Protestos contra bloqueio das redes sociais no Nepal deixam 19 mortos e 145 feridos

O Nepal enfrenta uma das maiores crises políticas recentes após a decisão do governo de bloquear 26 plataformas digitais, incluindo Facebook, Instagram, WhatsApp, YouTube, X e LinkedIn. A medida, segundo as autoridades, teria como objetivo combater a desinformação, exigir registro local das empresas e garantir maior controle sobre o conteúdo online. No entanto, a população, sobretudo os jovens, enxergou a decisão como um grave ataque à liberdade de expressão, o que desencadeou protestos massivos em Kathmandu.

A juventude, especialmente estudantes, liderou os atos em defesa da democracia e contra a censura, transformando a mobilização em um movimento conhecido como “protesto da Geração Z”. Os manifestantes ocuparam as ruas da capital, muitos vestindo uniformes escolares, exigindo não apenas a suspensão imediata do bloqueio das redes sociais, mas também maior transparência política e o fim da corrupção.

Os protestos, inicialmente pacíficos, tomaram proporções dramáticas quando os participantes tentaram avançar em direção ao complexo do Parlamento. A resposta das forças de segurança foi violenta, com o uso de gás lacrimogêneo, canhões de água, balas de borracha e até disparos letais. O confronto resultou em dezenas de mortos e feridos. Enquanto a Associated Press registrou ao menos 19 mortos e 145 feridos.

A repressão obrigou o governo a decretar toque de recolher em áreas estratégicas da capital. Em meio à pressão e às críticas crescentes, o ministro do Interior apresentou sua renúncia, reconhecendo responsabilidade moral pelos acontecimentos. A comunidade internacional reagiu de forma negativa à violência, pedindo respeito aos direitos humanos e à liberdade de manifestação. Organizações de defesa digital também classificaram o bloqueio como um retrocesso democrático.