Internacional

Trump reafirma intenção de retirar isenção fiscal da Universidade Harvard

DM Redação

Publicado em 3 de maio de 2025 às 12:00 | Atualizado há 1 dia

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reiterou sua intenção de retirar o status de isenção fiscal concedido à Universidade Harvard. “É o que eles merecem!”, escreveu o republicano em publicação feita na plataforma Truth Social. Trump, no entanto, não indicou quando a medida será implementada.

A declaração representa mais um episódio no embate entre a Casa Branca e instituições universitárias do país. A gestão Trump tem exigido uma série de medidas dessas universidades, incluindo a realização de auditorias que avaliem as opiniões políticas de estudantes e professores, sob ameaça de suspensão de subsídios públicos.

Em abril, Harvard tornou-se a primeira grande universidade norte-americana a contestar publicamente as ameaças feitas pelo ex-presidente. A instituição, até então, não havia se manifestado sobre a nova declaração.

Trump acusa diversas entidades acadêmicas e veículos de imprensa de promoverem uma agenda de esquerda, classificando-os como “marxistas” e “tendenciosos”. Ao justificar a pressão sobre as universidades, o ex-presidente alega que tais instituições falharam em conter manifestações antissemitas ocorridas durante protestos contra a guerra na Faixa de Gaza, realizados nos campi universitários no ano passado.

No dia 11 de abril, o Departamento de Educação dos Estados Unidos enviou uma carta à Universidade Harvard exigindo o cumprimento de uma série de condições. Entre elas, estavam a eliminação de políticas afirmativas com base em raça, cor ou nacionalidade até o mês de agosto, além da reforma no processo de admissão de estudantes estrangeiros, com o objetivo de evitar a entrada de alunos considerados “hostis aos valores americanos”.

O governo também solicitou que Harvard permitisse a atuação de um painel externo responsável por auditar docentes, funcionários e alunos, com o propósito de assegurar a “diversidade de pontos de vista”. Além disso, exigiu que a universidade denunciasse às autoridades de imigração qualquer integrante da comunidade acadêmica que descumprisse normas de conduta.

Diante das exigências, Harvard se recusou a atender às determinações do governo. Em retaliação, a gestão Trump anunciou o congelamento de US$ 2,2 bilhões (aproximadamente R$ 13 bilhões) em fundos federais destinados à universidade. O governo também solicitou um pedido de desculpas oficial, que não foi atendido.

“A universidade não renunciará a sua independência nem abrirá mão de seus direitos constitucionais. As demandas do governo vão além do poder da gestão federal”, declarou à época o reitor de Harvard, Alan Garber.

Em resposta às sanções, a instituição entrou com uma ação judicial contra o governo no final de abril, argumentando que o congelamento de recursos viola a Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos, que garante a liberdade de expressão.

“No documento protocolado, Harvard afirmou que ‘o governo não identificou – e não pode identificar – qualquer conexão racional entre as preocupações com antissemitismo e as pesquisas médicas, científicas, tecnológicas e outras que congelou e que visavam salvar vidas americanas, promover o sucesso americano, preservar a segurança americana e manter a posição dos EUA como líder global em inovação’.”

Desde sua posse em janeiro, Trump tem intensificado a pressão sobre as principais universidades do país. O ex-presidente alega que essas instituições falharam ao lidar com os protestos pró-Palestina registrados no ano anterior, permitindo, segundo ele, a proliferação do antissemitismo nos campi.

Manifestantes — incluindo grupos judaicos — contestam a acusação e afirmam que suas críticas às ações militares de Israel na Faixa de Gaza estão sendo equivocadamente interpretadas como manifestações antissemitas.

Antes de concentrar críticas sobre Harvard, a Universidade Columbia foi um dos primeiros alvos do ex-presidente. Nas últimas semanas, entretanto, a atenção se voltou para Harvard. Ao contrário da instituição de Cambridge, Columbia atendeu parcialmente às exigências do governo, aceitando medidas como a autorização para prisões dentro do campus e a intervenção administrativa no Departamento de Estudos do Oriente Médio, que foi retirado do controle dos docentes.

A decisão gerou fortes críticas no meio acadêmico, cujos integrantes alertam que o recuo da universidade pode encorajar novas ações do governo contra a autonomia universitária.

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