Internacional

Esposa do ex-premiê do Nepal é queimada viva por manifestantes

Léo Carvalho

Publicado em 9 de setembro de 2025 às 14:59 | Atualizado há 5 horas

A crise política no Nepal ganhou contornos ainda mais trágicos nesta semana com a morte de Rajyalaxmi Chitrakar, esposa do ex-primeiro-ministro Jhala Nath Khanal. Ela faleceu após sua residência, localizada no bairro de Dallu, em Kathmandu, ser incendiada por manifestantes.

Segundo autoridades locais, Rajyalaxmi chegou a ser resgatada com vida e levada ao Hospital de Queimaduras de Kirtipur, mas não resistiu aos graves ferimentos, morrendo durante o tratamento. Jhala Nath Khanal, de 75 anos, não estava em casa no momento do ataque.

Os protestos, que inicialmente começaram como manifestações pacíficas, foram liderados em grande parte por jovens da chamada geração Z. O estopim da revolta foi a decisão do governo do então primeiro-ministro KP Sharma Oli de banir 26 plataformas digitais, incluindo Facebook e X (antigo Twitter), medida vista como uma tentativa de censura e repressão à liberdade de expressão.

Censura

A repressão policial e o bloqueio de acesso à internet em várias regiões do país ampliaram a insatisfação popular, que rapidamente se transformou em ondas de violência e incêndios criminosos em diferentes pontos de Kathmandu.

Além da casa de Khanal, outros prédios públicos foram atacados e incendiados, entre eles o Parlamento, o Supremo Tribunal e o Ministério da Saúde. O aeroporto internacional de Kathmandu chegou a ser fechado temporariamente devido à densa fumaça que tomou a capital nepalesa.

A escalada da violência e a pressão popular culminaram na renúncia de KP Sharma Oli, anunciada em 9 de setembro. A decisão abriu espaço para intensas negociações políticas, enquanto o país busca saídas para a crise social e institucional.

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