Cidade símbolo da atividade sísmica na Rússia segue em alerta após mega terremoto

Petropavlovsk-Kamtchatski, cidade símbolo da atividade sísmica na Rússia, amanheceu com réplicas fortes após o terremoto de magnitude 8,8 que sacudiu a região. Moradores relataram sensação contínua de instabilidade no solo. O guia turístico Egor Afanasiev classificou o episódio como “o pior que já presenciei”.

Uma creche ao lado da casa de Afanasiev perdeu parte da estrutura externa. A prefeitura confirmou dezenas de feridos, nenhum em estado grave. A destruição ficou concentrada em prédios antigos. A cidade, com cerca de 165 mil habitantes, permanece em alerta, enquanto autoridades monitoram a sequência de tremores.

O epicentro do abalo situou-se a 125 km da cidade, a apenas 20 km de profundidade. A baixa profundidade ampliou a potência da onda sísmica. Especialistas do USGS apontaram o evento como o sexto mais forte já registrado. A península abriga 29 vulcões ativos e 160 dormentes, posicionando-se como uma das regiões geologicamente mais intensas do planeta.

Egor, ex-morador de Kaliningrado, migrou para a região com o pai militar e se firmou como guia turístico. Petropavlovsk se transformou em destino para aventureiros e montanhistas que buscam vulcões, trilhas e vida selvagem — incluindo encontros fatais com ursos. A pesca, antiga base da economia, hoje divide espaço com o turismo ecológico.

Durante a era soviética, a península permanecia fechada por sediar instalações militares estratégicas. Submarinos nucleares da Frota do Pacífico seguem ancorados na região. A guerra na Ucrânia afastou turistas estrangeiros, especialmente japoneses, mas impulsionou o turismo interno. Em 2024, Kamtchatka recebeu 365 mil visitantes — recorde histórico.

Foto: Redes Sociais