Avião Antonov cai na Rússia e mata 48 pessoas em região próxima à fronteira com a China

Um avião modelo Antonov An-24 caiu nesta quinta-feira (24/07) na região de Amur, no extremo oriente da Rússia, e matou todas as 48 pessoas a bordo. A aeronave fazia a rota entre Blagoveschensk e Tinda, cidade estratégica próxima à fronteira com a China. Segundo autoridades locais, o avião desapareceu do radar ao se aproximar da pista e colidiu com uma área de floresta densa.

A bordo, estavam 42 passageiros, entre eles cinco crianças e seis tripulantes. Inicialmente, falava-se em 49 ocupantes, mas o governador regional Vasili Orlov confirmou o número oficial de vítimas. Ele decretou três dias de luto e prestou condolências às famílias. Como a área não possui estradas, mais de cem socorristas utilizaram máquinas pesadas para abrir caminho até os destroços.

O An-24 envolvido no acidente foi fabricado em 1976. O avião já operou pela Aeroflot, antiga companhia aérea estatal da União Soviética, e atualmente pertencia à Angara, uma empresa privada regional sediada na Sibéria. Um vídeo feito por helicóptero mostrou fumaça densa saindo do local da queda, a cerca de 15 km de Tinda.

Mesmo considerados robustos e adaptados ao clima rigoroso da Sibéria, os An-24 enfrentam crescente dificuldade de manutenção. As sanções internacionais aplicadas à Rússia após o início da guerra na Ucrânia afetaram a reposição de peças e investimentos no setor. A substituição da frota só deve ocorrer a partir de 2027, com a entrada em operação do modelo Ladoga.

O presidente russo Vladimir Putin recebeu informações constantes sobre a tragédia. O líder chinês Xi Jinping enviou condolências ao Kremlin. A queda reforça o histórico de acidentes frequentes no extremo oriente russo, onde as longas distâncias e a falta de infraestrutura obrigam o uso constante de aeronaves.

Em agosto de 2024, um helicóptero Mi-8 caiu em Kamchatka, matando 22 pessoas. Três anos antes, outro Mi-8 caiu em um lago da mesma península, vitimando oito dos 16 ocupantes. As autoridades abriram nova investigação para apurar as causas da tragédia desta quinta-feira.

Foto e vídeo: Reprodução/ Redes Sociais