitiba
Redação Online
Publicado em 30 de junho de 2025 às 11:16 | Atualizado há 4 horas
ANA CLARA COTTECCO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – “O sarro tá na rua, tá em casa, tá nos bailes, tá no tubo, tá em todo lugar”, resume o influenciador e dançarino Mateus Gabriel do Prado Alves, de 19 anos, mais conhecido nas redes sociais por “chapadinho 0041”. Popular entre os jovens de Curitiba, o sarro é um estilo de dança para música eletrônica.
A modalidade viralizou no TikTok em 2024. E Alves foi um dos responsáveis por esse boom, ao aparecer em uma entrevista falando sobre seu gosto musical e “mandando um sarro” forma como seus praticantes de referem à dança. A repercussão foi tanta que o DJ e produtor musical Alok reagiu ao vídeo e o convidou para dançar no clipe da música “Body Talk”, lançado em dezembro do mesmo ano.
O sarro, também conhecido como sarrinho ou passinho de rave, é influenciado pelo estilo de dança shuffle, com movimentos rápidos de pés, mãos e corpo. Ele faz parte da cultura das raves e da música eletrônica na cidade.
Nas redes sociais, há centenas de vídeos de jovens dançando em festas, nas ruas, em casa e também ensinando a reproduzir os passos. Hoje, Alves é um dos nomes mais populares do estilo na internet. Ele conta com mais de 150 mil seguidores nas redes sociais e 1,7 milhões de curtidas no TikTok, onde publica diariamente vídeos dançando.
“O que me atrai é o deboche, a ousadia e a diferença de dançar”. Para dançar o sarro, segundo ele, tem que sentir a música, se jogar sem vergonha e ousar. Não ter medo de errar. “Tem que ser carudão”.
Alves explica que não existe algo errado ou certo, que para começar mandar um sarro basta fazer o que vier na cabeça. “Se errar, tenta fazer de novo, vai praticando e com o tempo vai aperfeiçoando teu sarro”. Ele, por exemplo, aprendeu observando um amigo que frequentava raves e também por vídeos na internet.
As vertentes da música eletrônica que mais tocam nos fones de ouvido, caixas de som e nas festas dos adeptos ao sarro são house, techno, bass music e desande, que têm batidas mais aceleradas e energéticas. Esses ritmos permitem que os dançarinos encaixem os movimentos na música e explorem diferentes combinações de passos, formando uma dança única para cada pessoa.
“Qualquer toquezinho já vira batida, e vira dança para nós”, explica Alves. “A galera gosta de se divertir com o que dá”. Mas a cultura envolta do sarro vai além de apenas a música e dança.
Similar à cultura mandrake do funk paulista pela estética, gírias e os bailes, esses jovens criaram algo como uma subcultura característica de Curitiba. Eles vestem boné de crochê, colete utilitário, modelos de óculos conhecidos como lupas”, cordões prata, touca russa especie de ushanka menor , além das bermudas, camisetas e moletons tudo largo ao corpo e estampado com cores e desenhos chamativos. Marcas como Oakley e Ecko Unltd fazem sucesso entre os praticantes.
Na capital paranaense, alguns lugares despontam como epicentros do sarro. O Park Art, um dos nomes mais mencionados nas redes sociais por quem dança o estilo, é um clube da cidade que promove festas de música eletrônica regularmente. Chapadinho também menciona a rave Connection como outro lugar que o grupo gosta de ir.
Os jovens também se reúnem em praças, como o Largo da Ordem, no centro histórico de Curitiba, para dançar e se divertir.
Com a atenção que o movimento ganhou no último ano, Chapadinho acredita que o sarro que já era forte na cidade está ainda mais forte no cenário cultural do país. “Agora com mais gente vendo, vamos continuar e o sarro vai viver muito ainda”, diz.