Internacional

Suspensão de talk show expõe censura de Trump e ameaça à liberdade nos EUA

Léo Carvalho

Publicado em 18 de setembro de 2025 às 09:20 | Atualizado há 10 horas

Suspensão de Jimmy Kimmel expõe avanço da censura de Trump contra a mídia nos EUA | Foto: Divulgação
Suspensão de Jimmy Kimmel expõe avanço da censura de Trump contra a mídia nos EUA | Foto: Divulgação

O programa Jimmy Kimmel Live! foi suspenso indefinidamente pela ABC na última terça-feira (17) depois que o apresentador fez críticas ao movimento conservador MAGA em um monólogo sobre o assassinato do ativista Charlie Kirk. A decisão abriu um intenso debate sobre liberdade de expressão e censura política nos Estados Unidos.

As falas de Kimmel, em que sugeriu que a direita estaria explorando politicamente o caso, provocaram reação imediata de Brendan Carr, presidente da Comissão Federal de Comunicações (FCC). Em declarações públicas, ele afirmou que a emissora poderia enfrentar consequências regulatórias caso continuasse transmitindo o programa, levantando a possibilidade de sanções relacionadas às licenças de operação.

Poucas horas depois, a Nexstar, maior grupo de afiliadas da ABC, anunciou que não exibiria mais o talk show em 32 mercados. A empresa classificou o conteúdo como “ofensivo e insensível”. A rede nacional confirmou em seguida que a atração ficaria fora do ar “por tempo indeterminado”.

A medida foi criticada por organizações de defesa da liberdade de expressão, parlamentares democratas e jornalistas. A União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) classificou a situação como um exemplo de intimidação estatal contra vozes críticas, alertando para um “efeito de silenciamento” no jornalismo e no entretenimento.

Por outro lado, aliados do ex-presidente Donald Trump defenderam a postura da FCC. Eles argumentam que emissoras que operam com concessões públicas devem cumprir obrigações de “interesse público” e que comentários considerados enganosos ou desrespeitosos podem violar esse princípio.

O caso escancara a polarização política que domina o cenário norte-americano e levanta dúvidas sobre os limites da intervenção governamental nos meios de comunicação. Para críticos, trata-se de um precedente perigoso, capaz de enfraquecer a histórica proteção constitucional da liberdade de expressão no país.


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