Trump acusa Israel e Irã de romper trégua e alerta para risco de escalada

O cessar-fogo anunciado por Donald Trump entre Israel e Irã mal entrou em vigor e já enfrenta fragilidade. Ambos os países se acusam de ter violado o acordo com novos ataques. O presidente americano declarou insatisfação com os dois lados e cobrou respeito à pausa nos confrontos. Segundo ele, a trégua permitiria iniciar um caminho de pacificação no Oriente Médio.

Poucas horas antes do início oficial do cessar-fogo, o Irã lançou mísseis contra Beersheba, onde matou quatro pessoas. Após o início do acordo, Israel detectou novos mísseis iranianos, o que provocou retaliação imediata do ministro da Defesa israelense, Israel Katz. Teerã negou os disparos e afirmou que foram fabricados. Três novos ataques israelenses atingiram alvos iranianos nas primeiras horas da manhã.

Trump afirmou que o cessar-fogo foi projetado para criar uma narrativa vitoriosa para todos os envolvidos, mas reconheceu que o Irã sofreu perdas militares significativas. Israel comprometeu a capacidade iraniana de lançar mísseis de médio e longo alcances. Com grande parte da infraestrutura aérea destruída, Teerã recorreu à Rússia, mas até agora recebeu apenas declarações de apoio.

Desde o início do confronto, Israel confirmou 28 mortes, enquanto o Irã relatou mais de 450 vítimas fatais. Milhares de feridos e deslocados somam-se aos danos estruturais em cidades inteiras. A trégua, mesmo temporária, abriu espaço para discussões diplomáticas que envolvem Qatar e Egito, que agora tentam aplicar o mesmo modelo de acordo na Faixa de Gaza.

Embora o Irã tenha perdido infraestrutura crítica, como as centrífugas de Fordow e Natanz, os 400 kg de urânio enriquecido a 60% permanecem intactos. Segundo a ONU, o material pode ser usado na fabricação de “bombas sujas”, que espalham radiação, mesmo sem atingir potência nuclear plena. Macron afirmou que o assunto continuará sendo debatido em negociações paralelas.

Foto: Reprodução