Esportes

Despedida bronzeada

Redação DM

Publicado em 15 de setembro de 2016 às 02:29 | Atualizado há 9 anos

A  paulista Verônica Hipólito foi ao pódio novamente nos Jogos Paralímpicos Rio 2016. Na manhã de ontem, a jovem de 20 anos ficou em terceiro lugar nos 400m rasos da classe T38 do atletismo e garantiu a 44ª medalha brasileira nos Jogos, sua segunda no evento. Verônica levou a prata nos 100m rasos da mesma classe. A velocista de São Bernardo do Campo (SP) também competiu no salto em distância, mas terminou na oitava colocação.

Verônica disputou a final na raia três e teve ótima largada, deixando algumas adversárias para trás logo na primeira curva. A brasileira imprimiu um ritmo forte e colou na britânica Kadeena Cox e na chinesa Junfei Chen, que lideravam a bateria. No entanto, nos últimos metros Verônica não conseguiu mais acompanhar o ritmo das líderes e fechou com 1min03s14, tempo que lhe valeu o bronze. Kadeena levou o ouro com 1min00s71, novo recorde mundial da distância, e Chen garantiu a prata com 1min01s34. “Isso é esporte de alto rendimento. É querer sempre mais. Sei que esse tempo foi só o início, pois estou treinando há pouco na seleção brasileira. Sei que agora tenho muito a melhorar, e vou melhorar. Quero muito orgulhar todo mundo”, comentou a brasileira.

Nem em seus sonhos mais distantes a paulistana Verônica Hipólito se imaginaria com duas medalhas paralímpicas no peito em setembro deste ano. “Eu não esperava nem vir para os Jogos. No dia 20 de agosto do ano passado, eu estava passando por cirurgia. No dia 1º de setembro [de 2015] eu devia estar chorando de dor. Agora, estou aqui comemorando”, vibra a carismática atleta.

Verônica não esconde de ninguém todos os percalços que enfrentou até chegar à sua primeira Paralimpíada. Tanto é que ela menciona, como se fosse um detalhe irrelevante, que competiu em suas três provas com um tumor na cabeça – mais especificamente, na região da hipófise. “Não é nada demais. Eu já retirei uma vez e tratei com remédio na outra, então de repente posso ser medicada novamente. Eu não sei o tamanho em que ele está porque não tive tanto tempo para acompanhar esse tumor neste ano, infelizmente. Eu tinha até esquecido, na verdade. Foi só quando meu médico me mandou mensagem que lembrei que eu tinha um tumor na cabeça”, diz a corredora, que enfrenta o problema há oito anos.

Na última sexta-feira (9), Verônica já tinha ficado com a prata nos 100m de sua classe. No domingo (11), o susto: depois de disputar a final do salto em distância e chegar em oitavo lugar, ela sentiu fortes dores na perna esquerda, na panturrilha e na posterior de coxa, e teve que deixar o Engenhão carregada. “Para quem não estava conseguindo andar depois do salto, vir aqui, conseguir correr o 400m e ainda ficar com medalha é de grande valia. Eu não podia me dar o direito de dar menos que o meu melhor de novo.”

 


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