Revezamento dourado
Redação DM
Publicado em 14 de setembro de 2016 às 02:14 | Atualizado há 9 anosO Brasil conquistou o ouro no revezamento 4×100 para atletas com deficiência visual. O quarteto brasileiro – Diogo Ualisson Jeronimo da Silva, Gustavo Henrique Araujo, Daniel Silva e Felipe Gomes – também bateu recorde paralímpico. Os atletas superaram a antiga marca de 42s66 e cruzaram a linha de chegada em 42s37. A China ficou em segundo lugar, seguida pelo Uzbequistão.
Os brasileiros não apenas conqusitaram a medalha de ouro como quebraram o recorde Paralímpico da prova. Eles não deram chance aos rivais e anotaram o tempo de 42s37, contra 43s05 da China, medalha de prata. A equipe do Uzbequistão conquistou o bronze com 43s47. Enquanto corria, Daniel conta que ficou um pouco ansioso parta saber a situação da prova.
“Eu corria e perguntava ao meu guia (Heitor Sales): ‘Como nós estamos?’. Ele só respondia: ‘Corre, corre, corre’. Eu insisti, e ele repetiu: ‘Corre, corre, corre’. Até que finalmente ele disse: ‘Conseguimos. Conseguimos'”.
Felipe também destacou a participação do guia (Jonas Silva) durante a prova. “Ele estava sempre me motivando durante a corrida, e no final deu a melhor notícia possível: que tínhamos vencido”, contou, citando também a participação da torcida. “Eu percebi que tínhamos ganhado pelos gritos dos torcedores, e o meu guia confirmou”.
O quarteto criou para si um apelido, no mínimo, inusitado. “Nós brincamos que existem os Backstreet Boys, e nós somos os Backfavela Boys”, afirmou Araújo. As semelhanças realmente existem entre a equipe brasileira e a banda pop norte-americana: ambas são sucesso nas pistas e não fazem feio diante de uma plateia exigente.
Integrante da trupe esportiva, Diogo faz jus ao codinome brincalhão. Ele é morador do Parque União, favela da zona norte do Rio. Em entrevista coletiva após a vitória, o corredor elogiou seus guias. “Eles foram fenomenais”, afirmou o carioca.
O calor de 35°C não intimidou o público que marcou presença no Estádio Olímpico para ver a final do 4x100m, realizada por volta de 11h50. Os brasileiros saíram bem e foram abrindo vantagem a cada troca de bastão. Quando o último atleta começou a correr, o ouro já era inevitável e todos ficaram de pé para vê-lo cruzar a linha de chegada em primeiro lugar.
“A vitória não poderia vir de maneira melhor, com o estádio lotado em plena terça. Foi uma alegria muito grande”, disse Mendes. “Tínhamos o sonho de levar o ouro e deu tudo certo”, afirmou Felipe, que destacou a dedicação do grupo como um dos fatores decisivos para a conquista. “Ter essa medalha significa que não há ninguém na nossa frente. Somos os melhores do mundo”, resumiu.