Esportes

Salto dourado

Redação DM

Publicado em 9 de setembro de 2016 às 02:11 | Atualizado há 9 anos

Foi no último salto. Com a marca de 6,52m, obtida em sua última tentativa, Ricardo Costa tornou-se o primeiro brasileiro campeão Paralímpico nos Jogos Rio 2016. A conquista do ouro no salto em distância da classe T11 foi muito comemorada pelo público que assistiu à competição no Estádio Olímpico. “Estou muito emocionado. É um momento que vou levar para o resto da minha vida! Incomparável! Eu senti que o ouro estava perto quando finalizei o salto. Ali, realmente, eu senti que era o ouro”, contou.

Ricardo, de 34 anos, chegou à sua sexta e última tentativa com a prata garantida – tinha saltado 6,43m e estava atrás do americano Lex Gillette, que tinha marcado 6,44m em seu quinto salto. Mas o sul-mato-grossense, quarto colocado na prova no último Campeonato Mundial, foi muito além e alcançou 6,52m para conquistar o ouro histórico.

O bronze foi para o ucraniano Ruslan Katyshev, que saltou 6,20m. “Eu treinei muito duro. Ficava na pista e na academia do início da manhã até a noite e depois disso tudo ainda discutia com meu técnico onde poderia melhorar. Hoje estou sendo recompensado por tudo isso. Ganhar esse ouro é um orgulho enorme”, completou Ricardo. Esta foi a segunda medalha brasileira nos Jogos e a segunda no atletismo.

Ricardo Costa de Oliveira, 34 anos, é natural de Três Lagoas (MS). Deficiente visual, o atleta começou a ter dificuldade para enxergar aos 2 anos.

Ricardo é irmão de Silvânia Costa, campeã mundial do salto em distância T11 no Mundial de Doha, no Qatar, em 2015, e que também competirá no Rio de Janeiro, no dia 16, sexta-feira. Ambos perderam a visão em decorrência da Doença de Stargadt, que atua de forma degenerativa. A dificuldade de recursos impediu um tratamento precoce, e ao ser diagnosticado, já com 14 anos, Ricardo já tinha a visão condenada. O esporte, entretanto, mudou sua perspectiva de vida.

“Fiz da minha deficiência o meu melhor inimigo, que vai me acompanhar por tempo indeterminado. Não coloquei uma dificuldade. Aceitei e, a partir disso, as coisas vieram ao meu favor (…) Antes de conhecer o esporte, me via muito isolado. Não saia de casa, mas o esporte me trouxe para vida. Se eu estivesse no mercado de trabalho, talvez não conhecesse tantos países”, ressaltou.

O atleta iniciou no esporte com corridas de rua e depois passou para as provas de pista de atletismo. Competiu pela primeira vez internacionalmente no ano passado, no Mundial de Doha, no Catar.

 


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