Vinhos orgânicos e biodinâmicos
Diário da Manhã
Publicado em 5 de julho de 2018 às 00:26 | Atualizado há 4 meses
Gosto muito de produtos que respeitam o meio ambiente porque os alimentos orgânicos são aqueles que utilizam, em todos seus processos de produção, técnicas que respeitam a natureza e visam a qualidade do alimento. Desta forma, não são usados agrotóxicos nem qualquer outro tipo de produto que possa vir a causar algum dano à saúde dos consumidores. Os vinhos orgânicos e biodinâmicos têm ganhado o paladar dos apaixonados por vinhos em todo mundo. E, não à toa, vinícolas têm investido cada vez mais na produção desses tipos de bebidas que são produzidas a partir de técnicas que respeitam o meio ambiente.
ALERTA
Quero alertar para a completa destruição da legislação ambiental brasileira, que está na mira dos setores mais conservadores que hoje dão as cartas no Planalto Central, seja nos Ministérios, seja no Congresso Nacional.
São ministros que atacam as próprias pastas que representam e parlamentares cujas mais importantes ações estão centradas em suprimir direitos de minorias e avançar sobre áreas ambientais protegidas há muitos anos.
Uma ação efetiva para punir os crimes e interromper essa selvageria parece não ser a preocupação de nossas “excelências”. É muito difícil enfrentar essa ação coordenada dos ruralistas. O movimento ambientalista faz o que pode para tentar se contrapor a essa avalanche.
A sociedade brasileira também precisa reagir, pois essa truculência e avanço sobre direitos adquiridos não se restringem a um problema meramente rural: elas colocam em risco nossa própria existência como país civilizado.
LIVRE DE AGROTÓXICOS
O respeito pelo meio ambiente é muito importante, pois o cultivo de uvas é bem mais saudável, quando são livres de agrotóxicos, hormônios e outros produtos químicos. Sua produção respeita o meio ambiente, evitando a contaminação do solo, água e vegetação. A produção usa sistemas de responsabilidade social. A única desvantagem é que os vinhos são mais caros do que os convencionais, pois são produzidos em menor escala e os custos de produção também são maiores.
A viticultura orgânica é um sistema de plantio que se baseia não só na videira, mas também na interação com a fauna e a flora do ambiente em que a videira cresce. Esse cultivo não utiliza defensivos químicos, e utiliza a própria natureza e sua biodiversidade no controle de pragas.
O melhor é que não se usa nesse tipo de cultivo defensivos químicos, como inseticidas e fungicidas. Em substituição a eles, se necessário, os produtores orgânicos utilizam a biodiversidade, o que garante o equilíbrio do vinhedo. O vinho orgânico é idêntico ao de um vinho comum, o que os diferencia um do outro é a pureza da matéria-prima.
BIODINÂMICO E ORGÂNICO
O vinho biodinâmico é orgânico, mas nem todo orgânico é biodinâmico. Complicado? Não! A biodinâmica parte do cultivo orgânico dos vinhedos, mas vai além disso. Ela trabalha a cultura orgânica somada ao cosmo e à astrologia. A proposta é o retorno às técnicas ancestrais de agricultura. O cultivo da videira leva em conta as fases da lua, as estações do ano e os ritmos da natureza para determinar os momentos mais adequados para o plantio, poda e colheita. Acho o máximo! Os produtores biodinâmicos utilizam uma espécie de homeopatia nos vinhedos, o que equilibra as plantações e gera uvas de melhor qualidade, e os resultados são maravilhosos.
O que não é sempre possível é produzi-los em qualquer ambiente. Locais com alto nível de pluviosidade podem dificultar esses tipos de cultivo por ocasionar um número maior de aparições fúngicas (fungo).
Já o tempo de guarda desses vinhos é muito parecido com o do vinho comum. Por contar com uvas mais sadias, os vinhos orgânicos e biodinâmicos podem ser guardados por um período diversas vezes maior.
Para reconhecer se um vinho é orgânico ou biodinâmico, fique de olho em algumas certificações. No Brasil, a certificação mais famosa é a Orgânico Brasil, que diversas vinícolas já possuem. Já internacionalmente, as mais famosas são IMO, para os vinhos orgânicos, e Demeter, para os biodinâmicos.
Existem produtores que fazem seus vinhos seguindo esses dois métodos de cultivo e são capazes de produzir vinhos espetaculares mesmo sem ter nenhuma certificação. Mas acredito que o mais importante é tentar buscar referências de cada produtor. Os produtores orgânicos de vinhos consideram a natureza sua aliada, amiga, observam-a, e estão sempre apreendendo com ela, respeitam seu tempo, suas limitações de solo, água, clima, etc. Percebem as inter-relações que existem entre todos os elementos que compõem o meio ambiente. Eles enfrentam as dificuldades impostas pelos limites naturais e éticos em relação a esse processo de produção. O produtor, com satisfação e acreditando na proposta, procura produzir economicamente, mas acompanhando e respeitando o ritmo da natureza, atuando e procurando encontrar um máximo de equilíbrio com a mesma.
ALMA DO TERROIR
É muito comum que os vinhos orgânicos ou biodinâmicos ofereçam uma maior complexidade e autenticidade do que os produzidos sob métodos “tradicionais”. Um vinho que respeita a natureza pode revelar o seu terroir. Um vinho biodinâmico é um vinho para o qual o produtor não se permite utilizar algum produto químico durante o processo de produção dos vinhos. Ele utiliza apenas compostos orgânicos feitos de plantas e minerais para ajudar as plantas a lutar contra as pragas.
O vinho orgânico e biodinâmico é um produto limpo, saudável, que provém de um sistema de cultivo que observa as leis da natureza e todo o manejo da produção e está baseado no respeito ao meio ambiente e na preservação dos recursos naturais. Quando um produtor trabalha com os métodos biodinâmicos, ele trabalha com a força da vida, e não com a força da morte.
Estou convencida de que os vinhos biodinâmicos são mais capazes de refletir as especificidades e variedades de cada terroir, uma vez que é o método de produção que fica mais próximo da natureza. O produtor interfere no processo como um maestro conduz sua orquestra ao interpretar uma música. Desta forma, o papel principal do produtor é interpretar a natureza, entender ano após ano qual é o melhor vinho que ela quer nos oferecer.
Penso que os métodos orgânicos e biodinâmicos são o futuro para o vinho. O solo fica enfraquecido cada vez mais pelo uso de produtos químicos e o resultado disso é que cada vez mais fica difícil de se manter a qualidade dos vinhos. Não é por acaso que alguns dos maiores e mais conhecidos produtores do mundo – como o Château Ausone ou o Domaine Romanée Conti – se converteram para os métodos biodinâmicos. Viva os produtores de vinhos, que produzem o néctar dos deuses com poesia, alma e respeitando o meio ambiente.
Receita da semana
Baião de Dois
INGREDIENTES
1 xícara (chá) de bacon em cubos
½ xícara (chá) de manteiga de garrafa
1 xícara (chá) de cebola picada
1 e ½ xícara (chá) de carne seca dessalgada, cozida e desfiada e flambada na cachaça (se possível, utilizar carne seca de cordeiro)
1 xícara (chá) de linguiça artesanal em cubos
2 xícaras (chá) de arroz Jasmim já pronto
2 e ½ xícaras de feijão de corda ou fradinho cozido (reservar o caldo)
2 pimentas de cheiro/dedo-de-moça picadas
2 xícaras (chá) de dadinhos de tapioca em cubos
2 xícaras de chá de queijo coalho
2 xícaras (chá) de banana da terra em cubos
2 colheres (sopa) de coentro picado
2 xícaras de leite
100g de queijo coalho ralado grosso
100g de tapioca granulada
Sal a gosto
Pimenta-do-reino a gosto
Sal a gosto
MODO DE PREPARO
Em uma panela grande e bem quente coloque o bacon para fritar em fogo bem alto até tostar e soltar a gordura. Reserve o bacon sequinho. Na mesma gordura, frite a linguiça atesanal. Reserve. Cozinhe a carne seca até ficar bem macia. Depois flambe-a na cachaça. Depois frite as bananas. Reserve.
Coloque a pimenta e, na sequência, a cebola até dar uma leve dourada. Leve o leite para ferver em uma panela média, com uma pitada de sal e pimenta-do-reino (lembre-se de que o queijo já é salgado, então use pouco sal). Em um bowl, misture com as mãos a tapioca e o queijo. Quando o leite ferver, desligue o fogo, adicione o queijo com a tapioca e misture bem. Assim que estiver homogêneo, disponha o conteúdo da panela em uma assadeira forrada com plástico ou papel-filme. Leve à geladeira por cerca de três horas, para firmar bem a massa. Corte em cubos e frite. Reserve.
Comece a colocar todos os ingredientes de volta. Inicie com a carne seca misturando-a bem com a pimenta e a cebola. Depois coloque o bacon e a linguiça. Adicione a manteiga de garrafa e misture bem. Coloque os grãos de feijão já cozidos. Adicione o arroz. Para umedecer o prato, adicione um pouco do caldo do feijão, mas não exagere muito. Adicione o coentro picado e misture bastante todos os ingredientes. Tire do fogo e, por último, coloque o queijo coalho. Quando estiver pronto, misture a banana de fritar. Na sequência jogue os cubos de dadinhos por cima do prato e pronto. Sal a gosto, caso ache necessário.
CAÇAROLAS E VINHOS
JARRA PROMETE DOBRAR A VIDA ÚTIL DO VINHO DEPOIS DE ABERTO
Quando estamos sozinhos e pensamos em abrir uma boa garrafa de vinho sempre vem o medo do desperdício. Não é nada legal jogar um bom vinho fora. Agora não precisamos preocupar. Uma jarra foi desenvolvida por uma equipe especializada na bebida e que promete dobrar o tempo de vida do vinho depois de aberto. Eu, que moro sozinha, adquiri o meu produto de imediato.
Batizada de Savino Wine Saving Carafe, o produto promete e mantém o vinho fresco por até uma semana e é produzido em dois tipos diferentes de material: vidro e plástico de alta qualidade. O que garante, no entanto, a longevidade da bebida é um flutuador, que cria uma barreira física entre o líquido e o oxigênio e uma tampa hermética.
De acordo com o site do produto, o Savino não tenta controlar o ambiente de uma garrafa de vinho aberta. Ele, na verdade, cria um ambiente novo para preservar o sabor e aroma da bebida. Na Amazon, o modelo de vidro custa 45,50 dólares e o de plástico 32,70 sem o frete. O produto tem entrega garantida para o Brasil.
PASTÉIS
Para encontrar os pastéis da Donna Gourmet não é uma tarefa fácil. Por ficar em um food truck, o Donna está sempre mudando de lugar, parando pelas ruas de Goiânia ou marcando presença em eventos e feirinhas. O cardápio eu amei! As chefs são ótimas e fazem uns recheios super elaborados. Não deixe de pedir o pastel com recheio de carne maluca, que leva bacon, carne e queijo. Embora não sei se vai encontrar, já que o cardápio está sempre em movimento. Tive muita sorte de encontrá-las novamente e adorei os pastéis de bacalhau e de brie e damasco. Telefone: (62) 9974-7720.
EMPADA DO ALBERTO
Sempre que vou ao Mercado Central não deixo de ir na barraca da Empada do Alberto. Fundou uma pequena empresa, há décadas, e se transformou, através da excelência em qualidade de seus produtos em um dos mais famosos fabricantes da deliciosa empada, em cenário goiano. Adoro a empada de carne de sol, maravilhosa e com sabor único.
POLLITO NA BRASA – SÃO PAULO
Esses dias fui almoçar no novo Pollito na Brasa em Pinheiros-São Paulo. Pensa em um lugar delicioso, com comida reconfortante, ambiente bacana e preços justos! Pois é, este é o novo restaurante que serve frango em diferentes versões! Geralmente quando penso em frango imagino sempre algo seco e sem graça. Pois bem, a história lá é bem diferente. P “pollito” deles é úmido, saboroso e servido em diferentes versões, como o galeto desossado, que você pode escolher dois molhos para acompanhar; o sanduíche com frango frito no pão de brioche e com molho especial é de comer de joelhos, o peito de frango é feito no sous vide e depois é levado para a brasa. Para acompanhar peça a polenta frita, que chega bem crocante à mesa, o milho na brasa, a berinjela com pimentão e cebola e, claro, um vinho branco bem gelado. Muito legal também ir no happy hour e comer a coxinha da asa na brasa com molho de mostarda e mel e ouvir boa música ao vivo. Só sei de uma coisa: se você ainda não conheceu o restaurante, vá logo!