Trump oferece US$ 1.000 e passagem a migrantes que aceitarem deixar os EUA
DM Redação
Publicado em 6 de maio de 2025 às 05:34 | Atualizado há 4 horas
Folha Press
O governo de Donald Trump anunciou nesta segunda-feira (5) que oferecerá um auxílio de US$ 1.000 (cerca de R$ 5.600) e apoio logístico para viagem a migrantes que aceitarem “se autodeportar” dos Estados Unidos, de acordo com o Departamento de Segurança Interna (DHS).
O auxílio e a possível passagem aérea para migrantes que decidam partir voluntariamente custariam menos do que uma deportação, segundo a agência. O custo médio de prender, deter e deportar alguém sem status legal atualmente é de cerca de US$ 17 mil (R$ 95 mil), afirma o DHS.
Segundo o departamento, um cidadão de Honduras usou o programa para conseguir uma passagem aérea de Chicago de volta para seu país. “Se você está aqui ilegalmente, a autodeportação é a melhor, mais segura e mais econômica maneira de deixar os EUA para evitar a prisão”, afirmou a secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, em comunicado.
Trump chegou ao poder em janeiro prometendo expulsar milhões de imigrantes em situação irregular. No entanto, até o momento, seu governo tem registrado menos deportações do que seu antecessor, Joe Biden. Durante sua gestão, o democrata enfrentou altos níveis de imigração ilegal e rapidamente devolveu muitos que atravessaram a fronteira, apesar de não ter um discurso tão duro quanto o do republicano.
O governo atual deportou 152 mil pessoas desde 20 de janeiro, segundo o DHS, número inferior aos 195 mil deportados entre fevereiro e abril do ano passado sob Biden.
O governo Trump tem buscado pressionar migrantes a deixarem os EUA por conta própria, utilizando ameaças de multas altas, retirada de autorizações de permanência e envio forçado para prisões conhecidas por suas condições severas, como Guantánamo e a Cecot, megapenitenciária de El Salvador.
Em março, o governo lançou um aplicativo rebatizado chamado CBP Home para facilitar a autodeportação. Uma versão anterior do aplicativo, o CBP One, foi usado pelo governo Biden para permitir que migrantes entrassem legalmente nos EUA por meio do agendamento de uma audiência com autoridades de imigração.
Em um comunicado, o DHS qualifica de “oportunidade histórica” a possibilidade de os estrangeiros “receberem assistência financeira e de viagem para facilitar seu retorno ao país de origem por meio do aplicativo CBP Home”.
O governo calcula que o uso do aplicativo “reduzirá os custos de uma deportação em aproximadamente 70%”, mesmo com o pagamento da ajuda. Em uma reunião de gabinete em abril, Noem mencionou a cifra de “20 a 21 milhões de pessoas que têm que voltar para casa”.
O governo Trump considera criminosos todos os migrantes que entraram sem visto nem permissão, e também alguns dos que abriram processos de solicitação de asilo durante o mandato de Biden.
Segundo dados oficiais, 11 milhões de migrantes em situação irregular ou com status temporário viviam nos EUA em 2022.
Trump antecipou o plano de auxílio em abril, dizendo que os EUA considerariam permitir o retorno dos migrantes. “Se eles forem bons, se quisermos que voltem, vamos trabalhar com eles para que retornem o mais rápido possível”, disse ele na ocasião.
No anúncio desta segunda, o DHS afirmou que pessoas que optam por sair “podem ajudar a preservar” a capacidade de retornar legalmente, mas não citou nenhum caminho ou programa específico.