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Presidente da Comurg acusado de nepotismo em CEI da Câmara

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“O senhor tem parentes na Comurg?” Essa foi a primeira pergunta respondida pelo presidente da Companhia de Urbanização de Goiânia, Alisson Borges, na reunião da tarde desta quarta-feira, 22, da Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga o órgão na Câmara. Na resposta, Alisson assumiu que o pai e o sogro trabalham na empresa que preside. O pai dele, Albertino Simão Borges, apesar de aposentado, não foi exonerado e segue trabalhando na Comurg recebendo, só de gratificação, R$ 6.504, segundo alertou o presidente da CEI, Ronilson Reis (PMB).

O valor bruto do vencimento ultrapassa os R$ 20 mil, de acordo com dados do portal da transparência para a função de assistente administrativo. Já o sogro de Alisson, Edimar Ferreira da Silva, é diretor de urbanismo na pasta.

Em sua defesa, o presidente da Comurg afirmou que todas as contratações são apreciadas pelo Conselho de Administração do órgão e que foi avaliado internamente que a situação relatada não caracterizaria nepotismo.

Contratos

Outro ponto polêmico levantado durante o depoimento de Alisson na CEI foi com relação aos repasses adiantados de contratos de emendas impositivas e de obras nos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) e Cemitério Parque. “Pra execução das obras, a Comurg precisava do dinheiro”, explicou o presidente da Comurg.

Alisson reconheceu ainda que o dinheiro repassado de forma adiantada não está mais na conta: “O dinheiro da Comurg não pode ficar parado. É uma empresa deficitária”. No entanto, garantiu que as obras serão retomadas e entregues assim que o período de chuvas passar.

O presidente da Comurg relatou ainda aos parlamentares que a ex-secretaria de Relações Institucionais da Prefeitura de Goiânia, Valéria Pettersen, participou das reuniões de colegiado que definiu por esse modelo de contrato. “Chegamos à conclusão de que esse seria o melhor caminho para cumprirmos as emendas impositivas”, disse.

Apesar disso, Alisson não soube dizer se o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) tinha conhecimento dos pagamentos adiantados. Com base nas declarações do presidente da Comurg, o vice-presidente da CEI, vereador Welton Lemos (Podemos) afirmou que vai solicitar que Valéria também seja ouvida pela comissão. O requerimento ainda precisa de aprovação.

A todo momento, o presidente da Comurg destacou os problemas de caixa da companhia. Aos vereadores, estimou uma dívida que ultrapassa os R$ 200 milhões, mas reconheceu que ainda não sabe a dimensão exata dela.

Além disso, Alisson admitiu que hoje já atraso na coleta de lixo da capital por conta de problemas com as frota de caminhões de lixo. “São equipamentos com mais de 10 anos de uso, o que atrapalha a coleta de resíduos”, afirmou ao dizer que enquanto metade dos veículos estão em circulação, a outra metade está em manutenção.

A CEI vai ouvir também os diretores financeiros e gerentes administrativos da Secretaria Municipal de Finanças de Goiânia, da Comurg e da Controladoria Geral do Município, e o diretor administrativo-financeiro do Instituto Municipal de Assistência à Saúde (Imas). Eles têm que comparecer a CEI na próxima segunda-feira.

A comissão também requereu cópias dos processos de compras de pneus, pagamento de jetons e fornecimento de peças de veículos, tanto da Comurg quanto das empresas fornecedoras.

De acordo com Ronilson Reis, presidente da comissão, o objetivo é entender como foram conduzidos os processos de compras e contratações para que a CEI possa analisar se estão em conformidade com a lei. Os órgãos e empresas que forem notificados terão até 48 horas para remeter às documentações solicitadas pela comissão, conforme requerimento aprovado, de autoria do vereador Thialu Guiotti. (Com informações do Jornal Opção)

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