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Kobe Bryant: morte do astro da NBA completa um ano

Domingo, 26 de janeiro de 2020. Manhã na Califórnia, tarde no Brasil. Há um ano o mundo do esporte descobria que Kobe Bryant, de 41 anos, um dos mais brilhantes desportistas da história, havia falecido num acidente aéreo ao lado de sua filha Gianna, de 13 anos, e outras sete pessoas.

O helicóptero que estava Kobe e as demais vítimas partiu de Orange County, onde o ex-atleta e sua família moravam e iria para Thousand Oaks, onde Gianna jogaria uma partida de basquete.

As causas do acidente ainda não foram totalmente esclarecidas. O relatório final da investigação será divulgado apenas no fim de fevereiro, porém já foram descartadas as possibilidades de falhas mecânicas na aeronave e de o piloto não estar sóbrio. A causa mais plausível seria a de uma desorientação espacial, já que, segundo informações, havia muita névoa na região no momento do acidente.

Além de Kobe e Gianna estavam no voo:

  • John, Keri e Alyssa Altobelli: Alyssa tinha 13 anos e jogava no mesmo time de Gianna. John e Keri, seus pais, eram grandes incentivadores para que a filha seguisse no mundo dos esportes.
  • Sarah e Payton Chester: Payton, assim como Alyssa e Gianna, também participaria da partida naquele domingo. Sarah era sua mãe e a acompanhava.
  • Christina Mauser: Era treinadora da equipe e foi a responsável pelo desenvolvimento da filha de Kobe dentro de quadra desde a época em que a treinava no colégio e conquistou o título escolar de 2017 com Gianna na equipe.
  • Ara Zobayan: O romeno era o piloto do helicóptero. Há 20 anos na aviação, foi instrutor de vários pilotos no período e, segundo um de seus alunos, já era piloto de Kobe há algum tempo e que o jogador não deixava que outro piloto o conduzisse.
As outras sete vítimas do acidente (Foto: Reprodução/CBS News)

O LEGADO

Kobe foi bicampeão olímpico, em Pequim 2008 e Londres 2012 (Foto: AFP)

Kobe Bryant é dono de uma das carreiras mais brilhantes da história do basquete. Nos 20 anos em que esteve em quadra, foi pentacampeão da NBA (2000, 2001, 2002, 2009 e 2010), vencedor de um prêmio de MVP, entregue ao melhor atleta da temporada (2008), dois prêmios de MVP das finais (2009 e 2010), 11 nomeações para a seleção da NBA, nove nomeações para a seleção de defesa, 18 vezes participante do All-Star Games, duas vezes cestinha da temporada e quarto maior cestinha da história da liga, todos conquistados com o Los Angeles Lakers. Com a Seleção dos Estados Unidos foram dois ouros olímpicos - 2008, em Pequim e 2012, em Londres.

Como se não bastassem os recordes dentro de quadra, Kobe se tornou o primeiro atleta a vencer um Oscar com a animação "Dear Basketball" na categoria "Melhor Curta de Animação", em 2017. O curta premiado deu animação a carta de despedida que Bryant escreveu em 2015 ao The Player's Tribune, anunciando que se aposentaria no fim daquela temporada.

Com tantos números, recordes e história era também mentor. Diversos jogadores passaram por períodos de treinos com Kobe. Giannis Antetokounmpo, Luka Doncic, Trae Young, Kawhi Leonard e Jayson Tatum são alguns dos nomes que desfilam pelas quadras da maior liga de basquete do mundo que tiveram uma breve mentoria com um dos maiores da história. Aprenderam como melhorar seu jogo e tiveram contato com a “Mamba Mentality”, filosofia de vida que movia Kobe Bryant.

- Eu parecia uma criança em uma loja de doces. Ficava o tempo inteiro me lembrando: "Estou treinando com Kobe!" Eu não conseguia acreditar. Procurei prestar atenção aos detalhes em cada ensinamento. Ele não me ensinou nada de outro mundo, nada muito complicado, mas me fez perceber pequenos detalhes nos movimentos que fazem toda a diferença e ninguém nunca tinha me mostrado antes. Uma nova maneira de mostrar o jogo foi apresentada a mim naquele momento, disse Tatum.

Jayson Tatum em treino com Kobe Bryant, em 2019 (Foto: Reprodução)

HOMENAGENS

Em Los Angeles, a rua que leva ao Staples Center, casa dos Lakers, hoje leva o nome de Kobe Bryant (Foto; Reprodução/ge.globo)

Não foi só o basquete que sofreu com a perda de Kobe Bryant. Sua fama, representatividade e tamanho perpassam a bolha do basquete. As homenagens vieram de jogadores de futebol e beisebol a pilotos de Fórmula 1. Neymar, por exemplo, relembrou em vídeo uma visita do astro a um treino do PSG. O piloto Daniel Ricciardo, então na Renault (hoje na McLaren), ofereceu a Kobe uma pintura especial em seu capacete. Os posts nas redes sociais foram milhares, dos mais diversos atletas, dos mais diversos esportes.

Capacete que Daniel Ricciardo usou durante a pré-temporada da F1 (Foto: Reprodução)

Pelas ruas de Los Angeles não é difícil ver as mais diversas homenagens ao Black Mamba pelos muros da cidade. Segundo o site kobemural.com, só na Califórnia são 247 dos 325 murais pintados nos Estados Unidos - em todo o mundo são 437. Outros 30 países recebem pinturas em homenagem tanto ao jogador quanto a sua filha. No Brasil são quatro: três em São Paulo e um no Rio de Janeiro.

Mural na Av. Eliseu de Almeida, em São Paulo (Foto: Reprodução/kobemural.com)

No Condado de Orange County, onde morava com sua família, o dia 24 de agosto se tornou oficialmente o Dia de Kobe Bryant. A escolha da data foi baseada por conta das camisas que Bryant usou em sua carreira (24 e 8), que inclusive foram aposentadas pelos Lakers.

As homenagens também vieram de amigos. LeBron James tatuou uma Mamba Negra com os números 8 e 24 com a mensagem “Mamba para Sempre”. Pau Gasol, espanhol que jogou com Kobe nos Lakers, deu o nome de Gianna a sua própria filha. Shaquille O'Neal, que também foi parceiro de Bryant na franquia de Nevada, criou um memorial ao amigo. Dos Lakers, time que defendeu por 20 anos, veio o título na última temporada, depois de dez anos de jejum.

Tatuagem de LeBron James em homenagem ao amigo (Foto: Reprodução)

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