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Claustrofóbico: saiba como é o submarino desaparecido em passeio para ver Titanic

O submersível estava equipado com três monitores que forneciam informações sobre navegação e sonar. Possuía apenas um botão e um banheiro improvisado

Foto: AP/picture alliance Foto: AP/picture alliance

O submarino que desapareceu no último domingo, 18, para visitar os destroços do Titanic, parece uma inovação tecnológica de última geração. No entanto, de acordo com informações da emissora CBS, a embarcação é controlada por um controle de videogame, chamado Logitech G F710 para PC, produto que pode ser comprado na Amazon por apenas R$ 275.

O submersível de fibra de carbono da OceanGate, batizado de Titan, possui pouco mais de 6 metros de comprimento e tem um peso de 10,5 toneladas. A bordo do Titan, o submersível de fibra de carbono da OceanGate, a sensação de confinamento é inevitável devido ao espaço limitado disponível e à presença de apenas uma escotilha - uma janela circular - na parte dianteira.

No entanto, apesar dessa atmosfera claustrofóbica, o veículo foi meticulosamente projetado para suportar mergulhos em profundidades de até 4.000 metros. É uma capacidade que o coloca em proximidade dos destroços do Titanic, que se encontram a uma profundidade de aproximadamente 3.800 metros

O submersível estava equipado com três monitores que forneciam informações sobre navegação e sonar. Possuía apenas um botão e um banheiro improvisado. Até aquele momento, ele havia realizado uma única expedição ao oceano.

Dentro da cápsula principal do Titan, é possível desfrutar de uma visão quase completa de 180° para o exterior. Cinco pessoas têm a oportunidade de apreciar essa visão ampla. Além disso, três monitores são posicionados para monitorar continuamente o status dos equipamentos e a condição dos tripulantes.

O jornalista da CBS, David Pogue, já entrou no submersível para uma expedição e descreveu a situação, comentando como tudo parecia amador e mencionando que qualquer pessoa ficaria horrorizada com a falta de profissionalismo evidente.

De acordo com o relato de Pogue, o submarino não contava com um sistema GPS nem com um cabo de ligação com a superfície. No entanto, o fabricante do submarino garantiu que a cápsula era segura e blindada, e destacou que sua construção foi realizada pela renomada Nasa.

Estima-se que o submarino usado para recuperar os destroços do Titanic possua uma autonomia de oxigênio de aproximadamente 96 horas. No entanto, atualmente, restam apenas 24 horas de suprimento de oxigênio no momento em que esta reportagem foi publicada.

O Titan mantém comunicação com sua base, o navio Polar Prince, por meio do sistema fornecido pela Starlink, uma empresa fundada por Elon Musk que oferece serviços de internet via satélite em órbita baixa. No entanto, a comunicação foi interrompida no domingo e, desde então, não houve notícias das cinco pessoas que estavam a bordo. A situação atualmente permanece sem informações sobre o seu paradeiro.

Parece até roteiro de filme satírico sobre como milionários e bilionários gastam dinheiro com prazeres efêmeros, ao participarem de um passeio cujo valor é R$1,19 milhão por pessoa para ver as ruínas de um navio naufragado em 1912.

Pode-se comprar a situação com o enredo do filme "Não olhe para cima", de 2021, dirigido por Adam McKay, no qual o homem mais rico do mundo, Peter Isherwell, diante de uma situação catastrófica - um cometa de 10 km que está prestes a atingir a Terra, decide ignorar todas as evidências científicas e desenvolver seu próprio dispositivo para destruir o cometa, já que o objeto possui diamantes e outros cristais que gerariam mais lucro para os mais ricos.

O resultado todos já sabem: o dispositivo não funciona e o cometa atinge a Terra com tudo, dizimando todas as espécies que aqui viviam. Não coincidentemente, o diretor do filme revelou que usou Elon Musk como inspiração para criar o personagem bilionário e ganancioso.

Uma visita ao Titanic sem fins científicos é realmente necessária? Por que o valor para fazer a expedição é tão alto se o controle pode ser comprado para um console caseiro? Um submersível não deveria passar por mais inspeções, ou só por que a Nasa o construiu já anula qualquer possibilidade de erro?

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