Vídeo: após ser atacado por tubarão há 10 anos surfista ganha milhões
Redação Online
Publicado em 8 de julho de 2025 às 12:52 | Atualizado há 5 horas
GUILHERME DORINI
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Em poucos segundos, Mick Fanning deixou de ser “apenas” um tricampeão mundial para virar uma figura conhecida fora do surfe. Foi em 2015, na final da etapa de Jeffreys Bay, na África do Sul que começa mais uma vez nesta sexta-feira. Um tubarão-branco se aproximou, puxou a cordinha da prancha, e Fanning reagiu com um soco. A cena foi transmitida ao vivo e rodou o mundo.
Dez anos depois, a imagem ainda impressiona e marcou um ponto de virada na vida do australiano. Fanning continuou competindo por mais três temporadas, mas já sabia que não estava mais no mesmo lugar. O encontro com o tubarão foi o gatilho para um novo começo, longe do circuito e cada vez mais presente no mundo dos negócios.
“Isso me ajudou a pensar na minha ‘vida após o surfe’, quando eu não estivesse mais competindo. Não foi fácil, porque o surfe era tudo para mim, e o oceano sempre foi meu lugar de cura”, disse Fanning em entrevista à CEO Magazine. “Mas me afastar por alguns meses me permitiu refletir sobre o fato de que eu estava envelhecendo, e perceber que eu não perderia toda a minha identidade ao deixar o circuito.”
“Tornou mais fácil finalmente me aposentar, porque percebi que ainda havia coisas divertidas para fazer no mundo dos negócios e muito para eu aprender”, disse Mick Fanning.
HOMEM DE NEGÓCIOS
Foi nesse período que Fanning decidiu mergulhar no mundo dos negócios. Fundou a marca de cerveja artesanal Balter com os amigos, e também surfistas profissionais, Joel Parkinson, Josh Kerr e Bede Durbidge.
Sucesso instantâneo na Austrália, a empresa foi vendida por mais de US$ 100 milhões (cerca de R$ 400 milhões na época) em apenas três anos. Mick faturou cerca de US$ 2,5 milhões (R$ 13 milhões) só com essa transação.
E não parou por aí. Ele abriu uma linha própria de pranchas sustentáveis, investiu em empresas de ração para cães, suplementos de algas para gado, redes de academias, hamburguerias e propriedades imobiliárias.
PATROCÍNIOS GIGANTES
Além disso, manteve contratos de peso com Rip Curl e Land Rover, virou palestrante e referência no universo corporativo.
“Fechar um bom negócio me dá a mesma adrenalina que surfar uma onda de dez metros dava. Sinto o mesmo frio na barriga e a mesma empolgação quando vejo pessoas talentosas dando o melhor de si”, disse Mick Fanning.
ANO PARA SE ESQUECER
O ano de 2015, aliás, foi duro por completo: após o episódio com o tubarão, Fanning perdeu o título mundial, se separou da esposa e viu o irmão morrer pouco depois.
O susto em J-Bay virou, segundo ele mesmo, o gatilho para parar, repensar e construir uma nova vida longe das competições mas ainda ligada ao mar.
FUTURO
nesta terça-feira (08), aos 44 anos, Fanning está aposentado do tour, mas segue ativo nos negócios e nos line-ups mais clássicos do mundo.
“Nos próximos 20 anos, quero viajar com minha família e trabalhar o mínimo possível. Quero mostrar a eles o mundo que eu tive a sorte de conhecer como surfista profissional”. disse Mick Fanning.
Tudo isso começou com um susto. Um ataque de tubarão, ao vivo, no meio de uma final. Mas foi justamente esse momento que fez Mick Fanning entender que era hora de mudar o rumo.