Governo dos EUA abre investigação comercial contra o Brasil e ameaça aplicar sanções duras, a pedido de Trump
Redação Online
Publicado em 16 de julho de 2025 às 03:03 | Atualizado há 8 horas
O governo dos Estados Unidos oficializou uma investigação comercial contra o Brasil nesta terça-feira (15/07), sob ordem direta do presidente Donald Trump. A apuração será conduzida pelo USTR (Escritório do Representante de Comércio dos EUA) e analisará condutas brasileiras em áreas como comércio eletrônico, propriedade intelectual, regulação ambiental, etanol e atuação em redes sociais.
Segundo nota assinada por Jamieson Greer, representante dos EUA para o comércio, o Brasil estaria atacando plataformas digitais dos Estados Unidos e impondo práticas comerciais injustas. O ex-presidente americano também apontou perseguição política a Jair Bolsonaro como pano de fundo para a tensão diplomática.
A base legal da ofensiva se apoia na Seção 301, legislação de 1974 que autoriza sanções comerciais unilaterais. A mesma norma foi utilizada contra a China em 2018, resultando em tarifas sobre US$ 370 bilhões em produtos. O risco de medidas semelhantes recair sobre o Brasil preocupa setores econômicos e o próprio Itamaraty.
O relatório cita tarifas “preferenciais e injustas” aplicadas pelo Brasil, críticas à proteção de propriedade intelectual e à suposta omissão contra o desmatamento ilegal. Outro foco é o tratamento dado às plataformas digitais, especialmente após decisões do STF que resultaram na remoção de conteúdos golpistas e até na suspensão temporária do X (antigo Twitter) no país.
O documento afirma que o Brasil teria dificultado o acesso de empresas americanas ao mercado interno e aplicado tarifas mais baixas a concorrentes diretos dos EUA. Também menciona ausência de medidas anticorrupção e de transparência como agravantes.
Especialistas alertam para possíveis impactos duradouros. Sanções derivadas da Seção 301 são de difícil reversão, mesmo com mudança de governo. O Brasil já sinalizou resposta por meio da Lei de Reciprocidade, aprovada pelo Congresso e sancionada por Lula, mas os desdobramentos seguem incertos.
Foto: Instagram/@realdonaldtrump